Capítulo 8

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 No dia seguinte, antes mesmo de acordar direito, Nico sentiu algo diferente

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No dia seguinte, antes mesmo de acordar direito, Nico sentiu algo diferente. Abriu os olhos devagar, com a cabeça explodindo de dor, e a viu aconchegada e respirando suavemente. Ari estava deitada de lado, com a cabeça em seu ombro, abraçando-o com um braço e uma perna por cima do seu corpo, como se ele fosse um grande travesseiro. E ele também a abraçava. Não lembrava como acabaram naquela posição, mas para Nico aquilo era simplesmente natural e incrível. Porém, achava que ela não dormia. Como podia dormir agora? Apesar de sentir sede e precisar comer, fechou os olhos mais uma vez e não se mexeu, queria aproveitar aquele momento o máximo possível, por anos sonhou que estava a abraçando novamente e agora era real, ele podia sentir e não queria sair dali. Cerca de cinco minutos depois, sentiu Ari se mexer e paralisar em seguida. Ele abriu os olhos e ela o olhava assustada.

— Bom dia, ou tarde, não sei — disse ele.

— Bom... como? Eu dormi...?

— Aparentemente sim. Talvez porque ficou abraçada a mim.

Ela o soltou devagar, ainda sem entender como pode dormir daquela forma. Tinha esquecido como era bom ficar em seus braços, mas então lembrou dos acontecimentos da noite passada e fechou os olhos escondendo o rosto nas mãos.

— Eu não quero acordar hoje.

— Sinto muito que esteja passando por isso — Nico abriu a gaveta da mesinha de cabeceira e pegou os óculos de sol, colocando-os em seguida. — Vamos descobrir uma forma de você voltar pro seu corpo, pra poder chutar a bunda daquele filho de um puto.

— Quero entender o porquê, há quanto tempo isso começou, se ele estava com ela antes de mim ou não.

— E isso muda algo? Você o perdoaria?

— Não, óbvio que não.

— Ufa, me sentiria mal se você dissesse que sim. Pensaria que sou pior na escala de babacas.

— Como que perdoa algo assim?

— Não tenho o manual do perdão pra te responder essa.

— Meu deus, mal acordei e já estou com mais raiva que ontem. Eu não sei nem se consigo olhá-lo novamente.

— Bom, vai precisar olhar se quiser descobrir os motivos — disse Nico massageando as têmporas e fechando os olhos.

— Você está bem? Não disse que acordaria sem ressaca?

— Disse. Fui ingênuo. Bateu o arrependimento de cada dose de vodca e cada drink que tomei ontem. Devo ter falado besteira, como de costume.

— Falou algumas coisas, não sei o quanto podem ser consideradas besteiras.

— Não posso afirmar que lembro de todas, mas... meu deus, preciso de um cigarro.

— Percebi que não tem fumado como antes.

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