7.

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— Oi, Louis. – Ele sorriu sem graça.

— Oi. – respondi, ainda atônito.

Sim, eu provavelmente estava com cara de idiota sem entender o que acontecia bem na minha frente. Harry realmente estava na minha porta mesmo ou eu já dormi e isso tudo é um sonho?

— Hm... – Cocei a garganta. — V-você quer entrar? – Era visível o frio que Harry sentia. O corpo tremia, não tanto, mas tremia, as extremidades do seu rosto pareciam mais roxas-avermelhadas e suas mãos, desprotegidas, tinha a pontinha dos dedos na mesma coloração.

— Eu gostaria.

Era um clima estranho. Os dois pareciam não saber muito o que falar, o que conversar, ou o que estava acontecendo. Nem Harry parecia saber porque estava na porta da minha casa, me olhando confuso, envergonhado. Seria arriscado eu dizer que ele, aparentemente, mostrava-se arrependido de tocar a campainha.

Abri espaço na porta para que Harry pudesse passar por mim.

— Então... – Styles disse.

— Então... – Repeti o mesmo que ele. — O que faz aqui? – Fechei a porta atrás de nós dois e pude ver o mesmo relaxar os ombros ao perceber o quentinho que vinha do interior da casa tomar conta do ambiente.

— Me desculpe aparecer essa hora. – Harry tirou o capuz do casaco e mexeu nos cabelos para que saísse o excesso de água dos seus cachinhos. Ele me olhava apreensivo, esperando alguma resposta minha.

— Como conseguiu meu endereço? – Eu continuava parado próximo a porta, tão incrédulo que mal podia me mover.

— Pedi para o Liam pedir ao Zayn. – Ele sorriu um pouco mais envergonhado que antes, coçando a nuca. — Liam me passou.

Zayn, Zayn...

— Certo... – Cruzei os braços, esperando que ele falasse algo.

O sono que eu sentia antes pareceu ter ido embora agora.

— Certo... – Agora foi sua vez de me imitar, ainda olhando para mim.

— Diga algo, Harry. – Minha voz soou mais alto. Eu estava curioso para saber do que se tratava. — Você quem bateu na minha porta. – Nossos olhos estavam grudados um no outro. Ele não ousava desviar e eu muito menos.

— É... – Suas bochechas coraram. — Hoje cedo você não apareceu no lugar que marcamos, eu vi sua mensagem um tempo depois. – Harry olhou para os próprios pés, tímido. — Imaginei que vir até você seria uma ideia melhor. – Ele mexia nos dedos, enrolando-os na borda do casaco. — Queria saber se podemos conversar sobre... você sabe.

— Veio até aqui para conversarmos sobre seu plano? – Cruzei os braços.

— Me desculpe se pareceu invasivo, mas sim. – Harry ajeitou o corpo, tomando coragem para me olhar novamente. — Eu vim para isso.

— Harry... Eu estive pensando sobre... – Finalmente sai de perto da porta, indo na direção do garoto com cachos bagunçados próximo ao sofá.

— Por favor, se for para falar algo na tentativa de me desmotivar, poupe suas palavras. – Styles sentou na pequena poltrona que havia na sala.

— Ei! Não fale assim. – Franzi o cenho.

— Eu sei que você vai tentar fazer com que eu desista. – Ele deu de ombros, ainda olhando para
mim.

— É perigoso, Harry. O Jake é completamente pirado. – Massageei as têmporas. — Não acho que vai ser uma boa ideia. – Na minha cabeça passavam milhares de alternativas tempestuosas onde tudo poderia dar errado. — E se ele nos pegar?

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