UNO

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BASKIN KÖHLER

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BASKIN KÖHLER

A minha vida inteira eu sonhava com um amor daqueles que tira o seu fôlego ao mesmo tempo em que te dá a sensação de paz. Aquele amor que faz com que você se sinta em casa, que, finalmente, você encontrou o seu lar.

Eu pensava ter encontrado esse amor aos 21 anos quando me mudei para a Itália e conheci um rapaz que me mostrou a beleza e o amor italiano de tantas maneiras que eu nunca tinha visto. Estava vivendo em um sonho adolescente. Vivendo a vida que eu via em filmes e desejava ter.

Então, tudo se foi. Igual cinzas ao vento. Bem, ele se foi, eu fiquei. E junto a mim, ficou um pequeno ser humano de olhos castanhos e muito sorridente.

O meu amor digno de uma comédia romântica acabou no exato momento em que contei para Matteo que estava grávida. De repente, ele estava andando pela sala desesperado usando as mãos do seu jeito mais italiano possível para demonstrar o seu descontentamento com a notícia. Dizia que não estava pronto para ser pai, mas pensando bem, acho que ele só não queria ser pai. Arrumou suas malas, pegou suas chaves e saiu. Me deixando lá sozinha, em prantos e com o medo de ter que criar uma criança completamente sozinha.

Mas, para a sorte do meu pequeno filho, meus pais me criaram para ser uma mulher independente e forte o suficiente para não precisar de homem algum. Então nos últimos 3 anos, tenho criado Asher completamente sozinha, sem a necessidade de ter um pai por perto.

Porém, isso durou até eu ser demitida e ter uma dívida de quase 8 mil euros em um hospital após Asher adoecer.

Uma semana longe do trabalho foi o suficiente para que decidissem me jogar na rua, mesmo se eu estivesse em uma situação extrema emergência. Agora tenho aluguel, despesas da casa, mensalidade da creche e uma dívida no hospital e não sei como farei para pagar tudo isso sem ficar no vermelho. Preciso conseguir um emprego rapidamente ou então arrumar uma maneira de não ficar com mais dívidas do que já tenho.

Asher me tira dos meus pensamentos ao entrar correndo no quarto junto de seu ursinho ferrarista, que atende pelo nome de Charles, homenagem ao piloto da Ferrari. A chupeta que estava na sua boca é arremessada na minha cara e eu solto uma risada.

- Buongiorno, mio amore. - Abraço ele inalando o doce cheiro de bebê.

- Bom dia! - Deixa um beijo em minha bochecha e se deita ao meu lado. - Corrida! - Ele diz se levantando para sair do quarto em direção à sala.

Sigo ele e o encontro já sentado no chão, arrumando o ursinho ao seu lado como se ele fosse uma pessoa assim como Asher.

- Em qual posição tá o seu piloto? - Perguntei e ele responde que é do primeiro lugar.

A largada é dada enquanto eu preparo o café da manhã. Consigo ver Asher quase pular dentro da televisão de tão nervoso que fica assim que ambas as Ferraris, que largaram do primeiro e do segundo lugar, são engolidas por uma Red Bull e por uma Mercedes. Dou risada das reações do meu filho ao assistir a corrida. Ele é um fanático pela Fórmula 1, mas especificamente pela Ferrari, e isso era graças ao meu pai, que é outro fanático.

- Ash, vem comer. - Chamo o pequeno que resmunga por não querer perder nada da corrida. - Vamos. Você não vai virar piloto se não comer direito. - Ele decide levantar e se senta ao meu lado pegando o seu pão com ovos mexidos pois, de acordo com ele, ovos normais são feios.

- Tá muito bom, mamãe. - Fala com a boca cheia e faz um joinha para eu saber que ele aprova.

O resto da manhã de domingo se dá por Ash correndo pela casa comemorando a vitória de umas das Ferraris e pela ligação de meu pai para conversar sobre a corrida, já que era uma tradição entre eles dois desde que meu filho demonstrou claro interesse no automobilismo, e meu pai, obviamente, amava finalmente ter alguém para conversar sobre Fórmula 1, amava ainda mais que era seu neto com quem ele falava sobre.

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Espero que vocês tenham gostado!

ACCIDENTAL CHEMISTRY | CHARLES LECLERCOnde histórias criam vida. Descubra agora