Desceram do ônibus ainda meio desnorteados com o que havia acabado de acontecer. Kuroo não conseguia acreditar que realmente havia beijado Sayuri, e se perguntava de onde havia tirado coragem para pedir por aquele beijo. Sempre foi um cara extrovertido, mas nunca tivera muito jeito com garotas, se perdendo em seus próprios pensamentos quando tinha que falar com ela. Apesar disto sentia que com Sayuri as coisas eram diferentes, considerava ter um nível de intimidade o suficiente para assumir que eram amigos.
Se bem que amigos não se beijavam, não é mesmo? Suspirou frustado com sua própria incapacidade de pensar logicamente quando o assunto era a garota. Talvez tivesse sido o carinho gostoso que ela fizera em seus cabelos e o ambiente escuro e silencioso que proporcionava o clima perfeito para que algo romântico acontecesse. Desvirou a atenção da cena do beijo e observou Sayuri pegar a mala na lateral do ônibus, ela sorriu gentilmente agradecendo ao motorista pela viagem tranquila, seu rosto estava levemente vermelho e o fios escuros dançavam a frente de seu rosto com a brisa da noite. Talvez fosse a luz da lua, mas Kuroo achou que ela jamais estivera tão linda assim, e quando os olhos azuis cruzaram com os seus, a coloração avermelha do rosto dela ficou ainda mais forte, e ambos desviaram o olhar.
– As meninas sigam a professora Tsubaka até o dormitório, os rapazes, depois de pegarem as malas, venham comigo. Vocês terão quinze minutos para se ajeitarem antes do jantar. Depois banho e cama, amanhã as atividades começam às 7:30h.
Assim que todos estavam prontos seguiram até o dormitório compartilhado, Kuroo agradeceu por não ser deixado sozinho o silêncio ainda incomodava-o, e já estava acostumado a dividir alojamento com os meninos do time. No dormitório tirou alguns poucos minutos para escrever um bilhete, sabia que não teriam muito para conversar e não queria que um clima estranho se formasse entre os dois, ainda se lembrava da maneira que ela havia fugido naquela tarde após o quase beijo na biblioteca, pedindo que ele esquecesse o ocorrido.
Mas Kuroo não queria esquecer. Rabiscou as palavras em uma caligrafia meio torta no bloquinho que sempre carregava na bolsa: "Ainda pensando sobre nosso beijo. Boa noite chibi-chan". Olhou uma última vez para o papel meio incerto das palavras, elas certamente não eram ideais, mas como não tinha tempo hábil para pensar em algo mais sutil, dobrou o bilhete guardando-o no bolso da calça.
Ao chegar no refeitório buscou Sayuri com o olhar reconhecendo o cabelo preto preso em um rabo de cavalo em uma mesa com as Yumi e Hana, e notou que haviam também alguns meninos próximos. Pegou o jantar seguindo diretamente na direção dela, fazendo questão de sentar-se ao seu lado. Mesmo ainda um pouco envergonhado pelo beijo queria mostrar para aqueles caras que a sua garota não estava disponível.
Sua garota? Ele realmente havia chamado Sayuri de sua garota? A ideia de tal coisa parecia precipitada.
— Você esta se sentindo bem Tetsurou? Ou fica nervosinho perto de gente nova? — Sayuri provocou.
— Não sou bem eu que faço pré julgamentos aqui, chibi-chan — respondeu na mesma intensidade.
Os dois se permitiram respirar aliviados com as respostas um do outro, as coisas pareciam não ter mudado entre eles, já que as provocações continuavam. Hana encarou Kuroo enquanto que ainda observava Sayuu sorrir, e para disfarçar desviou os olhos e começando a comer.
— Vocês dois parecem bem próximos. — A menina de cabelos claros falou fazendo Sayuri se engasgar como arroz.
— Até parece que eu seria amiga de um cara como o Tetsurou. Ele é só amigo do meu amigo.
— Exatamente — falou. — Por que motivo eu seria amigo de uma pessoa tão irritante? — Kuroo levou a mão até os cabelos dela bagunçando-os, fazendo-a corar. Ele tinha de admitir, ela fica muito fofa corada assim.
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Tudo que eu odeio em você - Kuroo Tetsurou x OC!
Fanfictionpós a separação dos pais, Sayuri Murakami se muda para Tóquio, no seu último ano do Ensino Médio passa a frequentar o Colégio Metropolitano Nekoma, se vendo obrigada a conviver com Tetsurou Kuroo, um rapaz quer é a personificação do que ela mais ode...