Há poucos minutos, meu primo de 8 anos caiu.
Estavamos todos na casa de minha avó para um almoço de Dia das Mães, todos despreocupados. Ele estava se pendurando em uma rede que estava presa no alto quando caiu e bateu a boca no chão, isso logo depois de ter sido avisado por muitos que não deveria mexer na rede.
O irmão mais velho dele, meu primo preferido foi o primeiro a reagir, correndo até ele e o pegando para levar até a adulta mais próxima.
Falando assim parece que foi algo bem simples, nada muito detalhado, porém deu briga.
Tudo porque o irmão mais velho segurou o pequeno de um jeito bruto pela parte de trás do pescoço e segurou suas mãos. Minha irmã mais nova não deixou isso passar batido, e logo contou para minha tia preferida, que estava com o mais novo chorando no colo. Assim se iniciou a briga.
As tias começaram a brigar com o mais velho, inclusive a mãe dele por ter pego o irmão assim, e logo ele se estressou, e discutiu com elas também, que não cessaram, e minha irmã não permaneceu calada.
Logo ele saiu, pegou suas coisas e foi embora.
Todos ficaram contra ele, e ok, o que ele fez foi errado, mas eu lembro muito bem que quando éramos nós as crianças (eu e ele), apanhavamos quando fazíamos coisas assim (cair da rede) após avisos para não fazer.
Nós dois, principalmente ele, não fomos criados com compreensão quando fazíamos besteiras, e sim com ameaças de surra (o que acontecia comigo) e a própria surra (o que acontecia com ele).
Eu sei que não posso justificar uma coisa pela outra, mas eu não consigo ficar contra ele, não quando eu fazia o mesmo.
Eu encrencava, e muito, com a minha irmã. Já fui até ameaçada de faca por ter batido nela (cortesia da minha mãe).
Meu pai vive dizendo que só me bateu uma vez, mas é mentira, afinal, ele é um homem bruto, por mais doce e brincalhão que pareça.
Meu primo pode ter errado com sua reação, mas, para mim, minhas tias e irmã foram duras de mais com ele por algo tão bobo.
Eu não tenho lados, para mim todos estão errados e certos. Todos são bons e ruins. É algo da realidade, pois pelo que eu entendo, não existe essa de herói e vilão, existem pessoas cheias de defeitos e qualidades, cada um com seus traumas e passados, cuja vida, ações e palavras não são de meu controle, e não devem ser de meu interesse.
(14 de Maio de 2023)
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De: mim, para: mim (e qualquer um que queria ler)
Non-FictionMeu nome é Heloiza Marques ou Átilla Oliver (pseudónimo de autora), sou uma garota de 16 anos atualmente (2023). De um tempo para cá muitas coisas aconteceram comigo, e tive vontade de escrevê-las, então decidi criar uma espécie de "autobiografia" p...