Uma distração

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Hoseok andava de um lado para o outro e esperava resposta de seus homens, seus olhos estavam em um tom vermelho sangue. O seu lobo já estava impaciente e a sua vontade era matar todos naquele galpão, Hoseok não entendia porque seu lobo estava tão zangado, mas ele não ia questionar. Sabia que ele era bem controlador com tudo, principalmente quando tinha um traidor entre eles. 

Yoongi se mantém calado ao seu lado apenas observando o seu alfa, ele nunca se importou tanto com alguém como está se importando com Taehyung — nem com ela Hoseok se importou tanto — respirou fundo com as lembranças e permaneceu calado. Seus braços cruzados sobre o peito e seu rosto sério, ele deixaria Hoseok a frente dessa operação. 

Confiava em seu alfa. 

O silêncio era perturbador para o alfa, ele gostava de respostas e ninguém naquele lugar era capaz de falar algo. 

— Eu fiz uma pergunta e eu quero resposta. – Hoseok falou firme e observou todos, eles tinha que dar algum sinal. — É melhor se entregar, porque se eu descobrir por segundas pessoas eu vou garantir que tenha uma morte lenta e dolorosa.

— Com todo respeito Senhor Jung, eu acho impossível ter um traidor entre nós, somos uma família.

— Alguns dias atrás trouxeram um ômega errado para dentro da casa, agora alfas da Black Blood estão vigiando sua casa. – Hoseok tentava se manter calmo. — Meteram um inocente nisso, preciso garantir que ele vá para sua casa em segurança. 

— Os alfas que trouxeram o ômega, eles não estão aqui. – Um alfa falou e Hoseok notou a ausência dos dois. — Eles conhecem o outro ômega, é impossível eles terem errado o alvo.

— Uma distração. – Yoongi sussurrou e Hoseok prestou atenção. — Porque eles estão vigiando a casa do ômega? 

— Todos sabem que não mexemos com inocentes, mantê-lo aqui foi um grande erro, ele se tornou um alvo. – O homem falou e Hoseok e Yoongi prestaram atenção. — Eles sabem que esse ômega agora é importante... não é Senhor Jung?

— Todos são importantes, ele não é diferente.

— Encontre os dois alfas, tragam até mim. – Yoongi falou firme, não gostou do rumo da conversa. — Vamos manter o ômega salvo aqui, até porque ele sabe demais. 

Yoongi saiu e ouviu passos atrás de si, não se virou para saber que era Seokjin. O mesmo estava cuidando de Taehyung e mantê-lo salvo era sua responsabilidade, ele precisava garantir que o Ômega fosse para sua casa em segurança. Seokjin era muito bom no que fazia, ele era o único que conseguia manter Taehyung calmo, talvez era melhor o ômega alertá-lo sobre possíveis perigos, jungkook ia permanecer frequentando a casa de Taehyung, assim poderia mantê-lo bem.

Seu Alfa estava demorando demais para deixar o ômega livre, e não era pelo simples fato de Taehyung saber demais — um simples susto resolveria isso — ele não era burro, sabia que seu alfa estava despertando algo pelo o ômega. Mas ele não ia cometer o mesmo erro, um ômega entre eles era um problema, ia mantê-lo longe de seu alfa. 

Viu Seokjin indo em passos largos até o quarto do ômega, o seu cheiro estava começando a se espalhar pela a casa — morangos, aquele cheiro era bom, muito bom — balançou a cabeça para espantar tal pensamento. Daria um jeito de devolver o ômega o quanto antes. 

Seokjin adentrou o quarto e viu o ômega lendo um livro qualquer, apenas sentou ao seu lado e ficou em silêncio. 

— Tudo bem? – O ômega perguntou e Seokjin assentiu. — Posso pedir algo?

— O que você quiser. 

— Podemos dar uma volta? – Taehyung perguntou e Seokjin estranhou o fato do ômega querer sair do quarto. — Eu vou morrer de qualquer maneira, não quero que minhas últimas lembranças sejam dentro desse trancado quarto. – O ômega deu de ombros e riu fraquinho de sua fala.

— Vamos jogar videogame lá na sala enquanto o jantar não fica pronto. – Seokjin achou um ótimo jeito para distrair o ômega.

— Eu tenho direito a um último pedido? – Taehyung perguntou e Seokjin riu alto do ômega. — Isso ainda existe não é?

— Você não vai morrer Taehyung, ninguém vai encostar um dedo em você. – Seokjin disse simples e fez um carinho nos cabelos de Taehyung. — Eu te prometo. 

— Você é legal hyung, eu gosto de você. – Taehyung abraçou Seokjin e o ômega apenas aceitou o outro em seus braços.

— Eu também gosto de você ômega, desculpa te manter aqui. – Taehyung apenas assentiu e saiu do quarto com Seokjin. 

Os corredores eram enormes e tinha vários quadros espalhados pela a parede, tinha uma escada muito grande que levava até a sala. Taehyung perguntou se ali era um bom lugar para matar os alfas caso eles tentassem algo, ninguém sobreviveria a uma queda daquela, não é? O ômega tinha um biquinho fofo em seus lábios enquanto pensava nas possibilidades de matar os alfas. 

— O jantar vai demorar um pouco, podemos jogar, sente-se. – Seokjin disse calmo e Taehyung se sentou. 

Observou o lugar, procurando várias possibilidades de fugir daquele lugar, mas a cada canto da casa tinha um alfa parado. Cada um parecia ser o dobro do seu tamanho. 

— Mora só vocês aqui? – Taehyung perguntou curioso. 

Ia matar sua curiosidade, já que ele também estava a ponto de morrer. Que se matasse os dois de uma vez.

— Aqui é tipo uma sede de toda a máfia, ficamos aqui quando algo está acontecendo. 

— E está acontecendo algo? – Taehyung perguntou baixinho e Seokjin se sentiu nervoso. — Estão decidindo o dia da minha morte?

— Você não vai morrer, para. – Seokjin disse firme e rindo, ele estava tentando não tocar no assunto. — É apenas alguns problemas pendentes. 

— Minha morte está pendente, hyung. – Taehyung lamentou.

— Você fala demais, já disse que não vai morrer. 

— Então eu ainda tenho chances?

— Eu gosto de você, não vou deixar eles te fazerem mal algum.

— Obrigado hyung.

Taehyung falou e se jogou em cima de Seokjin, no meio de todo aquele caos, o ômega mais velho era a única coisa boa. Sentia que ele estava sendo sincero consigo, até porque ele foi o único que cuidou bem de si. Ele mantia os alfas longe dele e era apenas ele que levava sua comida, contava histórias para si e passava um bom tempo conversando sobre doramas. 

Em quatro dias Taehyung conheceu o melhor de Seokjin, estava ansioso para conhecer mas, caso ele não morresse antes. 

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