Capítulo 7

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Elara

Eu subi no ringue, sentindo a adrenalina percorrer minhas veias enquanto me preparava para lutar. Morgan estava na minha frente, parecendo tão confiante quanto eu.

Nós começamos a lutar, e eu sabia que tinha que estar sempre um passo à frente dela. Eu usei todas as habilidades que me ensinaram, me movimentando com agilidade e rapidez, usando meu corpo e mente em perfeita harmonia.

Eu bloqueava cada ataque de Morgan e contra-atacava com precisão. Meus movimentos eram fluidos e calculados, e eu conseguia prever seus próximos movimentos antes mesmo de ela os fazer. Eu poderia sentir a tensão no ar, enquanto os membros da minha família assistiam à luta com admiração.

Quando finalmente consegui desarmá-la, todos soltaram um suspiro de espanto. Assim que terminamos estendi minha mão para ela e descemos do ringue.

Meu pai me olhou com espanto e perguntou

- Como você aprendeu a lutar assim?

Sinto um nó na garganta, uma lembrança amarga que ainda me assombra.

- Fui criada para ser uma arma - respondo, minha voz um pouco rouca - Desde pequena, aprendi a lutar, queriam me transformar em uma arma implacável. Minha infância foi marcada por longas horas de estudo e treinamento físico intenso. Fui obrigada a lutar com pessoas muito maiores e mais fortes que eu, muitas vezes resultando em ossos quebrados e ferimentos graves.

Mas o pior de tudo era o treinamento mental. Ficava trancada em uma sala sem janelas, com a única companhia dos meus pensamentos e dos poderes daemati que eu estava aprendendo a controlar. Sem nenhuma distração, eu estava totalmente submersa em minhas habilidades, sem saber que o que estava acontecendo era errado.

Aprendi tudo que era necessário para matar alguém mas também aprendi tudo em relação a etiqueta para que eu pudesse manipular as pessoas quando aparecesse em público.

- Como puderam fazer isso, você era um bebê, uma menina indefesa - meu pai ficou fora de si, seus olhos brilhavam em fúria.

Ele gritou, seus punhos se cerraram com tanta força que suas unhas penetraram em suas palmas. Suas asas se expandiram para fora, preenchendo a sala inteira. Ele rosnou tão alto que os vidros da janela vibraram.

Minha mãe tentou acalmá-lo, mas ele não parecia ouvir. Ele então se vira para ela e grita

- Eu vou matá-lo! Tamlin não vai escapar dessa! Ele matou minha mãe e minha irmã e agora fez isso com a minha filha! Eu não vou descansar até ver ele morto!

Tia Nestha tentam se aproximar, mas ele afasta ela com um gesto brusco.

Como ele teve coragem de fazer isso com ela? – diz ele, volta a me encarar – Como ele pôde ser tão cruel?

Eu observo meu pai com medo e tristeza. Eu sabia que a revelação sobre meu passado seria difícil para ele, mas não esperava essa reação tão violenta.

Tia Nestha olha para mim

- Elara, sei que é difícil lidar com tudo isso, mas talvez você possa transformar essa experiência em algo positivo. Você tem muito conhecimento e habilidades que poderiam ser compartilhados com outras fêmeas da corte. Pense nisso.

- Eu vou pensar. Prometo. - me aproximo do meu pai - Eu sei que é difícil, pai. Mas você não precisa se preocupar com Tamlin. Ele já não tem mais poder sobre mim e nunca terá. Eu sou forte o suficiente para lidar com o meu passado e construir o meu futuro. Eu sou sua filha, lembra? Acho que herdei um pouco da sua determinação e coragem

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