Primeira Dama- Segunda temporada

3

Sinto uma sensação de ardência correr pela minha garganta antes do líquido sair pela minha boca.

— Aí, meu Deus!- sinto uma mão passar pela minha testa, direcionado minha cabeça para que eu vomite no vaso.

- Procura ela!- Ouço alguém gritar

- Josh...

Tento sair dos braços da Sina que me segura por trás, mas ela me puxa de volta

- Não, Any!- ela sussurra fechando a tampa do vaso- Sobe!

Olho para ela entendendo pouco, mas a obedeço por não ter muita escolha, afinal que mal faria subir em um vaso.

Vejo ela subir com dificuldade na caixa de descarga, recolhendo o seu vestido pesado e o segurando contra seu peito.

Quase que imediatamente ouso a porta para o banheiro se abrir, e passos vagarosos baterem no chão.

- Olha todas as cabines, essa puta está em algum lugar!- sinto uma sensação de desespero dominar meu corpo ao reconhecer a voz

Olho para Sina, que tem sua atenção em mim, e a mesma leva um dedo aos lábios sinalizando que eu deveria fazer silêncio.

— Any!- o homem canta meu nome!- Filha!

Sinto meu corpo se alertar para a situação, ouvindo as portas das cabines se abrirem devagar, uma a uma.

- Eu sei que você está aqui!- ele diz- Acha que vai se esconder de mim?

Meu coração gela, sentindo a vaga possibilidade de ser tocada novamente por aquelas mãos imundas.

A medida que cada porta é aberta sinto meu coração bater mais forte, parecendo que sairia do meu peito, uma lágrima escorre pelo meu rosto, solitária como o sentimento que eu sentia.

Sinto a mão da Sina passar pelo meu ombro o apertando, dizendo silenciosamente que estava lá comigo.

Olhei para ela sorrindo levemente, quase que de forma imperceptível, e a vi chorar também.

Agora eu tinha entendido, que muito além de Heyoon, Sofya e Savannah. Sina tinha sofrido isso também, tinha sentido a dor de homens imundos tomando posse da única coisa que pertence a ela. Seu corpo muitas vezes não foi seu, e isso dói!

— Te achei!- me assusto vendo o rosto dele alegre, me puxando para fora daquele cubículo e me jogando no chão

Sua mão asquerosa pega meu rosto virando para si, e mesmo com a visão ainda turva consigo ver seu olhar de maldade.

- Você deveria ter me matado quando teve a chance!- ele diz antes de receber algo voador no rosto

Ele se afasta levemente com a mão no rosto e vejo Sina puxar meu braço, me levantando com dificuldade.

- Vem, precisamos ir!- ela diz apressada

- Sua vagabunda!- ela recebe um soco no rosto, a fazendo desmaiar de imediato

Vejo ela cair quase que em câmera lenta, quando seu corpo cai sob o chão, sinto um desespero tomar conta de mim.

Ele me levanta, me colocando sob a pia cheirando meu pescoço, enquanto eu choro.

As lembranças vêm a tona, me fazendo sentir dificuldade de respirar, enquanto sua mão passeia pelo meu corpo.

- Esperei muito por esse momento, minha criança!- ele diz apertando meu rosto- Então não finge que não está gostando!

- Você é nojento!- digo a ele com todas as minhas forças

- Ah, não fala assim!- ele diz se afastando- sabe que o papai é sensível!

Ele me acerta um tapa, me fazendo tombar para o lado, e em seguida outro.

- Daddy, não!- peço antes de ouvir um tiro que faz com que o sangue do Silvio se espalhe pra todos os lados juntamente com seus miolos

O corpo de Silvio cai em cima de Sina, que acorda com o barulho do disparo e grita, tentando se livrar do corpo.

Ergo meu olhar vendo Josh segurar uma arma, seu rosto machucado e seu terno ensanguentado me mostram que a dança com as velhinhas não foi tão fácil quanto ele imaginou.

Vejo ele se apressar em se aproximar, me analisando com cuidado.

- Me desculpa Gabrielly!- ele pede

- Daddy?- olhei para ele sem conseguir dizer outra coisa

- Me perdoa!- Ele pede com os olhos cheios de lágrimas, me abraçando