nothing new

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Tudo começa quando você tem 18 anos e te dizem para sair mais. Você passou a sua adolescência toda chorando no quarto, até que não podem mais culpar a sua juventude.

— Amelie, vamos nos divertir, a escola acabou, é a nossa vez. — diz Chloe passando lápis no olho.

— Você sabe que nós temos que estudar para a faculdade. — respondo a minha melhor amiga.

— Quem vai nos culpar por uma noite?

Muita gente, penso.
Você sai, bebe, beija, se diverte.
Depois de uma festa, vem várias, e não tem mal nisso, sou humana e mereço me divertir, o problema é quando reparam.

E quando você vê, eles estão te caçando por viver.

— Ela é bem vivida — diz algum garoto que nem sequer me conhece. — Parece que ela tem muita experiência.

Você escuta risadas, e de repente, você não é mais a mesma garota de 15 anos que sonhava com um futuro brilhante em Nova York.
Eu bebi demais nessa noite, eu sei que é triste, mas Chloe me apoia nos ombros e me leva para casa. 
Deus, o que será de mim?

Eu achei que fosse perder a originalidade, mas eu só perdi a inocência, porque eu acordei no meio da noite, e reparei em mim mesma, não reconheci a mulher que eu vi no espelho do meu banheiro.

Como pode uma pessoa saber tudo aos 18 e não saber nada aos 22?

Vou desligar o interruptor e acabo quebrando a saboneteira.
Merda.
Chloe aparece correndo na porta com sua camisola vermelha, pelo menos ela ainda tá aqui.

— O que aconteceu? — a loira de cabelos curtos me pergunta.

— Eu derrubei, desculpa, eu vou comprar outra —  eu começo a chorar, por que eu estou chorando? — Meu Deus, que patético.

— Fica calma, meu amor, é só uma saboneteira.

— Não é só uma saboneteira, Chloe — eu soluço. — Você ainda vai me amar quando eu não for nenhuma novidade pra você?

— É claro que vou, sua boba — ela ri e me dá um abraço apertado. — Mas por que isso?

— É do que eu tô sentindo o tempo passando e eu tô cansada de fingir sorrisos pra caras mais velhos que nem ligam para a gente. — eu falo apertando ela mais ainda.

— É realmente uma merda, esses velhos amam garotas ingênuas, queria poder mudar isso. — ela diz.

— Talvez a gente possa.

E eu fiz, eu me inscrevi na faculdade de literatura inglesa e finalmente me formei, não é que eu consegui contar a minha história sem estar em uma mesa de bar?

E eu sei que preciso voltar na minha antiga escola, por que? Eu não sei, mas eu preciso.
É estranho andar por esses corredores e ver as garotas passando pela mesma coisa que eu passei há quase 9 anos atrás.

Uma garota ruiva de cabelos cacheados chega perto de mim, ela tem um brilho, aquele brilho que você só tem aos 17 anos, quando tudo é novo, e o mundo é um universo só seu, até destruírem isso.

— Oi, você é a Amelie Ulven? — ela se dirige à me mim.

— Oi, sou eu sim, eu te conheço?

— Você é tipo uma lenda por aqui, eu te sigo no Instagram, eu me inspiro pra cacete em você, eu sei exatamente o que eu quero fazer por sua causa.

— Uau, isso é realmente incrível, que bom, de verdade, boa sorte! — ela me abraça e eu sorrio, não deu totalmente errado.

Mas quando chego em casa eu percebo que poderia ter dado certo há anos atrás, e eu choro, choro alto até Chloe entrar e me abraçar, ela me abraça até a gente cair no sonho.



//notas: oioi, essa é a primeira vez que eu posto aqui no wattpad, então eu não sei se tá bom, se virem algum erro, por favor me avisem, espero que tenham gostado.💗

contos inspirados nas músicas da Taylor Swift Onde histórias criam vida. Descubra agora