Capítulo VIII: Insubstituível

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Acordei no dia seguinte sentindo alguém me abraçar por trás e aquele cheiro de cigarro e perfume barato característicos dele. Filipe estava na minha cama. Esfreguei os olhos e tentei me livrar do aperto dele. Ele me agarrou como se eu fosse fugir a qualquer momento e eu tive que me esforçar para sair dali por vários motivos. Primeiro porque estava muito bom o abraço, mas meus pais já estavam em casa com certeza. Segundo porque ele estava com o pau duro encostando na minha bunda e eu não poderia cair em tentação e terceiro que por mais que eu não quisesse acordá-lo, ele tinha que partir. Tentei sair de seus braços com a maior delicadeza possível, porém não adiantou. Estava sentado na beirada da cama prestes a levantar quando Filipe acordou e me encarou sem entender nada.

- Uau... - Falei vendo-o espreguiçar-se com o pau super duro. Ele deu uma coçada de leve no saco e me olhou ainda meio sonolento. Nossa, como alguém conseguia ser fofo e safado ao mesmo tempo?

- Bom dia, playba. - Ele levantou com o pênis ereto e foi caminhando até o banheiro, provavelmente indo mijar. Não tirei os olhos dele por nem um segundo sequer e acabei deitando na cama de novo com aquela imagem na cabeça. Meu Deus, como eu iria me desintoxicar desse garoto? Nós definitivamente não podemos ficar juntos, mas... Eu não consigo me ver livre dele. Respirei fundo e ele saiu do banheiro já com a bermuda vestida, porém dava para notar que ele estava sem cueca. Ele pegou sua camisa jogada no chão e ficou me observando enquanto se vestia. - Bora filhão, levanta aí. Eu tenho que fazer os meus corres.

- Você vai embora assim? - Indiquei com o queixo o seu pau meia bomba e ele tirou a bermuda, e eu quase salivei vendo o seu pau. Lipe foi até o meu closet e pegou uma cueca Calvin original minha. Levantei e fui até ele vendo-o vestir a minha cueca e assim que ele a vestiu eu segurei a barra da peça, puxando o traficante para próximo de mim. Ficamos cara a cara um com o outro e ele deu um meio sorriso. - Cadê sua cueca? - Filipe tirou minha mão da barra da cueca.

- Perdi, não sei onde está. Se achar você me devolve. - Ele deu um beijo no canto da minha boca e afastou-se de mim. Aquilo não tinha graça, se ele deixou no meu carro eu não irei perdoa-lo. Coloquei uma roupa e o fitei. Havia algo de perigoso, envolvente e atraente em Filipe. Eu não sabia explicar o porquê, mas ele era extremamente atraente para mim. Mas por falar em perigoso, olhei de um lado para o outro e não vi sua arma.

- Cadê sua arma, Filipe?

- Deixei no seu carro. - Ele falou com a maior naturalidade do mundo e eu arregalei os olhos chocado. Com certeza meu pai já estava em casa, como eu tiraria aquela arma de lá de dentro?

- Merda.... - Destranquei a porta do quarto e saí quase correndo, porém dei de cara com o meu pai me olhando com um olhar mais repreensivo do mundo. Engoli em seco, Filipe estava logo atrás de mim e eu não sabia o motivo daquele olhar de censura.

- Bom dia, Filipe. - Meu pai cumprimentou o Filipe com uma voz um pouco mais grave que o comum e eu suei frio. Eu já conseguia sentir o suor escorrendo das minhas axilas.

- Bom dia, pastor.

- Miguel, precisamos conversar. - Meu pai saiu andando em direção ao escritório e eu o acompanhei enquanto olhava para Filipe que ficou com uma expressão de "o que eu faço?". O deixei parado no corredor e entrei na sala do meu pai. - Fecha a porta. - Fechei a porta do escritório temendo o que viria a seguir. - Miguel, você poderia me explicar o que este item estava fazendo no seu carro? - Meu pai abriu a gaveta e tirou a arma do Lipe, colocando-a em cima de sua mesa.

- Pai, essa arma é do Lipe...

- O que estava fazendo no seu carro?

- Eu encontrei o Filipe ontem à noite muito chapado, ele estava mal, eu o ajudei e o trouxe aqui para casa para que sua mãe não o visse naquele estado. - Eu odiava mentir para o meu pai, mas essa foi a melhor desculpa que eu consegui inventar no momento. Meu pai coçou a nuca, passou a mão pelo rosto e apontou o dedo para a arma.

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