Capítulo 16

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Emma


Eu não sei o que deu em mim para convidar Jacob Davis Stepanova para vir aqui em casa.

Mas eu não podia desconvidar, certo? Seria deselegante.

O fato é que eu acabei o convidando. E, por mais que eu já tenha surtado pensando nisso, não me arrependo do que fiz. Já está mais do que na hora de admitir para mim mesma que eu gosto da companhia de Jake.

Estar ao lado dele é fácil. Leve. Divertido. Deve ser por isso que as pessoas gostam tanto dele.

Quando a campainha de casa toca na quarta-feira de tarde, eu quase não percebo.

Jake me mandou uma mensagem avisando que iria se atrasar um pouco, por isso voltei minha atenção ao piano, onde estava entretida desde manhã ensaiando músicas novas.

O piano sempre foi um dos meus hobbys favoritos e, já que não posso voltar ao gelo ainda, estudar música e aprender novas melodias têm sido uma das minhas principais distrações.

E é por causa disso que eu mal ouço a campainha. Só a percebo na segunda vez que toca.

— Axel, volte aqui! – eu chamo, pegando um de seus brinquedos preferidos do chão e o apertando para fazer barulho, na esperança de chamar sua atenção de volta para sala.

Minha estratégia funciona, para minha felicidade.

— Aqui, garoto – digo, jogando o brinquedo num canto afastado da sala e indo o mais depressa que posso atender a campainha.

Quando abro a porta de casa, encontro Jake parado com seu sorriso habitual no rosto, segurando um suporte com duas bebidas na mão.

— Seu café favorito ainda é latte com um pouquinho de canela? – é a primeira coisa que ele fala.

Jake me pega de surpresa. Eu provavelmente devo gastar alguns segundos o encarando com alguma careta, porque ele pergunta:

— O que foi? Ah merda, eu errei o café, não errei?

Como ele parece um pouco desapontado consigo mesmo, eu me apresso em dizer:

— Não, não é isso! É só que... você lembrou qual é meu café favorito?

— Eu tenho uma memória excelente – ele se gaba, voltando a sorrir.

— É, estou vendo.

— Ok, é mentira. Eu sabia que você já tinha me dito isso um dia, então procurei nas mensagens que você enviou. Por sorte nós discutimos isso pelo celular.

Eu não sei o que dizer depois disso. Então reparo que eu ainda não o deixei entrar, por isso dou um passo para o lado e deixo um espaço suficiente para ele passar.

— Desculpe mesmo pelo atraso. Eu tive que ajudar o Rodriguez com o trabalho do Sr. Marner e ainda enfrentei a maior fila quando passei no Tim Hortons – ele se justifica.

— Não tem problema – eu falo, fechando a porta de casa.

— Aqui, esse é seu.

Jake tira um café quente do suporte e me entrega. Enquanto eu agradeço, Axel aparece no hall com seu brinquedo na boca, vindo averiguar quem é a visita da vez.

— Oi, garoto – Jake diz com um sorriso, segurando o suporte com o frapuccino que sobrou em uma mão e fazendo carinho na cabeça de Axel com a outra – Como você está?

Observo meu cachorro abanar o rabo contente conforme recebe carinho. É uma cena fofa, mas me chateia um pouco perceber que Axel parece gostar mais de Jake do que de mim, que levo ele passear, dou comida e o deixo dormir na minha cama.

Emma & JakeOnde histórias criam vida. Descubra agora