"Então, o quê, está querendo dizer que agora ela que está interessada em você?" Finn perguntou incrédulo.
"Não!" Rachel protestou. "Eu nunca disse algo do tipo! Estou apenas dizendo que foi ela que se sentou ao meu lado e, por isso, você não tem o direito de ficar chateado comigo!"
Finn apontou o dedo para ela. "Você foi a única que corou olhando para a saia dela, Rachel! Sendo que você me disse que não gostava dela!"
"Eu não gosto!" ela insistiu, desejando que o calor sumisse do seu rosto, porque ela o sentia subindo ao ter a imagem das coxas de Quinn saltando em seu cérebro novamente. Elas pareciam tão macias e fortes e—
"O que você está pensando, Rachel?" Finn perguntou incisivamente.
Ela suspirou e caiu de costas na cama. "Eu não quero continuar brigando com você por conta disso, Finn."
Finn olhou para o outro lado, sua bota marrom contra o piso em carpete bege de Rachel. "Eu não quero continuar brigando também," ele murmurou.
"Eu não sei o que posso fazer." Ela mexeu com a linha solta do tecido da barra de sua saia, enrolando-o nos em seus dedos. "Não é como se eu estivesse perseguindo ela e, se fosse, não é como se ela fosse dizer sim."
Finn assentiu.
"Quero dizer, você mesmo disse que ela não é gay."
"Ela não é" ele admitiu.
Rachel respirou fundo, soprando para acalmar as vísceras no tranco. Da mesma forma que sempre fez. "Então eu não estou vendo um problema."
Ele inclina a cabeça em direção ao teto, como se não pudesse suportar olhá-la enquanto falava. "O problema, Rachel, é que você gosta dela."
Ela não respondeu. O assunto sobre os seus sentimentos por Quinn tinha ido e voltado entre eles quase todos os dias durante uma semana e ela estava cansada de falar sobre isso. Rachel descobriu que não havia meio concebível para ela gostar de Quinn, não sabia nada sobre ela além do fato de que ela possuía o melhor conjunto de genes que Rachel já tinha posto os olhos. Fora isso, tudo o que sabia a respeito de Quinn é que ela era, em rara dimensão, um ser intimidador. Tudo o que importava para ela era a sua popularidade e, consequentemente, ela estava disposta a ferir qualquer um para conseguir o que desejava. Como Rachel poderia se apaixonar por alguém como ela? "Eu não acho que você entende," ela finalmente disse.
Finn suspirou exasperado. "O que eu não entendo?"
Ela esfregou os lábios tentando encontrar uma maneira de fazê-lo entender onde ela queria chegar. Foi quando uma ideia a atingiu. "Quando nos conhecemos, você não gostava de mim dessa forma, certo?"
Ele refletiu sobre a questão por um momento. Suas mãos fincaram em seus quadris enquanto seus olhos se encontravam virados para o chão, as lembranças o levando para alguns pares de meses atrás. "Não, eu estava com Quinn e outras coisas."
Rachel lembrou com diversão o surpreendente dia em que os dois estavam em pé na fila e ela o acertou— atraída pelo talento dele e seu potencial de liderança. A verdade é que o que mais a atraiu em Finn era o fato de que ele poderia cantar e salvar o Glee. Ela estava atraída porque ele podia cantar e salvar o Glee e isso a fez amá-lo de todo coração, e não fisicamente, o que já lhe dava indicativos em relação à própria sexualidade meses atrás.
E então ele lhe dissera que namorava Quinn Fabray e o cérebro de Rachel entrou em curto-circuito. E ela expressou o seu horror, 'A Cheerleader Quinn Fabray? A presidente do clube do celibato?' e, como se quisesse provar o seu poder de sedução com a presidente do clube de celibato, Finn continuou, 'Sim, nós estamos totalmente fazendo coisas. Uma vez eu comecei a tocar a sua bunda. Foi incrível.'
Rachel tinha continuado ali, sem piscar por alguns segundos, numa mistura de aborrecimento e penetrante intriga, deixando-a confusa.
E agora Finn estalava os dedos em sua frente, trazendo-a de volta. "Ei, você está aí?"
Ela sacudiu a cabeça, tentando jogar para longe os pensamentos, intrigada com a sensação explosiva que lhe tomaram as lembranças do passado não tão distante. "Eu—sim, estou aqui, desculpa." Ela limpou a garganta tentada a perguntar a Finn como eram os amassos com Quinn, mas faltava ousadia para fazê-lo. "Como eu estava dizendo, você não gostava de mim, certo?" Finn balançou a cabeça novamente e Rachel continuou. "Ok, então, porque você não gostava de mim?"
Finn abriu a boca para falar.
"E por favor" Rachel interrompeu, "poupe meu ego sensível e a minha autoestima."
Ele sorriu torto, reorganizando as palavras que ia dizer e abriu a boca para falar novamente. "Porque, bem, você era," ele fez uma careta, "uma perdedora."
Rachel resistiu a vontade de revirar os olhos para o quão superficial as pessoas poderiam ser, incentivando Finn a continuar.
"E eu realmente nunca tinha conversado com você antes e quando o fiz, você foi meio assustadora, então…" Ele parou de falar quando inconscientemente Rachel fez uma carranca.
"Ok" ela demonstrou irritação, mas levantou a voz em um tom esperançoso, "Mas depois que você me conheceu?"
Ele sorriu. "Depois que eu te conheci… você é muito legal, Rach."
Rachel imitou o sorriso dele, desejando que Quinn também sorrisse assim para ela. "Essa é exatamente a minha situação com Quinn" Rachel disse. "Eu realmente não a conheço e, portanto, não gosto dela, como você não gostava de mim quando você não me conhecia ao nível que me conhece agora."
Finn se inclinou para trás, as sobrancelhas em sinal de incompreensão. "Mas, ela é Quinn." Ele lançou um olhar de soslaio para Rachel. "Todo mundo gosta dela."
"Todo mundo a deseja, tem inveja ou medo dela, Finn" Rachel corrigiu. "Uma vez que eu não sinto nenhuma dessas coisas por ela—"
"Ela te faz vibrar, todavia" ele opinou. "Isso é desejo."
Ela franziu a testa "Verdade, mas—"
"E você disse que desejar uma garota é um ponto importante, se você deseja ficar com uma."
"M-mas eu também disse que não sei se quero ficar com essas pessoas!" ela se defendeu, dobrando o corpo para encará-lo plenamente. "Finn, eu não gosto dela. Como poderia? Ela me ameaça por—"
"Por um par de meses" Finn disse suave. "Eu entendo isso, mas pelo que você me contou sobre o Glee hoje, ela foi meio que legal."
Os olhos dela caíram para o cachecol rosa. "P-por que você está fazendo isso?" ela perguntou em voz baixa.
"Eu só estou tentando entender para onde você está querendo ir, Rachel. Porque você está me confundindo." Ele olhou para ela. "E acho que você está se confundindo também. Olhe, eu meio que quero a Quinn novamente, mas se vamos continuar discutindo sobre isso, então eu vou desistir, porque você é uma pessoa legal e é importante para mim." Ele pegou o queixo dela suavemente entre o polegar e o indicador, levantando-o para fazê-la olhar para ele. "Mas se eu vou desistir, então o mínimo que você pode fazer é admitir que você gosta dela."
Rachel olhou para longe. "Estou fisicamente atraída por ela" admitiu.
Finn sorriu. Aquilo foi um bocado quente, suas duas ex-namoradas. "Como é que ela faz você se sentir?"
"Quente" ela sussurrou. "Envergonhada, afobada, como se eu fosse vomitar todo conteúdo do meu estômago… apaixonada."
O sorriso dele cresceu quando ela usou o termo 'apaixonada'. "Espere…isso é uma coisa boa?"
Rachel riu baixinho, sentindo-se tola e tonta e aquele tão maldito medo. "É uma coisa boa" ela disse em voz baixa.
"Oh, ok. Eu pensei que era algum tipo de perfume da Victoria Secret ou algo do tipo."
Ela franziu a testa, pensativa. "É provável" concluiu.
"E provavelmente o cheiro é realmente bom" Finn disse. Ele estendeu a mão puxando-a para um abraço até que ela descansou contra seu peito. "Não há problema em você gostar dela. Ela é realmente legal, uma vez que você comece a conhecê-la."
"Sério?" ela perguntou hesitante.
Finn assentiu. "Ela meio que parece aquelas nozes que você precisa quebrar, sabe?"
Rachel se afastou com um sorriso orgulhoso. "E não é que Finn Hudson sabe fazer analogias?"
Ele franziu o cenho. "Que diabos é isso?"
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What Doors May Open - Faberry
Fiksi PenggemarUniverso Alternativo. Rachel se assume gay e termina com Finn. Aos poucos as pessoas começam a ter conhecimento, mas quando, enfim, a Capitã das Líderes de Torcida, Quinn Fabray, descobre, Rachel jamais imaginaria que sua vida mudaria de tal forma. ...