Capítulo 7 - Eu Te Amo

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Madre Superiora fez com que se preparassem quartos para as três, Ava, Beatrice e Lilith. Lilith quis ir embora, não achava que pertencia mais àquele lugar, mas a Madre a convenceu a ficar, pois ela havia provado seu valor. Além do mais, Ava também insistiu, dizendo que ambas estariam mais protegidas uma perto da outra e cercadas por toda a Ordem. Vencida, mas agradecida, Lilith aceitou a acolhida. Nem se lembrava mais como era poder dormir num lugar abrigado e confortável.

Estavam todas muito cansadas com tantas informações para absorver e tanto a planejar, tanto a treinar para garantir a segurança de Ava, e da Terra, consequentemente. A esta altura, perder Ava para Reya seria como entregar todo o planeta à sua horda de demônios.

Beatrice caminhou ao lado de Ava até a ala onde ficavam os quartos delas, calada e pensativa, fato que não passou despercebido a Ava. Pararam em frente à porta do quarto de Ava, e ela tocou de leve o braço de Beatrice.

— Bea, está tudo bem? Você está muito calada... Quer conversar?

Beatrice suspirou e baixou a cabeça.

— Não, Ava... não tem nada bem. Nada mesmo.

Ava abriu sua porta e pegou a mão de Bea.

— Vem... entra aqui um pouco.

Beatrice hesitou por um instante. Estavam no convento, cercadas pelas irmãs. O que pensariam se a vissem entrando no quarto de Ava tarde da noite, quando todas já estavam se recolhendo?

E então, como se lesse os pensamentos de Beatrice, Ava completou:

— Não tem ninguém aqui, Bea... ninguém vai te julgar.

Beatrice ainda olhou para os dois lados do corredor antes de entrar, mas cedeu ao convite de Ava. Assim que entraram, Ava fechou a porta atrás de si e guiou Bea até a ponta de sua cama, onde sentou-se ao lado dela.

— Agora você pode me contar, o que está te incomodando? — Ava perguntou, segurando carinhosamente a mão de Bea.

— Eu estou apavorada, Ava.

— Aqueles demônios é que deveriam estar apavorados de ter que enfrentar você. Você sabe com o que está lidando, já enfrentou vários deles e até coisas piores. Não precisa ficar assim.

— Não é isso o que me apavora...

— E o que é, então?

Bea olhou para Ava por alguns segundos e seus olhos ficaram um pouco mais úmidos, como se lágrimas fossem brotar a qualquer instante.

— O que me apavora é a possibilidade de perder você novamente... Eu não vou suportar ter que passar por isso de novo, Ava. Não vou conseguir. Não vou...

Ava abraçou Beatrice e deixou que ela chorasse silenciosamente em seu ombro. Aquela Bea frágil quebrou o coração de Ava. Sentiu-se culpada por tudo aquilo, por causar essa dor à garota que ela amava. E Ava sentiu uma lágrima que escorria por seu rosto, solidária às lágrimas de Beatrice.

As duas ficaram abraçadas por alguns minutos, até que Beatrice se acalmasse. Quando parou de chorar, Bea levantou a cabeça do ombro de Ava, ainda com o olhar baixo.

— Vai ficar tudo bem, ok? — Ava falou na tentativa de tranquilizar Beatrice.

— Ava... — Bea falou e olhou para os travesseiros na cama de Ava.

Ava captou o olhar de Beatrice e sorriu de leve.

— Você quer dormir aqui hoje? — Ava perguntou e com isso fez com que Beatrice olhasse para ela.

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