20:30 | 1997 | Leipzig Alemanha.
-- Aquele palhaço barrigudo está me encarando. -- Gustav cochicha enquanto observa o palhaço que estava fazendo malabares sorrindo para o garoto.
-- Deve ser porque você está todo melecado de ketchup. -- Digo fazendo cara de nojo.
Eu, Gustav, e o senhor e senhora Schäfer estávamos numa pizzaria temática de circo que tinha inaugurado, a irmã de Gustav estava com o namorado, e meus pais e Anthony estavam em casa, meus pais estavam entrando com a papelada do divórcio e Anthony quase não parava em casa, estava tudo um caos, então sempre ia para casa dos meus padrinhos que eram os pais de Gustav, a gente era unha e carne, meu amigo favorito.
-- Querido você precisa aprender a lidar com seus medos, ele é apenas um homem fantasiado, tome se limpe. -- A mãe de Gustav diz calma enquanto o entregava um guardanapo.
-- Eu não tenho medo de palhaço! Eu só sou cuidadoso, eles me perseguem, o segundo trabalho dele deve ser assasino de aluguel e tráfico de crianças. -- Ele fala convicto, Gustav era paranóico, mas as paranóias deles geravam boas histórias que ele contava a noite.
-- Eu vou tirar o carro do estacionamento, espero vocês lá fora. -- O pai de Gustav diz voltando do caixa.
Saíamos da mesa, lavamos nossa mão e quando estávamos indo embora pulo em Gus dando uma risada de palhaço o mais macabra que consegui fazendo o garoto dar um grito e arregalar os olhos.
-- MERDA ARI!! EU ACHEI QUE ERA O DIABO DO PALHAÇO. -- Ele fala parecendo um tomate de tanta vergonha, todos estavam olhando para ele, eu nem me aguentava de tanto rir.
-- Olhe a boca Gustav! -- Minha madrinha diz a seu filho, ele retruca baixinho que nem é um palavrão até porque é uma palavra curta.
Estávamos chegando na rua de nossa casa eu via carros de bombeiros e ambulâncias passando com pressa ao lado do nosso carro.
-- Deve ter acontecido algum acidente de carro, hoje choveu o dia inteiro. -- Meu padrinho fala, eu olhava para o céu enquanto o vento batia em meu rosto, não tinha nenhuma estrela nele, hoje o céu estava triste, e se ele estava triste eu também estava.
Estávamos se aproximando de nossas casas, o carro para e eu congelo, parece que tudo que importava tinha ido embora, eu estava me sentindo o último humano da terra orbitando em um buraco negro, eu me sentia vazia ao ver aquela casa, a minha casa em chamas, só restou cinzas e poeira de corpos que um dia foram de minha família. Sempre achamos que vamos ter mais tempo, mais tempo para se desculpar, para dizer eu te amo, para abraços, e aí, o tempo acaba.
Minha casa estava destruída, minha família morta, o motivo do incêndio, ninguém sabe, e só restava uma criança de 8 anos de coração partido.
Se passaram 5 meses desde o incêndio, eu estou morando com os meus padrinhos, agora eles são oque me restam além de meu tio drogado que é mendigo em Berlim, eles estão acertando a papelada de adoção pra eu poder morar legalmente com eles. Estou fazendo terapia mas sempre minto, eu digo o que a doutora quer ouvir ou seja que os dias estão sendo bons, na verdade é uma meia mentira os dias estão legais Gus me apresentou uns amigos deles, um que toca baixo e que cola meleca em baixo do banco escondido, e os gêmeos Bill o do cabelo esquisito gentil, e Tom que roubou minha gaita, Gustav deu um soco nele (que fez Tom rir da cara dele) e obrigou ele a me pagar um sorvete. Mas as noites, nelas eu sempre me pego pensando demais, sempre lembro deles, sinto saudade da minha casa, eu não tinha uma relação boa com meus pais, eles sempre foram agressivos e impulsivos, entre eles e comigo, mas eles eram os meus pais, os únicos que eu tinha, eu não ia deixar de ama - los independentemente de qualquer coisa.
E nessas noites estreladas ou não, eu me deixava a chorar, até que com o tempo me cansei, percebi que a responsável da minha felicidade era só minha, eu era uma borboleta que depois que completa a metamorfose, jamais iria voltar a rastejar.
Eu tocava e cantava a madrugada inteira, ou tentava, eu repetia, repetia, até sair exatamente como eu queria, a cada nota eu sentia que minha mente estava flutuando no espaço, vagando em meio as estrelas, a música me trazia a paz que o mundo me tirava, eu iria me fazer feliz, eu iria me tornar a melhor depois eu iria transbordar e inundar a porra do mundo inteiro. Meraki é um termo de origem grega que significa "dar parte de si em algo", "fazer algo com a alma". Eu tocava guitarra com tudo que eu tinha, que sejamos Merakis!!
Algum tempo depois, eu passava a maior parte do tempo com os garotos, tocando, jogando, brincando, e outras outras milhões de coisas que inventamos, Depois de uma apresentação de Natal para que apresentamos para as nossas famílias com uma música que nós mesmos criamos, pensamos "porque não criar uma banda?" afinal, todos tocam ou cantam, e somos bons demais para mostrar nosso talento apenas pra nossa família, o mundo precisava ver essas crianças.
Depois disso nós só subimos cada vez mais, nos tornamos umas das bandas mais ouvidas do momento, e eu agradeço aos meus colegas de bandas, meus melhores amigos, que nunca desistiram de mim, vocês me salvaram quando eu nem sabia que precisava ser salva.
NA: contei um pouquinho da história da Ari pra vocês entenderem um pouquinho melhor a vida dela, e vai ser bem importante o passado dela na história, essa menina só vai sofrer viu rs KKKK meme amores.
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𝗕𝗼𝗿𝗻 𝗧𝗼 𝗗𝗶𝗲 | Tom Kaulitz
Fanfic𝘽𝙊𝙍𝙉 𝙏𝙊 𝘿𝙄𝙀 | Depois da morte de sua família, uma garota se vê completamente sozinha e sem chão, só não imaginava que os garotos da banda que criará na infância, a levariam pro auge da fama onde todos faziam de tudo para estar nos holofotes...