Capítulo 02

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Soco

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Soco. Desvio. Um round de cada vez.

Soco. Desvio. Um round de cada vez.

Esse era a base do plano. Tão simples assim. Nada poderia correr mal. 

Ao menos era o que eu pensava.

Eu estava tão confiante, tão seguro que nem consegui focar na força para nocautear o meu oponente. Talvez se eu tivesse colocado mais força no punho, ele teria ficado mais tempo no lona. Ou talvez, ele é demasiado forte e conseguiu aguentar a dor.

Mais uma luta perdida, mais um motivo para eu continuar lutando. 

Já venci outras, por isso, essa não fará grande diferença, para mim. Mas para o meu treinador, Mike, pode ser mais um motivo para eu desistir do boxe. Contudo, ele sabe que isso não vai me fazer mudar de ideia. 

E, sendo o meu treinador e estando presente em todos os meus treinos, é normal ele estar chateado ou desapontado. Isso foi o que pensei até vê-lo entrar pela porta do vestiário com um ar sereno. 

Assisto o homem de 40 anos arrastar um banco e sentar no mesmo, à minha frente. Continuo sentado e de costas encostas na parede branca.

— Você lutou bem. — ele finalmente se pronuncia, após uns segundo em silêncios procurando por palavras, fixando os olhos nos meus. — Sabia que o oponente era mais forte, e você fez o que conseguiu fazer. Infelizmente, ele levantou antes do tempo. — Mike não espera por uma resposta minha porque sabia que eu estava demasiado cansado para sequer pensar no que dizer. — Amanhã, às 5h30, eu vou te buscar para treinarmos. Ok? — essa é a sua forma de dizer que eu preciso treinar mais. Balanço a cabeça, concordando. — Agora vai tomar banho e arrume as suas coisas. Vou te esperar lá fora.

Com isso, ele coloca o banco no lugar de antes e sai do vestiário.

Sozinho novamente, encosto a cabeça na parede e fecho os olhos, relembrando tudo o que fiz e o que eu não fiz, e o que deveria ter feito no ringue. Pois é nisso que terei que focar no treinos.

☆☆

A noite estava fria e no meio da escuridão avistei Abel e Liam sentados na porta do meu prédio. Estranhei a presença deles. 

— O que vocês estão fazendo aqui? — pergunto quando me aproximei dos dois.

Ambos se viram ao mesmo tempo.

— E aí, cara? — Abel atira o cigarro no chão, pisando o mesmo, e me cumprimenta com um toque de mãos.

— A gente tava esperando por você. — Liam levanta da escada

— Pra quê? — pergunto de cenho franzido.

Abel e Liam se entreolharam e sorriram.

— Eu te disse que ele ia esquecer.

Em Nome do Nosso AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora