Emma
A conversa com Jake não tomou o rumo que eu esperava.
Não sei exatamente o que eu esperava, porém não queria que ele ficasse chateado comigo – e foi exatamente isso que aconteceu.
Não nos falamos mais desde o dia do café; eu também não fui atrás dele porque imaginei que Jake estivesse precisando de um tempo para pensar no que eu disse. O outro motivo pelo qual não o procurei, foi a falta de coragem. A possibilidade de ele não querer mais ser nem o meu amigo é assustadora.
No entanto, no domingo, não aguentei mais a aflição que estava sentindo. Eu precisava ver Jake, nem que fosse pela última vez.
Pensei em ir a sua casa, mas dar de cara com Maggie e ter que me explicar sobre porque gostaria de falar com seu filho seria péssimo.
Quem me ajudou a resolver essa questão foi minha irmã, que descobriu através de Dylan que Jake estaria no Centro.
— Boa sorte, Em. – minha irmã deseja antes de eu sair de casa, dando uma piscadela – Você sabe que eu ainda tenho esperança dele ser meu cunhado.
❄❄❄
Quando chego ao Centro, encontro tudo fechado. Foi exatamente por isso que trouxe a chave da entrada de funcionários, que uso quando venho treinar em horários não usuais – uma das vantagens de ter uma relação de extrema confiança com a dona do rinque.
O primeiro lugar que penso em procurar Jake é certeiro: o rinque. Vejo ele de longe, vestindo um conjunto preto de roupas esportivas e atirando pucks com força dentro do gol.
Jake ainda não me viu, por isso caminho silenciosamente pelo Centro, ouvindo apenas o som do gelo sendo arranhado.
— Não continua sendo fácil demais jogar sem goleiro? – pergunto ao me aproximar da borda do rinque, relembrando um dos primeiros dias em que conseguimos ocupar o mesmo local de maneira amistosa.
Jake se assusta e solta um palavrão, virando para me encarar com os olhos arregalados.
— Que susto, Wright. Como entrou aqui?
Eu mostro minha chave a ele antes de enfiá-la no bolso do casaco junto com a chave do carro. Jake não diz nada, mas sei que ele me entendeu.
— Você vai se sair bem como capitão – eu comento, me apoiando na borda do rinque e me impulsionando para cima. Viro um pouco meu corpo até estar sentada com as pernas para o lado de dentro do rinque.
— Eu já tinha te contado? – ele questiona.
Eu nego com a cabeça.
— Sua mãe deixou escapar – explico.
Jake joga um último puck no gol e se aproxima um pouco de onde estou, preferindo olhar para o taco em sua mão do que para mim.
— Eu queria te contar sobre isso logo que voltei de Londres, mas a gente não conversou mais pessoalmente desde... – sua frase morre no ar.
Eu balanço a cabeça. É justamente sobre esse dia que eu vim conversar.
— Jake, sobre isso... sei que talvez você não queira entrar no assunto, mas eu precisava vir te pedir desculpas. Eu me expressei mal aquele dia, não consegui articular as palavras do jeito que gostaria. Peço perdão se em algum momento te magoei, porque essa nunca foi a minha intenção.
— Tudo bem, já passou. Eu também tenho que te pedir desculpas, de qualquer forma.
— Pelo que?
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Emma & Jake
RomanceJake Stepanova é o que muitos definem como "popular". Filho de pais campeões olímpicos na patinação artística, jogador de hóquei talentoso, excelente aluno e dono de um carisma que encanta a todos. Bem... quase todos. Para Emma Wright, patinadora ar...