Eu Nunca Te Odiaria 》Sam Carpenter

Chapter 9

Maxine Prescott

Meu dia já estava sendo horrível o suficiente, minha mãe não me atende desde ontem, hoje era o último dia para eu entregar alguma foto para o professor e eu não tinha nada para entregar.

Felizmente, hoje é um daqueles dias frios em que eu poderia apenas colocar um moletom e ir para a faculdade de um jeito totalmente confortável.

Eu já estava caminhando no pátio da faculdade quando recebo uma ligação, parei de andar para atender o telefone.

— Finalmente... - Falei assim que vi que a ligação era da minha mãe.

Quando atendi, comecei a escutar o barulho de várias pessoas falando no fundo, a voz da minha mãe estava um pouco abafada. Fiquei chamando por ela várias vezes mas ela não escutava, talvez ela tenha ligado sem querer enquanto passava por alguma multidão de pessoas.

— Sidney, pode nos falar sobre o novo livro da Gale Weathers ? - Escutei de longe um homem falando

— Não estou interessada - Ouvi a voz da minha mãe no fundo.

— Alô ? Mãe! - Tentei chamar a atenção dela várias vezes.

— Filha, me de só um segundo - Finalmente ouvi a voz dela sendo direcionada para mim.

Já que ela estava ocupada, decido seguir meu caminho até a sala do professor. Como de costume, passo pelo quiosque e compro o meu café diário e alguns chocolates, só assim para sobreviver ao dia na faculdade. 

— Obrigada - Agradeci o dono do quiosque e segui o meu caminho

— Maxine, ainda tá aí ? - Dessa vez a voz da minha mãe estava mais alta e não tinha barulho em volta.

— Que barulho era aquele ? - Perguntei me encostando em uma das paredes do corredor.

—Alguns repórteres apareceram aqui no local onde eu trabalho - Respondeu um tanto estressada.

— Você não me atendeu ontem... - Eu estava vendo o melhor jeito de iniciar aquela conversa

— Desculpe filha, acabei dormindo cedo ontem. - Senti um tom preocupado em sua voz. — Aconteceu algo ?

Fiquei um pouco em silêncio pensando qual era a melhor maneira de começar a perguntar, eu não poderia acusar ela de estar mentindo ou omitindo alguma parte da minha vida.

— Maxine ? - Sua preocupação aumentou

— Tem alguém me perseguindo - Resolvi falar a verdade de uma vez.

Um silêncio se instalou do outro lado da linha, mas antes mesmo que eu pudesse perguntar algo, ouvi sua respiração do outro lado da linha, ela estava tensa. Aquela situação me deixava com medo, eu me sentia observada em qualquer lugar que eu ia.

— Maxine... - Ela parecia relutante em falar comigo.

— Mãe, eu tô com medo - Senti algumas lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Acabei limpando-as rapidamente para ninguém perceber que eu estava chorando. 

— Filha... - Ela respirou fundo novamente. — Eu acho que está na hora de você saber uma coisa sobre a nossa família.

— O que ? - Respirei fundo, tentando controlar as minhas emoções.

— Eu quero que você saiba que eu te amo muito e eu só escondi isso para te proteger - Eu podia sentir sua voz pesando em um sentimento de tristeza.

{...}

Eu não sabia o que pensar, minha mente estava em um completo branco. Quanto mais a minha mãe falava o que tinha acontecido com ela em sua cidade natal, Woodsboro, menos eu conseguia assimilar o porquê de isso possivelmente esteja acontecendo comigo também, tudo isso por ter o mesmo sobrenome que ela.