Capítulo 11

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 A Stage

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A Stage.33 estava há quatro meses em São Paulo, tocando em dois bares diferentes na semana. As coisas estavam difíceis, JP não conseguia cumprir as promessas que fez. Uma delas era sobre a banda abrir a turnê de outra famosa, perderam a chance porque JP se desentendeu com o agente, querendo cobrar um valor maior por fora do contrato. Além disso, Nico estava sem paciência alguma, com o carisma de uma batata esquecida no cesto de legumes. Cumpria a agenda e ia embora sem falar com ninguém, aos poucos os amigos começaram a se preocupar com a atitude. Nunca teve problemas de ficar rodeado de pessoas, mas agora se sentia irritado e ansioso. Alana o buscava constantemente, tentando tirá-lo da zona que estava para conhecer museus, parques, mas precisava quase arrastá-lo para conseguir.

Em uma noite, depois de insistirem muito para tirar Nico de casa, todos bebiam com amigos de outra banda, que fizeram quando chegaram em São Paulo. Estavam na mesma luta de buscar lugares melhores para tocar e viver da música. Os quatro rapazes da Kunis tocavam hard rock, com inspiração clara de Deep Purple e Led Zeppelin. Quando se conheceram, Nico e o baixista Júlio não se entenderam de cara. Eram opostos, Nico não aguentava a forma arrogante que Júlio falava, como se fosse o único que entendesse e tivesse "bom gosto" para música. Estava sempre criticando alguma coisa, até mesmo os colegas de banda, que pareciam só aguentá-lo em nome da amizade e do talento.

— Álbum favorito? — Lorena cerrou os olhos enquanto pensava. — Po, que difícil.

— Vai, tem que escolher. Se pudesse ouvir só um o resto da vida, qual seria? — perguntou Murilo, vocalista da Kunis.

— Tá, tá, então escolho o Horses, da Patti Smith. Afinal, tem Birdland, Free Money e Kimberly.

— Patti Smith?! — disse Júlio, irritado. — Só por que você é mulher e ela é mulher?!

— Não, porque ela é boa pra caralho, porra!

— Nunca entendi porque fez sucesso, voz horrível, pegadinha punk irritante. Birdland são nove minutos de enrolação que só faz a gente perder tempo de vida.

— Ah, não, Júlio! Vai no otorrino limpar esse ouvido! — Lorena bufou e Murilo colocou a mão no ombro dela, balançando a cabeça como se dissesse para não entrar na onda do companheiro de banda.

— Meu deus, cara — Nico o olhou sério. — Como pode falar uma asneira dessa na maior tranquilidade do mundo?

— Ah, Nicolas, nem levo sua opinião em consideração, já que paga pau para o Eddie Vedder. Cara fez um álbum de ukulele, pelo amor de deus.

— Pago pau mesmo, caralho — Nico terminou a cerveja que tomava. — Tem que ser foda pra conseguir fazer álbum bom até com ukulele.

— Ih, gente, não entra nessa onda não. Júlio só quer deixar vocês irritados — disse Tom, baterista da banda. — E ele sabe fazer isso muito bem.

— Nem seu companheiro de banda te defende, hein Júlio? — riu Luís, abrindo outra cerveja. — Aí é difícil. Bom, o meu favorito é o primeiro do Garbage. Não tem uma música que não gosto nele.

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