Capítulo 10 - Te Amarei Mesmo Na Próxima Vida

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— Ava, o que foi? O que está acontecendo? Ava, fala comigo!

Ava virou-se para Bea, lívida de pavor.

— Eles estão chegando, Bea... eles vêm me buscar.

— Eles quem, Ava? Você não estava tendo um pesadelo?

— Não. Não foi um pesadelo... eu senti. Eu sinto que eles estão chegando! Eu sinto! — Ava saltou da cama apavorada. — Você precisa sair daqui, Bea, eles vão passar por cima de todo mundo para me pegar. Você precisa sair daqui, se proteger.

Beatrice levantou-se da cama e aproximou-se de Ava. Botou as mãos em seus braços e a fez olhar em seus olhos.

— Eu não vou a lugar nenhum. Nada nem ninguém vai tirar você de mim de novo, entendeu? Nada!

Ava deixou-se abraçar por Beatrice. Tinha medo do que poderia acontecer quando todas aquelas tarascas que ela sentiu viessem atrás dela, mas sentiu-se acolhida por Bea.

— A gente precisa acordar todas e avisar, não posso permitir que sejam pegas de surpresa. Não quero nem pensar no que poderia acontecer. Venha, vamos avisar a todas... — Ava tremeu-se dos pés à cabeça. — Eles estão muito perto, Bea... eles estão chegando.

Ava abriu a porta do quarto levando Beatrice pela mão. Mal abriu a porta e Lilith vinha correndo em sua direção.

— Você sentiu também? — Ava perguntou.

— Sim... e são muitas, não achei que seria assim. Por isso demoraram para vir. Temos que avisar a todas, sair dos corredores, é um espaço muito apertado, pode nos dar uma grande desvantagem.

Beatrice ouviu atenta e concordou. Se eram várias tarascas, o ideal é que tivessem espaço para se movimentar, se defender. Saíram as três batendo às portas e levantando as irmãs, avisando do perigo iminente e deixando todas preparadas.

Procuravam sair dos espaços apertados, não sabiam onde e quando exatamente as tarascas surgiriam. Em consenso, decidiram que sairiam todas para o pátio, mas não tiveram tempo de sair. Pequenos portais começaram a se abrir no grande salão do convento, ao redor do grupo de irmãs. Todas estavam armadas e em guarda, com as armas que melhor manuseavam, todas equipadas com divinium para poder derrotar aqueles demônios.

Ava tremia. Sentia mais medo pelas amigas do que por ela mesma, pois sabia que sua vida não seria ceifada pelos demônios. Sentia medo por Beatrice. Eles vieram atrás dela, sim, mas para levá-la com vida até o outro lado.

Aos poucos as tarascas começaram a se materializar. Uma. Duas. Cinco. Dez. Ava perdeu a conta após a décima quinta. Nunca vira tantas juntas e isso a apavorou. Mas não podia deixar que aqueles demônios a levassem e nem que machucasse ninguém. Respirou fundo e saltou muito alto com sua espada ferindo a primeira tarasca pelo lado, fazendo com que ela se virasse imediatamente para tentar um contragolpe, mas Ava rolara pelo chão e cortou a perna da tarasca seguinte.

Todas as irmãs iniciaram seus ataques em seguida. As tarascas miravam apenas Ava, o que as deixava mais abertas aos ataques das irmãs, mas os demônios revidavam e os movimentos de esquiva ensinados por Beatrice nos treinos foram amplamente usados. E foram primordiais. Por serem maiores, os movimentos dos monstros eram mais lentos que os das irmãs, que estavam no melhor de suas formas. O salão era uma zona de guerra, um caos instaurado. As tarascas quebravam todos os arredores em movimentos fortes e descoordenados na tentativa de atingir as irmãs, que habilmente conseguiam minar os adversários e desviá-los da direção de Ava, que sempre era a que liquidava os monstros com a espada, trespassando a todos eles.

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