𝘈𝘗𝘖𝘊𝘈𝘓𝘠𝘗𝘛𝘐𝘊 - TOKIO HOTEL

Capítulo 18

Katrina

Acordei na sala. Me sento devagar e sinto minhas costas doerem

- porra... -resmungo fechando os olhos e suspirando

Passando as mãos por minhas costas eu me levanto devagar e abro os olhos vendo os garotos dormindo ao meu redor

- céus... -cubro minha boca vendo que eles fizeram de novo, foi igual aquela noite em que eu estava com dores

Sorrio e com cuidado passo dentre Georg e Bill que dormiram em um colchão no chão. Rio baixo ainda cobrindo a boca e vou para o andar de cima onde entro no meu quarto e pego minhas coisas para tomar banho e entro em meu banheiro fechando a porta, deixo minha muda de roupa limpa dobre o mármore da pia e penduro minha toalha antes de retirar minha roupa suja a colocando no cesto

- Tenho que lavar minha roupa de novo -suspiro e adentro o box o fechando atrás de mim conforme me estico abrindo o registro do chuveiro sentindo a água quente cair sobre meu braço começando a embaçar o banheiro

Ali tomo meu banho, não muito demorado para a água quente não acabar mas demorado o suficiente para me sentir relaxada e aliviar um pouco minhas cólicas e dores no corpo por ter dormido de forma desconfortável. Me enrolo na toalha após desligar o chuveiro e saio do box me secando antes de vestir minha legging preta, moletom grosso e sobre ele uma camiseta escura. Vesti minhas meias antes de calçar as pantufas e sair do banheiro indo para o andar de baixo.

- Bom dia -ao levar meu olhar para a cozinha vejo a mãe de Tom e Bill ali

- Bom dia -sorrio para ela me aproximando

- Como está? -ela passava água pelo coador fazendo o cheiro do café subir fazendo minha barriga roncar

- Com um pouco de dor -digo baixo indo em direção a geladeira

- Dormiu de mau jeito? -ela indagou conforme eu peguei algumas coisas na geladeira

- Isso e as cólicas -digo fechando a porta e indo até balcão

- Está com cólica? -ela parecia preocupada

Concordei soltando um suspiro conforme peguei o pão sobre o armário e uma faca na gaveta - Precisa de algum remédio? Eu posso ver se tem algum ou providenciar para você -ela sorriu de uma forma tão gentil que me senti acolhida

- Eu adoraria -sorrio de volta para a mesma. Abro um armário e pego um prato voltando para o balcão onde preparei 4 fatias de pão para comer, duas doces e duas salgadas

- Irei pedir -a mulher pegou o celular no bolso e se retirou pela porta dos fundos

Coloco a faca suja na pia e guardo o restante dos ingredientes. Termino de passar o café para a mulher e me sento na mesa começando a comer olhando para a sala vendo Tom se mexer no sofá, só então percebo que o mesmo está no mesmo sofá que eu me levantei a pouco, eu dormi junto dele, mas que porra! Me xingo mentalmente conforme mordo as fatias de pão amaldiçoando Tom que se confortava no sofá

- Desgraçado aproveitador.. -resmungo desviando o olhar terminando duas das fatias vendo a mãe dos meninos entrar na cozinha vinda de fora

Não acredito que eu dormi de novo junto de Tom, e eu dormi tão bem que nem cheguei a suspeitar para variar. Será que eu pedi pra ele dormir comigo? Mas se fosse o caso eu me lembraria já que não bebi nada alcoólico, porém eu poderia estar caindo de sono né. Foda-se, de toda forma irei bater nele, ele que se aproveitou de mim enquanto eu estava mal

- Vai chegar daqui a pouco -diz a mulher me tirando de meus devaneios. Sorrio e vejo ela se sentar com uma xícara na mão

- Obrigada -digo realmente agradecida, assim eu não sofreria tanto com dores a todo momento como venho sofrido nos últimos momentos em silencio, em silencio pois sou burra e não lembrei de pedir para comprarem pra mim quando minhas dores tiravam meu sono

- O que houve noite passada? -a mulher aponta para a sala com o queixo e eu volto a olhar os meninos dormindo

- Nada de mais -sorrio de forma fofa vendo Gustav limpar a baba que escorria de sua boca - Eu estava com dor então eles não quiseram me deixar em paz -mordo um pedaço de pão e o mastigo cm calma antes de continuar a falar - Na verdade eu estava emotiva, Tom me encontrou chorando no quarto e me arrastou até a sala onde ele e os meninos concordaram entre si em fazer um dia de folga assistindo filmes e comendo fastfood -olho a mulher que me encarava com um sorriso. Inclino minha cabeça para o lado franzindo a testa sem entender

- Me desculpe... É que -ela suspirou ainda sorrindo - Eles mudaram nesses últimos meses desde que você se juntou a eles -ela parecia orgulhosa, consigo dizer isso pelo simples fato de seus olhos brilharem igual a água cristalina de um lado - Eles se importam com você e cuidam de você... Tom não tem aparecido com tantas namoradas, Bill me liga falando sobre você e me enviando fotos que ele tira de você brincando com Gustav e treinando com Georg -ela estava tão... Eu não sei explicar, parecia que ela estava imaginando algo por trás dos brilhantes e sonhadores olhos - Por favor Katrina - ela me olhou saindo de seus pensamentos e se esticou largando a xícara sobre a mesa garrando uma de minhas mãos - Continue sendo a luz deles e não os abandone -eu estranhei e ri baixo no começo, mas com o peço de seu olhar e seu rosto firme eu percebi que ela falava a verdade, ela queria que eu prometesse a ela aquilo

- E-eu prometo -digo segurando em sua mão também. A mulher sorriu de novo após sentir a verdade em minha voz, uma verdade que nem eu tinha ideia que transmiti sem saber direito sobre oque a mulher falava

- Vocês vão longe, querida! -ela tinha convicção na voz firme - Eu tenho 100% de certeza disso -ela soltou minha mão se afastando e pegando a xícara de novo na mão bebendo o restante do café

Olhei os meninos que dormiam ainda e senti um arrepio sobre a espinha fazendo com que eu me encolhesse. Sinto como se tivesse acabado de assinar meu destino com as palavras que disse agora a pouco

- Bem -a mulher se levantou deixando a louça sobre a mesa - O remédio vai chegar logo, comprei algumas coisas nova -ela aponto para a cozinha e lavação - Aqui, para pagar o remédio e caso precise -ela soltou algumas notas sobre a mesa e veio em minha direção beijando minha testa - Se cuide, e cuide deles para mim -olhei em seus olhos antes dela se virar e sair pela porta da frente

- Pode deixar -digo baixo observando a porta por um momento

- Quem saiu? -pude ouvir Bill

Me assustei um pouco e me virei vendo o garoto se levantar

- Sua mãe -sorrio fraco pegando o pão com uma das mãos e o levando até a boca

Eu só tinha visto a mãe de Bill e Tom outras duas vezes fora o dia em que a conheci, mas a partir daquele momento em que seus olhos brilharam para mim eu tinha certeza que ela me via como alguém da família da mesma forma que os meninos me veem, ela seria a mãe que eu nunca tive da mesma maneira que eles eram os irmãos que eu sempre quis...