Capítulo 3

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 A chuva caia de forma torrencial do lado de fora do Hospital Santa Terezinha

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A chuva caia de forma torrencial do lado de fora do Hospital Santa Terezinha. O céu cinzento, típico de Curitiba, não perdoava nem mesmo o primeiro domingo do ano. Ari caminhava descalça pelos corredores quando viu uma televisão ligada na sala de espera dos exames de mamografia. Parou na porta e leu a manchete em destaque na faixa vermelha: Em Campo Grande: Stage.33 se prepara para o primeiro show da turnê nacional nesta semana. Não conseguia ouvir o que o apresentador falava, já que o volume estava baixo. Mas no canto aparecia uma foto da banda.

— Parabéns, Stage.33 — murmurou para si. — No fim, você alcançou o que queria, Nico. Aparentemente, estava certo o tempo todo.

Suspirou e voltou a andar até o quarto 15, no final do longo corredor. Olhou para si mesma deitada na cama e sentou no sofá vendo sua irmã de um lado e seu irmão do outro, ambos passando um creme hidratante em suas mãos.

— Viu a notícia? — perguntou Vitor massageando a mão de Ari.

— Da banda do Nico?

— Sim.

— Vi, estarão por aqui em maio.

— Nunca duvidei do talento deles, principalmente do Nico como compositor. Uma pena tudo que aconteceu.

— Talento não mede bom coração.

— Leti, ele não é uma má pessoa.

— Ele foi uma má pessoa com a nossa irmã, por mim que se foda. Vocês homens adoram passar paninho um para o outro.

— Credo. Você acha que não fiquei do lado da Ari? Claro que fiquei, briguei feio com o Nico e paramos de nos falar.

— Mentiroso, sei que falou com ele várias vezes nos últimos anos — resmungou Ari, deitando no sofá.

— Não fez mais que sua obrigação como irmão mais velho, Vitor. Mas parou de falar mesmo? Assim, cem por cento?

— Tá, não cem por cento, mas nunca falei da Ari. Ele perguntava e eu desconversava. Ainda assim, ele sempre transpareceu um arrependimento genuíno. E já se passou tanto tempo, esse rancor todo é venenoso. A Ari seguiu em frente, está noiva, não tem mais porque manter essa energia pesada sobre o assunto. Acho que deveriam conversar.

— Sabe, Vitor, quer perdoar o Nico, perdoe. Mas não me peça para fazer o mesmo. Você lembra muito bem o estado que a Ari ficou depois de ouvir daquele empresário idiota que ela o atrapalharia e seria uma pedra na escada do sucesso do Nico. E o besta caiu no papinho. Estou pouco me lixando pra essa coisa de energia pesada, bad vibes e o caralho a quatro.

— Vocês continuaram falando com a Lore.

— Claro! É a Lore! O que aconteceu não é culpa dela.

— Mas precisava falar para ela esconder isso do Nico?

— Precisava! — reclamou Leti. — Esse foi um acordo entre nós, mulheres, sempre que conversamos Nico é assunto proibido. Lore pode ser a melhor amiga dele, mas também é nossa amiga. A Ari até tentou manter contato com o Lu, mas ele não conseguia deixar de falar sobre o Nico, ficou difícil. Ela se sentia muito mal com isso, precisou cortar. E o Ric até tentou também, mas a Ari acabou parando de responder com o tempo, ou dando respostas genéricas.

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