Ontem a noite eu estava na igreja perto de casa. Tinha acabado de tocar em uma missa em comemoração ao dia do padroeiro, São Francisco de Assis. Estava comendo um bom pratinho de arroz com galinha quando comecei a encarar as crianças brincando.
Era um grupinho grande, uns seis garotinhos e umas três garotinhas de cinco a oito anos brincando de super heróis com caixas de fogos de artifício vazias e alguns cones de papelão.
Correndo, gritando, falando frases de efeito, encenando lutas.
Enfim, sendo crianças.
Até aí tudo bem, mas olhando mais para frente, em cima de um pequeno palco dentro da barraca de eventos sociais, vi a filha mais nova do meu ex-professor de música, uma menininha de três a quatro anos, apenas observando os mais velhos brincando com curiosidade.
Vê-la assim me fez lembrar de quando eu era criança e decidia ficar apenas observando os outros brincarem.
A maioria das vezes as meninas ficavam brincando de boneca e os meninos inventavam lutas.
Sempre achei as brincadeiras dos meninos muito mais interessantes, mas admito, nunca entendi nem antes nem agora como exatamente elas funcionavam.
Eles pareciam ter mais imaginação, ou apenas menos vergonha, e era sempre mais divertido brincar com eles, mas sabe aquela consciência de não saber exatamente o sentido daquilo? Bem, era assim que eu me sentia.
Talvez eu fosse uma garotinha estranha, mas tudo bem, eu também sou uma adolescente estranha e nem por isso minha vida é ruim.
(05 de Outubro de 2023)
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De: mim, para: mim (e qualquer um que queria ler)
No FicciónMeu nome é Heloiza Marques ou Átilla Oliver (pseudónimo de autora), sou uma garota de 16 anos atualmente (2023). De um tempo para cá muitas coisas aconteceram comigo, e tive vontade de escrevê-las, então decidi criar uma espécie de "autobiografia" p...