Primeira Dama- Segunda temporada

6

3 anos depois~

— você devia ver como aqui faz sol, parece que todos os dias é verão!- Heyoon comenta ao telefone

- quem me deram ter um verão assim!- digo dando uma pausa em meio às escadas

- Aí, ainda está nevando?- ela questiona

- Nevando seria uma palavra muito forte!- dou uma leve olhada em minha roupa- como estou?

- Hmmm, deixa eu ver... falta um pouco de...- ela sorri pra mim, vendo que eu estava preocupada- é brincadeira, você está linda!

- Assim espero, eu tenho que conseguir esse emprego Yoon, as coisas não vão nada bem!- viro o corredor, sentindo um calafrio percorrer meu corpo

Levanto meu olhar, vendo um homem andar a minha frente de terno. Ele passou por mim como um relâmpago, exalando uma atmosfera medonha que me fez temer seguir o mesmo caminho que ele.

- Any, Any!- Pisco algumas vezes antes de voltar a olhar para a tela do celular- tá tudo bem?

- É tá, sim, eu tenho que ir agora, mais tarde eu te ligo!- digo dando tchau pra ela que retribui

Sigo o caminho do homem que entra no salão onde eu deveria entrar, respiro algumas vezes antes de abrir a porta, dando de cara com...

Josh~

Os dias ainda parecem cinza, não chegam a ter tons de preto ou branco, apenas cinza, assim como em todos os dias nos últimos três anos.

- Sabe que está atrasado né?- Noah diz na porta do grande teatro

- Não tem como se atrasar para um baile!- digo entrando no lugar

- Não é um baile, é uma alto promoção, se você quer ser a pessoa mais influente desse lugar vai precisar...

- Noah, relaxa!- digo levando minha mão ao seu ombro, quando o celular dele toca- vou ir à frente!

- Não! Josh, Josh... não!

Ele berra enquanto dou passos ameaçadores para longe dele, o que por incrível que pareça agora é seu maior medo, me perder de vista, e se quer imaginar que eu voltei a procurar Any... eram os maiores medos de Noah Urrea.

Assim espero, eu tenho que conseguir esse emprego, Yoon, as coisas não vão nada bem!- ouço quando chego no topo da escada

A queda voz, aquele perfume... meu corpo se atentou ao fato de ela estar por perto, e em desespero andei, passando por uma mulher de cabelos longos e vestido branco.

Adentrei as portas do salão, procurando a morena com um sorriso radiante, cabelo curto e um gosto provocante para roupas, imediatamente fui até a primeira mulher que tinham o máximo de requisitos possíveis. Mas não chega nem perto!

Gabrielly fugiu de mim, ela se foi como todas as outras pessoas que um dia importaram para mim. Nunca pude imaginar que ver uma morena de 1,65 passar pela porta, fosse doer tanto.

A noite foi passando, pessoas conversando, dançando e bebendo. Mas pela primeira vez em seis meses minha mente não parava de pensar nela.

Senti a pressão de um corpo se chocar contra o meu, e seu perfume invade meu nariz, me deixando confuso.

- Ah mil perdões...- seus olhos encontram os meus

Enquanto minhas mãos erguiam a mulher a minha frente, era ela! Parece que eu não a vejo a séculos, seus cabelos estão tão grandes que quase batem na bunda, e seu vestido branco longo com mangas curtas. Cobre a maior parte de seu corpo.

Gabrielly nunca foi vulgar, sempre soube quando mostrar e como mostrar, mas nunca foi de cobrir absolutamente tudo, a única coisa a mostra eram seus braços e colo.

— Dad?- senti meu corpo gelar

- como assim pai?- um homem de olhos castanhos e cabelos loiros pergunta

- ah, é que...

- Josh, prazer!- estendo a mão a ele que

- Josh Beauchamp?- ele pergunta com um sorriso que surge em seu rosto ficando cada vez mais largo

- E você?- pergunto dando a ele apenas um olhar um tanto julgador

- me chame de Math!- ele diz lançando um olhar para Gabrielly que olha para seus próprios pés -sou um grande fã seu!

- Não sabia eu tinha fãs!- afirmo encarando Gabrielly que brinca com seus próprios dedos

Parecendo aquela garota que resgatei a anos atrás, tão indefesa, arriscaria dizer que ela pode chorar a qualquer momento

- Acompanho suas intervenções, você é um homem muito intrigante!- ele diz deslizando a mão pelas costas da morena me fazendo engolir minha própria saliva

- intrigante... está mais para obscuro!- Gabrielly diz levantando o olhar de imediato, se afastando levemente do homem- O que anda fazendo?

- Vocês são amigos?- ele pergunta sem deixar espaço para que eu responda à pergunta

Volto meus olhos para a morena, me aproximando levemente e ajeitando seu cabelo atrás da orelha

- Estou tentando ser relevante pelo mundo!- afirmo

- Quer dizer arrumando confusão!- ela ri me arrancando uma risada breve

- Sim, muita confusão!- volto meus olhos ao homem que nos olha confuso- somos velhos amigos!

Assim ele sabe, no fundo, de seus olhos deu pra ver, que ele tinha pego a mensagem, eu não estou nenhum pouco interessado nele, Gabrielly é o meu foco.

- Nunca imaginei te reencontrar assim!- ela diz com um brilho no olhar que fez meu corpo perder as configurações

Esse é o poder que ela tem sobre mim, me fazendo dar sorrisos não programados, falar coisas que não diria de jeito nenhum, e cometer ações que estão fora de cogitação.

- Você ainda dança?- apontei para a pista onde pessoas dançavam e conversam

- Ela não dança!- o Math afirmou com certa hostilidade, alcançando novamente Gabrielly com suas mãos e a trazendo para si

— hm, espero que não suma novamente!- eu disse para ela lançando um olhar desconfiado para o homem

Caminhei para longe onde encontro Noah e Sina conversando, camaleio para fora do recinto sentindo meu coração parar.

- Ei Cara!- Noah me chama sem entender muito- Você está bem?

- É ela!- digo caindo no chão

- Meu Deus!- Sina exclama vindo em minha direção

- Ela tá em perigo!- Digo sentindo uma lágrima solitária escorrer pelo meu rosto

- Quem está em perigo?- Noah pergunta se abaixando também

Sinto meu sangue que estava quente gelar, simplesmente por imaginar como aquele Math deve estar maltratando a minha Gabrielly.

Como ele molda ela as suas vontades, como ele a toca, mostrando poder, como seu corpo está estranhamente coberto demais, seu rosto com semblante preocupado e triste, a forma como ela o disfarça com sorrisos fracos.

— Gabrielly!- os dois se olham sem entender