Seis

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-Millie-

-você está morando em um hotel? -foi a primeira coisa que perguntou quando parou o carro.

-me mudei ontem. -ri arrumando a Maria no meu colo, ela acabou dormindo no caminho.

-e como que você tá indo trabalhar?

-eu coloquei um atestado e disse que eu tava com a perna quebrada. -segurei o riso quando vi a cara dela.

-Millie você pode perder o seu emprego! -reclamou.

-mas eu não tenho com quem deixar a Maria Clara, minha mãe pegou todo o dinheiro que eu dei para ela comprar comida pra dentro de casa e comprou um monte de cachaça, bebeu tanto que desmaiou quando eu cheguei em casa minha filha tava no berço chorando de fome e com a fralda suja, vai saber quanto tempo que ela ficou nesse estado.

-e você tinha que sair de lá, a casa não é sua?

-meu pai me deixou de herança mas eu não vou despejar minha mãe para ela chamar os traficante que ela dá pra usar de graça pra me tirar da casa com ignorância.

-não pode ficar em um hotel a sua vida inteira! -protestou. -qual vai ser o próximo atestado? Vai ficar nisso a vida toda? Uma hora eles vão te demitir.

-e onde que eu vou ficar? -suspirei. -não tenho nenhum parente pata confiar o único que eu achei que iria se preocupar foi a minha mãe, mas nós duas já sabemos que não seu certo, eu recebo três mil e quinhentos por mês, mas com os descontos e eu acabei pegando bastante empréstimos, eu sou pobre é normal, só me resta mil e quinhentos, não tem como sustentar uma casa com bebe nos dias de hoje, a Maria toma fórmula e é mais de cinquenta reais uam lata que dura uma semana, fora fralda, comida que ela mal come porque minha mãe não faz, tem água, luz para pagar, Internet, gás de cozinha que tá caro, uma pessoa pra tomar conta dela, fora os móveis que eu vou ter que comprar, não dá pra morar só agora, então a escapatória que eu achei por hoje foi ficar nesse hotel mas só tenho dinheiro até amanhã. -desabafei, eu precisava falar isso pra alguém, já estava doendo minha cabeça de tanto guardar as coisas.

-vai ficar na minha casa ué. -seu de ombros. -vou te ajudar a trazer as suas coisas para o carro e te deixo lá. -desligou o carro enquanto descia. -vamos, Millie!

-não quero te incomodar, acabei de te conhecer e já vou estragar tudo. -falei sem graça.

-eu vou adorar dormir com você todas as noites e cuidar da sua filha junto com as minhas enquanto você trabalha, contrato outra babá para ficar com as três enquanto trabalhamos, não vai me incomodar. -veio me puxar do carro. -me da a Maria que eu espero com ela enquanto você pega as coisas. -já foi tomando ela do meu colo.

Tava bom demais pra ser verdade, pensei que ela ia me ajudar a descer as coisas ela pega a bebê e senta me esperando pegar tudo sozinha, essa riuva é engraçada.

Mesmo assim estou com vergonha de ir para a casa dela, tenho medo de estar incomodando ela, mesmo ela dizendo que não estou. E se eu estragar tudo?

Peguei tudo de uma vez só e entreguei a chave, aí da tive que pagar para poder pegar as minhas coisas, um inferno. Quando cheguei perto do carro Sadie estava parada do lado de fora balançando a Maria no colo, aquela cena me fez criar esperança.

-ja pegou tudo? -perguntou me olhando cheia de sacolas. -eu não consigo trazer esse tanto de sacola de uma vez só não! -riu.

-eu ganhei experiência, meus braços sao bem fortes... -malíciei e ela ficou me encarando corada.

-você sempre me deixa com vergonha. -riu sem graça. -eu já estava deixando de ser assim.

-é que eu amo ver você vermelhinha... -maliciei novamente, dessa vez eu fiz de propósito.

-eu vou te esperar no carro. -saiu segurando o riso.

Coloquei minhas coisas na mala.

Amor em um Término - SillieOnde histórias criam vida. Descubra agora