Hoje à tarde, enquanto escrevia, ouvi uma mãe, minha vizinha de porta, aos gritos com seus filhos.
Não é a primeira vez que isso acontece. Vez ou outra ela grita, ou seu marido grita. Os filhos dela têm 17, 10 e 6 anos, aproximadamente.
Outras vezes é a vizinha da esquerda. Ela grita e chama sua filha de criança, como forma de reclamação. A menina tem 5 anos.
Outras vezes era o padeiro. Ele grita e diz que sua filha não sabe fazer as coisas e não tem responsabilidade. A garota tem 22 anos.
Outras vezes são minha tias. Elas gritam porque seus filhos fazem bagunça, gritam e às vezes brigam. Os meninos têm de 8 a 10 anos.
Outras vezes é minha mãe. Ela grita cobrando coisas que não são nossa responsabilidade ou dizendo que algo que nós não fizemos está errado. Eu tenho 17 anos e minha irmã tem 13 anos.
São idades distintas, mas é sempre o mesmo. Gritos, xingamentos, ofensas, censuras. Às vezes com motivo, às vezes não. Mas mesmo com motivo, nunca achei que justificasse.
Para mim, se você é pai ou mãe de alguém é seu dever educar, cuidar, amar e respeitar seus filhos.
Eu não sou mãe, mas é meu desejo um dia ser. E eu observo muito, percebo o quanto é difícil, que nem sempre você como responsável por aquela criança vai saber como educá-la, que nem sempre você vai estar bem, que nem sempre você vai conseguir cumprir com o seu dever da forma certa, mas é para isso que existe o reconhecimento do erro e a segunda chance.
Inclusive, ensinar isso aos seus filhos com ações é uma coisa incrível, porque crianças não seguem concelhos, seguem exemplos.
Pai e mãe também podem errar, mas devem reconhecer o erro, se arrepender e tentar de novo da melhor maneira. Não é errado dobrar a língua, engolir o orgulho e pedir desculpas aos filhos em caso de falhas, pois assim a criança aprende vendo, e segue o bom exemplo.
Isso sim, eu acredito que todo pai, mãe, avô, avó, tio, tia, padrinho, madrinha, vizinho, vizinha, filho e filha deve aprender a fazer todos os dias.
(25 de Fevereiro de 2024)
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De: mim, para: mim (e qualquer um que queria ler)
Non-FictionMeu nome é Heloiza Marques ou Átilla Oliver (pseudónimo de autora), sou uma garota de 16 anos atualmente (2023). De um tempo para cá muitas coisas aconteceram comigo, e tive vontade de escrevê-las, então decidi criar uma espécie de "autobiografia" p...