- Oláaa, vadias - Henry chega dando tapas na bunda de cada uma das líderes de torcida, menos em Lisa, que está esparramada na poltrona parecendo prestes a cair no sono. Dou um abraço nele, agradecendo-o mentalmente por ter nos salvado daquele momento constrangedor de alguns segundos atrás - Pensei que você não ia aparecer, Anne - ele me olha de cima a baixo - Temos que levar essa daqui para umas comprinhas, meninas. Chega de usar cashmere, Anne! - algumas das meninas dão risadinhas, mas logo voltam a atenção para alguma coisa que Becca está falando.
- Quase furei com você, Alec descobriu sobre a festa - Henry faz seu famoso bico - Eu praticamente fugi de casa.- Eu já tinha avisado pra todo mundo aqui - Henry gira o dedo indicador no ar e aumenta o tom da voz - Que se você não aparecesse dentro de 1 hora, a gente iria levar essa festa até sua casa.
- É por isso que você é a rainha do meu mundo, Henry - digo e coloco meus braços em volta do seu pescoço.
- Vem, vamo preparar alguma coisa pra você beber - ele pega minha mão e sai abrindo espaço até a cozinha. Há algumas pessoas ali também, mas não tantas quanto na sala, sento em uma cadeira que está em frente à bancada enquanto Henry abre a geladeira, pegando algumas coisas .
- Cadê o Oliver? - apoio minha cabeça na mão e observo Henry misturar o que parece ser vodka com licor de menta.
- Terminamos hoje mais cedo - pisco algumas vezes, confusa.
- O quê? Por quê? - o que mais me surpreende é a naturalidade com que ele falou isso.
- Ué, Anne, porque sim. - ele dá de ombros e começa a balançar o quadril no ritmo da música - Todos sabiam que não ia durar. Eu não tô nem aí, vou deixar pra chorar amanha... porque hoje, meu bem, eu só quero dançar - Henry coloca a bebida que tinha preparado na minha frente, dá a volta na bancada e se senta ao meu lado.
- Sendo assim - bebo um pouco do conteúdo do meu copo e ofereço um pouco ao Henry, que bebe mais da metade em um gole só - Tem certeza que tá bem?
- Querida, eu estou ótima, me sinto plena - Henry cruza suas pernas e joga a cabeça para o lado. Ao fundo 7/11 da Beyoncé está acabando sendo substituída pela melodia inconfundível de Birthday Cake da Rihanna, que até uma leiga em música pop como eu reconhece. Olho para ele, que já está com um sorriso malicioso no rosto, viro de uma só vez o que resta da minha bebida e sigo Henry até a sala onde ele me empurra em direção a poltrona que fica ao lado da lareira. Solto uma gargalhada, já sei o que ele vai fazer...
- Come and put your name on it/your name on it/come and put your name on it - Henry se posiciona na minha frente, batendo palmas em volta do corpo, algumas cabeças curiosas começam a virar em nossa direção - It's not even my birthday - ele levanta um braço e estrala os dedos, não consigo parar de rir - But he want to lick the icing off/i know you want it in the worst way/ can't wait to blow my candles out - ele coloca as mãos nos meus joelhos, abrindo minhas pernas - He want that cake, cake , cake, cake, cake, cake, cake, cake - ele fica de costas para mim e começa a rebolar o quadril no meu colo, não consigo me conter e dou umas palmadinhas na bunda dele. Todos em volta estão nos olhando e encorajando Henry a continuar, mas logo ele diminui o ritmo até finalmente parar.
- espero que vocês tenham dado uma boa olhada, vadias, porque não iram ver isso tão cedo outra vez - diz Henry, mandando beijos para as pessoas em volta. Voltamos para cozinha onde Cam nos recebe com uma salva de palmas.
- Henry, você tem que ensinar essa dancinha para Anne - faço uma careta - Que foi? É sério, se quiser eu posso até te ajudar a ensaiar - Cam coloca as mãos na minha cintura, me puxando pra mais perto.
- Ah, docinho, foi ela que me ensinou - Henry dá uma piscadela pra mim e jogo meu cabelo para trás de uma forma teatral. Começo a rir sem motivo aparente, os dois copos de Vodka estão mesmoo começando a fazer efeito.
- Que é isso que você tá bebendo? - não espero uma resposta, tiro o copinho da mão de Cam e viro de uma vez. Nunca, jamais, em hipótese alguma, cometa esse erro. O líquido desce queimando e se não fosse pela mão de Cameron na minha cintura, eu teria caído - Que porra é essa, Cameron ?!- começo a tossir descontroladamente e ele desata a rir.
- Isso se chama tequila, Aninha. Tem que ir com calma - ele afaga minhas costas, ainda rindo.
- Não sai daqui! Vou pegar o sal e o limão e te ensinar a beber um shot de tequila - diz Henry, indo até os armários que ficam em cima da pia. Observo Cam, que está seguindo Henry com o olhar, no seu pescoço há uma marca de batom, passo meu polegar em cima e ele olha para mim com o cenho franzido. .
- Uma daquelas loiras deixou uma marca no seu pescoço - explico dando um meio sorriso e me afastando, indo sentar na sua frente, ele me encara de uma forma estranha, depois leva a mão ao pescoço, esfregando a região, desvio o olhar e encaro Henry, que já havia voltado. Cam pigarreia.
- Eu vou lá fora... hmm...tomar um ar, ou algo do tipo - ele me lança um olhar rápido e depois se retira.
- O que ele tem? - Henry o segue com o olhar até ele passar pela ilha da cozinha e sumir de vista.
- Vai saber - digo dando de ombro. Posso até demonstrar indiferença, mas essas mudanças de humor que Cam vem tendo nos últimos meses realmente me preocupam. Uma hora estamos rindo sobre a história de algum cliente bizarro que tinha aparecido na loja do seu tio e logo depois ele fica em silêncio parecendo nervoso e algumas vezes até mesmo irritado.
- Okay, florzinha, hoje Queen Henry vai te ensinar como tomar um shot do manjar dos Deuses, popularmente conhecido como tequila - afasto Cam de minha mente, tentando prestar atenção no que Henry fala - Tudo que vamos precisar é: um pouco de sal - diz, colocando um frasquinho em cima da bancada - Uma fatia de limão e a tequila - ele bufa - Agora me dá sua mãozinha - estendo minha mão para ele, que coloca um pouco de sal entre o polegar e o indicador, depois me oferece o limão e coloca tequila no mesmo copinho que Cam estava bebendo antes - Agora, preste muita atenção: - olho para Henry, sem piscar - Você vai lamber o sal - diz, apontando para minha mão - virar o copo - faço uma careta, lembrando da sensação - E morder o limão - respiro fundo e faço menção de começar, mas Henry me impede - Falta mais uma coisa - ele sobe em cima da bancada e dá um grito, olho em volta, várias pessoas começam a se aproximar de nós, Henry se curva em minha direção sussurrando para que só eu possa ouvir - Vamos fazer isso direito, Anne - ele levanta, joga o quadril para o lado e coloca a mão na cintura, para os outros ele berra: - Se aproximem! - olho de boca aberta para henry, sentindo o meu rosto ficar quente. O que diabos ele está fazendo?! - Preciso da ajuda de vocês, héteros - ele aponta para alguns meninos, que rapidamente se aproximam de mim - Para conceder minha amiga Anne - diz, apontando para mim - A experiência completa de virar um shot de tequila - ele pisca para os meninos, e desce da bancada - Vocês já sabem o que fazer.
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With a Little Help From My Friends
Roman d'amourAnne é uma garota de 17 anos que mora em uma cidade pacata e, por proteção excessiva (ou seria insegurança?), passou grande parte da adolescência dentro de seu quarto, enquanto os outros estavam por aí, se descobrindo. Ela sabe que não deveria ser a...