LG | Part. 3

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Certo... Ele era tudo o que eu havia imaginado e pedido pela minha encomenda pelo telefone. Tinha um temperamento cínico e me intimava explicitamente.

De duas, uma: ou eu lhe dava o dinheiro e o mandava embora (o que me deixaria um tanto deprimida) ou eu simplesmente o convidava para entrar, passar um tempo, conversar e depois eu o pagaria e o deixaria ir embora... A segunda alternativa parecia bastante razoável.

Sorri e respirei fundo, com o coração pulsando nas costas.

- Entre, vamos beber um chá.

Ele me lançou um olhar que eu não soube decifrar... Seu sorriso pequeno e breve era insinuante. Uma promessa.

Abri a porta e dei espaço para ele entrar.

- Fique a vontade e não se importe com o...

Mal terminei a frase e Budy pulava nas pernas longas e torneadas do garoto de programa, pedindo carinho e balançando o rabo loucamente.

- Você não precisa... – fui dizendo, até perceber que ele se abaixava para acariciar o cachorro. Budy chorou baixo, manhoso.

Cachorro traidor!

Observei a cena em silencio, sem saber o que pensar e, segundos depois, lembrando que eu estava com as compras nas mãos, fui para a cozinha.

- Qual o nome do filhote? – ouvi ele perguntar da sala.

Pousei as compras no balcão e me apoiei nele, pensativa.

- Qual o seu nome? – retribui a pergunta, esperando ele responder.

Silencio.

Budy latiu e eu andei até o batente da porta da cozinha, com os braços cruzados. O vi em pé, andando pela sala espaçosa, observando os poucos objetos que haviam espalhados por ali.

- Porque mantém seu apartamento tão impessoal? – perguntou sem responder minha pergunta.

- Te incomoda? – rebati.

Ele olhou para mim pelo canto dos olhos castanhos e sorriu desafiador.

Sua presença em meu apartamento era dominante e o nó que eu tinha em minha garganta me dizia que não conseguiria fugir dele.

- Não vai responder minhas perguntas? – ele perguntou vindo em minha direção.

- Não vai responder a minha?

- É assim que seu jogo vai começar?

Cerrei os olhos, começando a sorrir. Aquele homem era um tremendo mestre quando se falava em sedução.

Certo então, vamos jogar...

- É isso o que te atrai? Jogos? – questionei.

- É isso o que vai te fazer transar comigo?

Quase desmaio de palpitação.

Obviamente meu rosto permanecia sereno, com a expressão levemente gozadora.

Se ele soubesse que eu era virgem, provavelmente sairia correndo com meus 1,500,00  e nunca mais voltaria.

- Você acha que tem charme o suficiente para me seduzir?

Minha cabeça estava livre, leve e solta. Era bom flertar. Quem disse que não?

Mas também era bom manter distância.

Ele apenas sorriu. A boca generosamente cheia e um pouco vermelha se ergueu de um lado, sedutora.

Ele se aproximou, ficando a um palmo de mim.

Love GigoloOnde histórias criam vida. Descubra agora