Capítulo 09

20 1 3
                                    

Desconfiar da minha própria sombra tem sido algo que tenho feito diariamente, a cada segundo e minuto, não importa onde eu estiver ou com quem eu estiver, eu estou atenta

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Desconfiar da minha própria sombra tem sido algo que tenho feito diariamente, a cada segundo e minuto, não importa onde eu estiver ou com quem eu estiver, eu estou atenta. Não por me sentir observada, mas sim porque, desde aquele dia no shopping, tenho estado em alerta, seja no trabalho quando entra algum cliente, seja em casa quando vejo o vulto do Ginger, até mesmo no transporte público. O facto de não encontrar nada suspeito tem me deixado aflita.

Isso não está afetando apenas a mim, mas o Ginger também. Por precaução, decidi deixar as janelas de casa fechadas e por isso, ele não tem a possibilidade de sair na rua. Como resultado da sua raiva e frustração, tenho arranhões espalhados pelos braços.

O pessoal do trabalho também já percebeu a minha aflição. Sempre que perguntavam alguma coisa, eu mentia dizendo que está tudo bem, que é apenas a impressão deles. Se eles souberem da verdade, poderão ficar na mira dele. E eu não quero que ninguém se machuque por minha culpa.

Já não basta o que aconteceu.

Sou obrigada a deixar de lado o meu cabelo quando escuto o meu celular tocar. Saio do banheiro e volto para o meu quarto. Apanho o aparelho em cima do criado mudo, e sorrio ao ver a voto da minha tia na tela.

— Oi tia.

Retorno para o banheiro como celular encostado na orelha.

Parem de gritar! - por cima da voz da minha tia, é possível ouvir a gritaria dos meus primos. - Marcus, deixa a sua irmã.

Mas mãe...

Shiu! Eu quero silêncio por cinco segundos, por favor. — o silêncio se instalou do outro lado. Mas sei que vai ser por pouco tempo. — Marla? Alô?

— Oi.

Oi, querida. Como você tá? Há muito tempo que a gente não se fala.

— Eu tô bem tia. E você?

Eu tô bem, na medida do possível.  ela solta um longo suspiro.

— As crianças estão dando dor de cabeça, não é?

Como sempre.

Foi a minha tia, Virginia, que me criou, e eu a ajudei criando os gêmeos. Ela e o pai das crianças divorciaram logo no final da gravidez, mas ele mantém contacto e ajuda a minha tia financeiramente.

Não é fácil cuidar de duas crianças energéticas sozinhas. Por isso, quando decidi morar sozinha foi muito difícil para ela. Eu fiz isso porque eu não queria causar mais problemas para ela.

Como é que estão as coisas aí? 

— Tá tudo correndo bem. — não necessariamente, mas não quero procurá-la.

Volto para o meu quarto e me sento na cama.

Quem bom, meu amor. tal como eu disse, o silêncio durou pouco. Logo, era possível ouvir a voz dos meus primos no fundo. — Oh, meu Deus. — minha tia suspira.

Em Nome do Nosso AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora