Eu estava lendo "Dead Poets Society" na grama do Centennial Park e decidiu ir tomar sorvete quando viu a barista que estava atendendo naquele domingo.
— Sua blusa é linda — Eu sempre fui péssima tentando puxar assunto, mas talvez conseguisse uma nova amiga. — Vou querer blueberry pra combinar.
— Obrigada. — disse a atendente, Clara, o nome dela.
Não deu em muita coisa, não teve sinais, deveria ter?
Independente se haveria, minha viagem na Austrália duraria pouco, eu já estava voltando para Los Angeles e nunca mais veria Clara.Não era um grande drama, foi só uma viagem normal que fiz aos 16, mas algumas coisas poderiam mudar exatamente 16 anos depois.
Eu estava andando pelas ruas de Los Angeles até que viu um táxi estacionar e uma mulher de cabelo azul descer dele.
Não poderia ser possível, quais eram as chances?
Mas mesmo 16 anos depois, ela ainda parecia a barista da sorveteria de Centennial Park.
Eu foi andando tranquilamente até a calçada onde a mulher estava e perguntou:— Olá, com licença, você é nova na cidade?
— Oi, sou sim, vim da Austrália, eu te conheço? — se era ela mesmo, ela continuava com o mesmo sotaque.
— Talvez, qual o seu nome? — perguntei esperançosa.
— Clara Neves
— Você era a barista que usava blusa azul ciano em 2007?
— Era eu sim, aí meu Deus, qual o seu nome?
— Camille Quinn — respondi. — Você quer ir jantar? Eu sei que a gente não se conhece, mas eu sei um restaurante aqui muito bom.
— Tudo bem, eu estou morrendo de fome mesmo. — ela concordou e nós fomos jantar no restaurante the lakes.
— Boa noite, vão querer o que? — a garçonete olhou para mim. — Você parece uma cantora americana.
— Oh, obrigada, eu acho. — agradeci confusa.
Nós pedimos uma lasanha e uma garrafa de vinho, eu realmente achei que nunca mais a veria, é engraçado pensar nisso, mas será que era pra ser?
— O que você achava do Centennial Park? — ela me perguntou dando um gole em sua taça.
— Era um lugar mágico, me lembro de galhos dourados e um frio gostoso. — respondi sorrindo.
— Talvez nesse tempo todo, tivesse algum fio invisível ligando você a mim. — ela olhou para mim, seus olhos eram tão azuis quanto os meus.
— Ou talvez um fio azul.
Nós saímos do restaurante e andamos no ar salgado de Los Angeles, e fizemos isso durante 3 meses, meus amigos estavam começando a ficar preocupados de tanto tempo que eu passava com ela.
— Olha, sorvete de blueberry — ela disse olhando para mim. — Você quer?
— Como você ainda lembra disso? — eu disse rindo. — Não foi você que fez, mas eu quero sim.
Eram diálogos com esses tipos de referências que rodavam a gente, eu me sentia com 16 anos de volta.
Nós tínhamos muitas coisas para fazer, mas ficar com ela fazia eu me esquecer dos meus problemas.
Nós viajamos para Nova York juntas um ano depois e foi lá que a magia aconteceu.— Você me beijaria? — ela me perguntou olhando para a Estátua da liberdade.
— Que? — fui pega de surpresa, calma.
— Deixa, foi uma péssima ideia.
— Não não, espera, não pra péssima ideia, sim pro beijo, eu te beijaria, Clara. — eu me virei para ela rindo de nervoso.
— Você tem certeza? — ela se virou também.
Eu a beijei, ela não acreditaria se eu só falasse.
— Isso responde?
— Não sei, pergunte para Deusa Libertas nos olhando. — ela se virou para a Estátua rindo e nós rimos como adolescentes, de novo.
É, foi um tempo mágico.
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contos inspirados nas músicas da Taylor Swift
Short StoryQue a Taylor é uma poeta a gente já sabe, mas as músicas dela tem um toque completamente especial na minha vida, e eu decidi escrever contos sobre as músicas dela.