Abro os olhos, sem me deixar afetar pela claridade do dia que entrava pela janela. No primeiro toque do despertador, eu desligo o aparelho. Sento na cama e passo a mão pelo rosto e cabelo. Solto um longo suspiro.
Foi apenas o mesmo pesadelo que tem me atormentado há messes. Não é bem um pesadelo, mas uma memória que não quer me deixar.
Estou tão acostumada com esse pesadelo que ele já não me afeta mais. Honestamente, não sei se fico feliz por acordar antes do despertador tocar ou se fico triste por não conseguir dormir o suficiente.
É impressionante como um sonho pode afetar o seu dia.
Ginger salta para cima da cama, e vem ao meu encontro.
— Bom dia, meu amor.
Passo a mão pelos pelos laranjas e o felino mia, saltando para fora da cama.
Ginger tem sido a minha companhia há cinco messes quando apareceu na janela do meu apartamento. Ele aparecia todos os dias para comer, e eu queria ficar com ele, mas como eu tinha acabado de mudar, eu não tinha condições para ficar com ele. E, quando consegui um emprego, o adotei e agora ele é o meu melhor amigo e sou feliz por ter ele comigo.
Contragosto, levanto da cama e começo a me arrumar para ir trabalhar. Antes de sair de casa, deixo a ração já pronta para o Ginger, no caso de ele querer comer.
O caminho até a cafeteria onde eu trabalho não é muito longe, então, coloco os meus fones e caminho até o estabelecimento. Apesar do frio, eu gostava de caminhar de manhã. Sentir o ar gelado batendo na minha pele me faz sentir viva.
CoffeLand é uma das cafeterias mais famosas daqui em Plimude e por isso está sempre movimentado.
Assim que entro no estabelecimento, o sino em cima da porta toca, anunciando a minha entrada.
— Bom dia, Marla.
Liz, que limpava o balcão, sorriu para mim quando me viu.
— Bom dia. — retribuo o sorriso para morena de cabelos curtos.
Atravesso o espaço e entro pela porta atrás do balcão. A sala dos funcionários era no fundo do estreito corredor, e para chegar lá, passo pela cozinha onde um delicioso cheiro de bolo e pão invade minhas narinas.
Já na sala dos funcionários, tiro o meu uniforme do armário e o troco pela roupa que vim de casa.
O uniforme combinava com a decoração do café. A saia e a blusa são verdes tal como as paredes e o avental é branco como o teto. Mas as paredes do café tinham desenhos de grafite preta e o uniforme é liso, sem desenhos.
Prendo o meu cabelo em um coque e saio da sala dos funcionários, indo para o salão, onde começo a anotar pedidos.
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Em Nome do Nosso Amor
RomanceDiego sonha em ser campeão de boxe e já lutou em vários ringues, mas em nenhuma dessas lutas ele conseguiu levar o cinturão para casa. Para Diego, cada vez que saia do ringue, seja como vendedor ou perdedor, era uma vitória para ele, era mais um pas...