Diego sonha em ser campeão de boxe e já lutou em vários ringues, mas em nenhuma dessas lutas ele conseguiu levar o cinturão para casa. Para Diego, cada vez que saia do ringue, seja como vendedor ou perdedor, era uma vitória para ele, era mais um pas...
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— Porque você parou? — Mike tira os olhos do jornal, mirando os mesmos na minha direção quando parei de saltar a corda.
— Posso descansar só por 1 minuto? — pergunto ofegante, o meu peito subia e descia conforme a minha respiração.
— Mais 30 minutos. — tomo iniciativa para falar, mas ele é mais rápido. — E se reclamar vai subir pra 60. — ele diz com seriedade, me encarando por cima dos óculos.
Respiro fundo e volto a saltar a corda. Mike volta a sua atenção ao jornal.
Três semanas já se passaram desde que o Mike me disse da luta com o Donnie. E durante esse tempo tenho treinado sem parar. Mike realmente está pegando pesado nos treinos. Nem nos domingos consigo descansar.
Mas todo esforço valeu a pena. Mike tinha uma meta de me fazer chegar aos 80kg, o mesmo peso do Donnie, e nós conseguimos chegar à essa meta. Hoje, faltando apenas 6 dias para luta, peso 80kg. Sem contar que estou mais rápido na defesa e mais resistente.
Não vou mentir que estou ansioso e animado para essa luta. Tenho estudado cada movimento do Donnie, e sinto que estou preparado para enfrentá-lo.
— Deu. — no mesmo segundo que Mike anunciou o final dos 30 minutos, paro de saltar e apoio as mãos nos joelhos, respirando fundo. Nem percebi os 30 minutos passando.
Mike levanta do do banco e se aproxima de mim, esticando a minha garrafa de água em minha direção. Ergo o meu corpo e tomo a garrafa de suas mãos e, em apenas um gole, seco a pouca água que restava.
— Por hoje é tudo, garoto. — franzo levemente o cenho, estranhando a sua decisão. Supostamente era para ele surgir com mais uma ideia para acabar de me matar. Mas ao que parece, eu estava errado. — Pode ir pra casa descansar. — ele bate duas vezes no meu ombro. Apesar de desconfiado, decido não dizer nem perguntar nada. — Amanhã continuamos. — Assinto com a cabeça. — Vou ter que passar no supermercado. Quer carona?
— Quero.
— Então se apressa. — Mike caminha em direção à saída da academia. — Vou te esperar no carro.
— Tá.
Corro em direção ao vestiário e tiro o meu saco do armário, colocando o mesmo no ombro. Saio da academia correndo, despedindo de alguns colegas pelo caminho. No lado de fora, encontro o Mike esperando por mim dentro do seu carro. Quando entro, ele arranca logo.
Momentos depois, Mike estaciona o carro em frente ao meu prédio.
— Já sabe. — tiro o cinto de segurança e olho para ele. — Amanhã de manhã a mesma hora.
— Sim, senhor. — bato continência e abro o porta do veículo, saindo do mesmo.
— A noite não é pra sair. — me agacho para poder olhar para ele. — É pra descansar. Eu quero você descansado amanhã. Entendeu?
