Make love, not war

Capítulo 11

"I need to know now, know now, can you love me again?"

Um remix de Love me Again escoava pelo salão, que por sinal estava totalmente decorado com mesa de jogos, já que o tema dessa vez era "Uma noite no cassino".

Eu vestia um vestido tubinho, tomara que caia, dourado, com o cabelo solto e uma maquiagem caprichada no preto. Enquanto Annie usava um vestido vermelho, combinando com a gravata da mesma cor que Finnick vestia. Eu tinha que admitir, eles faziam um casal digno de tapete vermelho do Oscar.

Peeta estava em cima do palco, provavelmente testando alguns equipamentos, com uma roupa que não fazia tanto o estilo dele, mas que caiu ainda melhor do que se ele estivesse com uma jaqueta de couro. A blusa social preta que ele usava, com as mangas no cotovelo, deixavam claro o quanto o loiro havia malhado e o colete cinza, deixava-o ainda mais bonito, ou gostoso, se preferir.

Passei um olhar pelo salão, já havia algumas pessoas na pista de dança enquanto outras estavam encatadas por alguns jogos de mesa, mas não havia nem um sinal do Crane.

- Não era para você estar ajudando seu amiguinho, Odair? - perguntei à Finnick que tentava fazer cosquinhas na Cresta, enquanto eu olhava para a cara de confuso de Peeta.
- Você pode ir lá ajuda-lo, Everdeen - disse ele. Bufei, coloquei o copo, que agora só tinha gelo e um pedaço de limão, na mesa e fui.
- Pecisa de ajuda, Peeta? - susurrei no ouvido do loiro.
- Não, obri... - disse ele, dessa vez, virando para mim. O loiro olhou rapidamente para mim, como se tivesse medo do que poderia fazer se olhasse profundamente e virou de costas novamente - ...gada, Katniss. Eu já estou terminando. - bufei - Olha bem com quem seu namorado está chegando no salão. - disse Peeta com sarcasmo.

Ele poderia entrar com a Lady Gaga vestita de carne, se ele quisesse, mas não, ele escolheu logo o diabo vestidindo prada. A única pessoa com quem eu nunca me daria bem na vida, a minha querida "irmã" Glimmer. Revirei os olhos e escutei Peeta rindo de deboche. E como se não bastasse, os dois estavam vindo em direção ao palco, com Glimmer agarrada no braço esquerdo do Seneca.

- Olá, irmãzinha - disse Glimmer ao chegar perto de nós com a voz garregada de falsidade - Peeta, guarda uma dança para mim - então ela piscou para ele.

Olhei feio para Peeta e saí do palco querendo pular em cima do pescoço de alguém.

- O drink mais forte que você tiver aí, por favor - pedi ao barman. Eu precisava ficar muito bebada para suportar Glimmer. Vi o cara misturando alguns liquidos e depois colocando o copo na minha mão, o qual eu fiz o favor de virar guela a abaixo.
- Vai com calma, sweet - disse o Crane tirando o copo da minha mão - Desse jeito você não vai aguentar nem ficar em pé depois.
-Eu posso saber o que você estava fazendo com aquela loira sem sal? - disse, tomando o copo da mão dele de volta e bebendo o resto do drink.
- Você está com cíumes? - disse ele rindo e antes que eu podesse sair ele segurou meu braço - Ela estava do lado de fora, disse que estava te procurando, mas tinha vergonha de entrar só. Então eu fiz apenas um favor, tolinha.
- Não é cíumes, eu só não gosto dequela menina - falei - E acho melhor não ficar perto dela se quiser alguma coisa comigo.

Então ele sorriu e me beijou. E é claro que eu deixei, por que eu sabia que o Mellark estaria olhando.

- Vamos dançar, eu adoro essa música - disse, quando começou a tocar "Burn", puxando o Crane para a pista.
E na mesma hora, eu vi Peeta descendo do palco e puxando Glimmer para a pista também.

"And we gonna let it burn, burn, burn, burn"

P.O.V Peeta Mellark

Se controla, Peeta, você agora é apenas amigo dela. Você sabe que ela quer que você entre no jogo, você quer que ela saiba que está conseguindo te enlouquecer. Em todos os sentindos. Seria mais fácil se ela pelo menos não estivesse com aquele vestido, que marcava bem cada parte do corpo que eu já havia sentido. Mas que mal faria uma dancinha, né?

- Vamos dançar? - perguntei a Glimmer e ela acentiu com a cabeça, então a puxei para a pista de dança.

E ela já estava lá, dando o seu showzinho, com as mãos pro alto, a cabeça jogada para trás, enquanto seu quadril movia de um lado para o outro, seguindo exatamente o ritmo da música. O Crane estava logo atrás dela, com as mãos sobre o quadril da morena. Era para ser eu, pensei.
Glimmer tentava imita-la na minha frente, mas ela não tinha o corpo que Katniss tinha, ela não me fazia desejo como a morena fazia, por que só ela tinha esse efeito sobre o meu corpo. Então Seneca começou a beijar o pescoço dela e agora ela mantia os olhos abertos vidrados em mim, com um sorriso maroto estampado no rosto, como se dissesse "você perdeu, babaca".

Então fiz Glimmer virar para mim, que colocou seus braços envolta do meu pescoço e agora não só como ela, mas eu também mexia o quadril. Glimmer soltou a mão da minha nuca, desceu para o colete que eu usava e desabutuou, depois, desceu rebolando lentamente até ao chão. Depois subiu, então passei a mão por trás do cabelo e a puxei para um beijo.

- É isso aí, pessoal! Gostei de ver, vocês colocaram fogo nessa pista mesmo, hein? - disse o DJ, parando a música. Parei de beijar Glimmer e vi Katniss ainda agarrada com aquele idiota. - Mas agora eu vou dar uma pausa - as pessoas reclamaram - Calma, calma, ainda temos uma banda! - então o público vibrou - Por favor, integrantes, juntem-se no palco e QUE COMECE O SHOW!

P.O.V Katniss Everdeen

- Não precisa me guiar, eu estou bem. - disse colocando minhas duas mãos na parede para não cair.
- Bem? Você bebeu em uma noite mais do que eu bebi na vida. - disse Seneca, rindo - Vem aqui. - e então ele me colocou no seu colo como se eu fosse uma criança.

Eu até poderia reclamar, mas era muito mais fácil ser carregada do que tentar ir me arrastando até o quarto.

O show já havia acabado, mas a festa ainda rolava. Se bem que eu não era a pessoa certa para dizer, a última coisa que eu lembrava era de Peeta cantando "Just friends" da Amy Winehouse, mudando um pouco o arranjo.

A frase "when will we get the time to be just friends?" não saía da minha cabeça. E é claro que a carapuça serviu perfeitamente para mim. Foi ele mesmo que propôs a amizade, não? Então por que ele estaria contestando isso agora? Por que tínhamos tanta dificuldade em manter uma promessa? Foi então que eu decidi encher a cara.

- Chegamos. - disse Seneca me colocando no chão novamente - Você tá com a chave?
- Alohomora! - brinquei, apontando a chave para a porta, o que fez Seneca rir e depois pegá-la da minha mão.

Porém no lugar de abrir a porta, ele a guardou e se posicionou na minha frente, colocando uma de suas mãos na minha cintura e outra na parede, para se apoiar.

- Eu era tão apaixonado por você, Katniss. - disse ele - Era não, sou. - e sorriu.
- Eu não entendo por que alguém se apaixonaria por mim... - sussurrei, olhando para baixo.
- Eu não entendo por que alguém não se apaixonaria. - ele disse levantando a minha cabeça e me dando um selinho - Você é uma mulher maravilhosa, só que ainda não descobriu.
- Você quer entrar? - perguntei sorrindo.
- É melhor não, você precisa tomar um banho e dormir. Amanhã eu te procuro, ok? - então ele abriu a porta, devolveu a chave e me deu outro selinho - Boa noite, sweet!

Não tive nem tempo para pedir que ele não fosse. O que pode soar estranho, mas eu queria que ele ficasse, por que não queria ficar sozinha, não queria ter que pensar em Peeta mais uma noite.

Eu não sei se foi o álcool que ainda fazia efeito em mim ou se foi o medo de ficar só, mas no momento a única coisa que me parecia certo era ir atrás do Crane, então eu fui.

Bati em várias portas erradas e nada de encontrar o Seneca. Parei em frente à outra porta e pensei "se não for aqui, é sinal de que eu não tenho que encontrá-lo". Bati uma, duas, três e até quatro vezes e ninguém abriu. Sentei de costas para a porta, cansada demais para voltar ao meu quarto.

- Katniss? - foi então que a porta se abriu e eu caí de costas.