Prólogo

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ALERTA GATILHO 
(se você é sensível ao assunto, aconselho a pular o capítulo. Haverá um pequeno resumo no final)

☆☆

As grandes mãos envolviam o meu pescoço com força. Os olhos vermelhos brilhavam de nojo e ódio. Os seus lábios moviam apenas para dizer as mesmas palavras.

Morre sua desgraçada!

E eu apenas estava lá esperando ser salva, mas isso não vai acontecer.

Eu já não tinha forças para lutar. Ele é muito mais forte que eu, então lutar contra ele seria apenas desperdiço.

O ar dos meus pulmões ia ficando cada vez mais escasso. E a minha visão começa a ficar embaçada.

Morre sua puta desgraçada!

Então é isso. É assim que vou morrer. Ouvindo aquele que pensei ser meu pai me chamando de puta e desgraçada, e pedindo para eu morrer.

Até que a ideia de morrer não é mau. Não está sendo dolorosa, e mesmo se fosse, eu não sentiria nada. Já estou tão acostumada com essa ideia e com a dor quem nem me importo com ele. Eu aprendi a conviver com ambos, porque sabia que onde quer que eu vá, ele sempre me encontra.

Sinceramente, eu já estou cansada de fugir, cansada de não conseguir viver a minha vida por causa do meu passado. Mas como vou seguir em frente se o passado continua me atormentando?

Talvez o meu pai esteja certo. Talvez eu nunca devia ter nascido. Talvez eu devia ter morrido na sua primeira tentativa de me assassinar.

Então porquê que continuo viva? Qual é o propósito, se ele me encontra sempre, onde quer que eu esteja? Por quê que a vida simplesmente não deixa a morte me levar? Assim seria menos um habitante nesse planeta, seria menos um peso para os meus mais próximos. seria menos uma preocupação do governo.

Ninguém se importa comigo, por isso ninguém ligaria se eu morresse.

Sinto as minhas pálpebras pesarem. Sinto a falta de ar. Sinto todo o meu corpo ficar leve. E ouço de longe a voz dele dizendo: "Você nunca devia ter nascido".

As minhas mãos que antes seguravam o pulso dele, perdem o resto de força que tinham. E então, perco todos os meus sentidos, e sinto uma sensação de paz.

Então é assim que a morte é. Escura e calma.

É, acho que vou conseguir conviver com ela.

☆☆

Resumo: A protagonista é ameaçada pelo o próprio pai e a mesma apenas aceite esse fim, sem revidar porque está cansada mentalmente de lutar.

Em Nome do Nosso AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora