- Meu Deus, Vivian deve estar tendo a melhor transa da vida dela! – exclamou Maya entrando em meu quarto, meia hora depois, enquanto eu arrumava minhas roupas.
Permaneci em silencio, ainda sem entender o que estava acontecendo.
Tudo parecia muito irreal e eu não podia e não queria acreditar que Eric estava ali, não comigo, mas com Vivian! Ele estava recebendo para dormir com ela e dizer que era seu namorado e eu não podia fazer nada, a não ser observar enquanto minha cabeça insistia em voltar para a noite em que perdi minha virgindade com ele.
Dobrei as ultimas peças de roupa e guardei no guarda roupa de mogno antigo, posto em frente à cama de casal. Aos pés da cama havia um baú talhado e lindo. O quarto era bastante rústico e confortável. Vivian dizia que o havia decorado para mim, assim como o de Maya, e eu o adorava, mas naquele momento eu não conseguia admirar sua beleza, eu não conseguia nem me concentrar direito no que Maya dizia.
- Tão másculo! – ela se jogou na cama e suspirou – eu estou precisando de um homem assim. Algo mais fixo, sabe? Talvez eu esteja ficando velha para casos rápidos...
- Velha?
Olhei para ela, que mais parecia uma adolescente animadora de torcida do que uma mulher de 25 anos que ganhava rios de dinheiro vendendo casas.
- As rugas aparecem querendo ou não, e com elas, a vontade de ter um relacionamento estável, sexo monótono e coisas assim.
Parei o que eu estava fazendo e olhei para Maya com uma sobrancelha erguida. Eu devia estar com problemas auditivos.
- Eu estou mesmo ouvindo isso?
Ela se sentou na cama, séria.
- Claro que sim! Não estou brincando... – fez uma careta – Tenho o mesmo desejo que vocês... Casamento, família e coisas assim...
Eu ri e balancei a cabeça.
- Não sei se posso acreditar nisso...
- Por quê?
- Hmm... Talvez porque sempre há uma fila de homens a sua porta, esperando você dar uma chance a suas pobres almas mortais e cantadas chulas...
- Uí! – Ela ficou em pé sobre a cama e sorriu.
A observei balançar durante alguns segundos e coloquei as mãos na cintura. Maya era uma eterna criança.
- Eu preciso de alguém forte – fez um gesto com os braços – viril, bonito... Com um charme de arrebentar meu coração e, claro, um... grande.
- Isso não parece fazer diferença – comentei, distraída, sem perceber que Maya poderia levar esse comentário para dois caminhos: pura ingenuidade da minha parte ou um sinal de experiência ocultada!
Ela ficou em silencio alguns segundos e desceu da cama, vindo em minha direção. Franziu o cenho e ficou tão perto, que eu tive que retroceder um passo.
- O que foi? – perguntei tentando fingir uma ingenuidade não existente.
- Certo... – ela sorriu lentamente – Algo está errado aí, mas não vou perguntar.
- Não comece com besteir...
- Eu te conheço há sei lá quantos mil anos, Audrey... Você está escondendo algo.
Corei e ela me cutucou, provocando cócegas.
Me esquivei em direção a cama e sorri.
- Não estou, não.
- Que mentirosa!! – exclamou correndo em minha direção e me jogando na cama, fazendo cócegas até eu não conseguir respirar de tanto rir – Você não é mais virgem?