Todo mundo tem aquele namoro que nao acaba bem. Seja com brigas, falta de conversa, distância, qualquer coisa pode ser motivo. No meu caso foi a distância, por mais que o amor atravesse qualquer barreira, ele nem sempre pode sanar certas necessidade...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Revelação
Júlia Araújo
Ok, Matthew não estava brincando quando disse que queria se redimir com esse jantar, mas está um pouco exagerado tudo isso. Suspeito que até se respirarmos aqui dentro seja pago. Cadeiras? Não, pra que? Poltronas acolchoadas e reluzentes de tão limpas são melhores. Acho que nunca vi um estofado tão banco na vida. Uma iluminação quente cobre o salão, dando a impressão que estamos em um lindo jantar a luz de velas.
Eu só queria terminar com ele e não me apaixonar. Por mais que esteja se esforçando para compensar sua ausência, não temos mais jeito.
- Então querida o que vai querer? -a voz de Matthew me traz de volta a realidade, eu devia estar parecendo uma idiota observando tudo a nossa volta. Não que todo esse luxo não fosse bonito ou agradável, mas não combina comigo. Ou não combina com nós dois? Ainda não consegui decidir sobre isso.- Confesso que estou a dias querendo comer esse bife com verduras e batatas assadas. -aponta alguma das opções no cardápio.- Eu estou morrendo de saudades de casa. -diz se referindo a sua cidade natal, Inglaterra.
Respiro fundo e passo o olho pelo cardápio pensando em como falar tudo o que se passa na minha cabeça sem fazer uma cena. Imagina, parecer uma garotinha mimada terminando com namorado em um restaurante desse porte. Jesus.
- Porque não conversamos primeiro? -sugiro depois de arregalar os olhos com o preço do tal prato que Matthew pretende comer. Carnes já algo é caro na Coreia, um bife da grossura que está na foto, pode ser considerado um assalto.- Como tem passado? -fecho o cardápio com mais força do que planejei e Matthew me olha assustado.
A pergunta parece bem idiota, considerando que essa foi a primeira coisa que perguntei quando nos encontramos no saguão do prédio onde trabalho. Matthew me observa com a testa franzida, ficando um pouco desconfiado que esteja tudo bem realmente como disse a poucos minutos.
- Bem. -responde arrastado.- Aconteceu alguma coisa? -está calmo, mas ainda desconfiado. Sou pega de surpresa quando sinto sua mão tocar a minha e entrelaçar nossos dedos.
