- Só você ainda é virgem - comentou Maya, olhando para uma peça de lingerie vermelha e ousada.
Olhei para os lados, para ver se tinha alguém por perto e corei. Já não bastava meu circulo social saber que eu era virgem, agora o resto do mundo parecia ter que saber também.
- Olha Audrey, eu, se fosse você, dava logo para o primeiro cara que aparecesse em minha frente - disse Vivian enquanto examinava uma calcinha que parecia ser apenas dois fios brilhantes e desnecessários - O que acham dessa?
Colocou a calcinha contra o ventre e sorriu com malícia para mim e para Maya.
- É mais prático não usar calcinha do que pagar para usar isso aí - resmunguei, escolhendo lingeries de algodão que estavam em promoção.
Maya riu baixo.
- Bem, há certas coisas que você devia aprender - Vivian ergueu uma sobrancelha e deu um meio sorriso para o meu lado, abanando a calcinha de um lado para o outro - Esse tipo de calcinha não é para ser usada no dia a dia. Esse tipo de calcinha é uma das coisas que deixam os homens extremamente... excitados - sussurrou e depois tapou a boca com falso pudor. Fiz uma careta. Ela estava tirando sarro de mim - Se você agrada os homens, Audrey, os homens agradam você também.
- Eu estou no meio de duas pervertidas! - exclamei baixo, tentando não chamar a atenção.
- Ora, Audrey, se você quisesse ter virado santa, teria frequentado a igreja todos os sábados as oito. - rebateu Maya, piscando um dos olhos - Vai, querida, você não é nenhuma Madre Tereza de Calcutá.
Balancei a cabeça sem responder, tentando desviar minha atenção para os sutiãs.
- Você devia mesmo tentar - Vivian voltou ao assunto tão distraída com uma cinta liga, que mal sabia o que estava falando.
- Tentar o que? - perguntei - Vestir uma calcinha de dois fios de tecido? Eu ia querer ficar tirando ela de lá... - fiz um gesto sugestivo - o tempo inteiro. Odeio me sentir desconfortável.
- Ela não estava falando disso - Maya balançou a cabeça, com pena de minha ingenuidade - Ela estava falando que você devia tentar...
As duas olharam para mim e cerraram os olhos, olhando diretamente para a minha... vagina.
Eu odiava quando as duas paravam para me analisar de forma critica, apenas porque elas tinham mais experiência.
- Você devia tentar transar - disseram por fim.
- É bom, faz bem a saúde e a auto estima... - Vivian listou, como se estivesse fazendo uma lista de benefícios oferecidos por alimentos naturais.
- E emagrece! - completou Maya.
- Não é nem por emagrecer ou fazer bem à saúde... Mas sexo é... - Vivian gemeu, revirando os olhos em êxtase, arrancando de mim uma careta - Sexo é maravilho. Somente isso.
- Vocês não me fazem querer transar - resmunguei olhando para o relógio - Minha hora de almoço acabou. Tenho que ir.
- Certo, nos vemos ainda hoje? - perguntou Maya com seu sorriso de anjo diabólico.
- Talvez.
- Agora a tarde tenho que vender uma casa na costa leste, mas chegarei em casa cedo.Me liguem - informou Maya naturalmente, como se vender uma casa de um milhão na costa, fosse uma atividade rotineira.
- Não sei, talvez eu vá a um coquetel - Vivian sorriu - com Frank, é claro. Acho que ele irá me pedir em casamento essa noite.
- Casamento? - perguntei surpresa, vendo o sorriso vermelho dela aumentar - Porque?
