SEVEN - Relações Traiçoeiras

Eu gosto de voce!

Taehyung olhava fixo para o Alfa com seus olhos arregalados, estava esperando algum sinal de brincadeira o qual não veio. Respirou fundo, ele tinha conseguido escapar com vida, mas parece que o Alfa voltou para terminar o serviço, abaixou a cabeça e pensou mentalmente em tudo. Em quais motivos Yoongi teria para matá-lo ou porque não fizeram isso antes, pouparia a dor de sua mãe e seu pai. Era traumático ver seu próprio filho morto em seu quarto.

Olhou para o Alfa e viu o mesmo com a arma na mão — estava silenciada — soltou a respiração e ficou de pé em frente a Yoongi. Os olhos deles transmitiam confusão, medo e além de tudo estava repleto de raiva.

— Vai se sentir aliviado, hyung? – Taehyung continuou olhando para aqueles olhos negros, Yoongi pareceu confuso e nada respondeu. — Então me mate.

— Sabe que não vou hesitar.

— Eu não quero isso, apenas me mate de uma vez. – Taehyung pegou na mão de Yoongi obrigando o mesmo a colocar a arma gelada em sua testa, ele em nenhum momento desviou o olhar. — Espero que isso te deixe aliviado. – Taehyung sorriu e derramou lágrimas. 

Yoongi permanecia intacto olhando para o ômega a sua frente, ele queria apertar aquele gatilho, mas seus dedos estavam travados. Nunca hesitou em matar alguém, mas porque estava hesitando com Taehyung?

— Seus olhos hyung, existe um sofrimento escondido aí dentro. – Taehyung então tocou no peito do alfa vendo como estava acelerado. — Tudo bem hyung, eu te perdoo. 

O alfa sentiu seus olhos lagrimejar e afastou de Taehyung de uma vez e então guardou sua arma. Olhando fixamente para a foto, Taehyung permanecia em pé olhando para si. Foi salvo das perguntas do mesmo quando escutou alguém bater na porta do quarto, o ômega respirou fundo e limpou seu rosto antes de sorrir para sua mãe e pegar o lanche. 

— Seu pai já está em casa. – A mulher disse simples. — Bom, fiquem a vontade para descer quando quiserem.

— Obrigado mãe. 

A ômega ficou esperando a resposta de Yoongi, porém saiu quando Taehyung sussurrou um "tudo bem" não queria ser invasiva e então deixou os dois sozinhos. Percebeu os olhos de seu filhote vermelho, sabia que estava acontecendo algo mas ia esperar Taehyung contar para si.

— Gosta de sanduíche, hyung? – Taehyung se aproximou do mesmo e colocou a bandeja em cima da mesa ao lado da cama. — Eu tinha um irmão gêmeo. – O ômega começou e Yoongi olhou para si. — Mas fomos separados muito cedo, infelizmente ele morreu pouco tempo depois de nascer...

— Isso não é problema meu.

— Minha mãe então se tornou muito protetora comigo e meu lobo nunca despertou. – Taehyung segurou na mão do alfa e deixou um carinho singelo. — Descobri ser ômega com meus quinze anos e somente por entrar em um cio inesperado, que ridículo. – O ômega falou calmo e riu em seguida. — Caso você queira me matar, ao menos me leve longe dessa casa e me garanta que minha mãe não me verá depois de morto.

— Isso é uma promessa?

— Sim, me prometa isso, ela não merece segurar outro filho sem vida em seus braços. – Taehyung soltou a mão de Yoongi e pegou um sanduíche. — Mas, me diga porque está afim de me matar. 

— Você é a alma gêmea dele. – Yoongi falou calmo e Taehyung olhou confuso. — Hoseok, você é a alma gêmea dele.

— Impossível hyung. – Taehyung riu descrente.

— Todos estamos destinados a ter uma alma gêmea, eu tinha uma, seu nome era Tiana. – Yoongi olhou para Taehyung que comia seu sanduíche quieto, atento a cada palavra sua. — Hoseok a matou e nunca me disse o porque, mas, não é justo que ele encontre a sua quando ele matou a minha.

— Não se preocupe hyung, eu não sou a alma gêmea de ninguém, o meu lobo está adormecido a muito tempo, impossível fazer uma ligação com um Alfa. 

— Não tenho tanta certeza. 

— E tiana, como sua ômega era? – Taehyung fez uma pergunta que Yoongi nunca escutou, ninguém nunca parou para perguntar como de fato era sua ômega. Ninguém tocou em seu nome depois de sua morte.

— Era linda, ela cuidava bastante de mim e sempre se preocupava quando eu saia em alguma missão arriscada. – Yoongi sorria ao falar da ômega. — Ela tinha suas diferenças com Hoseok, mas aceitou ficar apenas para me ver bem.

— Isso é bonito da parte dela, você merece ser cuidado hyung. 

— Sim, mas não durou muito, Hoseok a tirou de mim.

Taehyung não queria mais tocar naquele assunto, pois ele não queria ver o Alfa à sua frente tão vulnerável. Yoongi parecia sempre estar em defesa, talvez fosse a vida difícil que levava, mas não era só isso, tinha mais, tinha algo que o fazia se sentir assim. Taehyung queria cuidar do mesmo e mostrar que estava tudo bem, todo mundo tem um momento de fraqueza, e o ômega queria esta lá para quando alfa resolvesse ceder por um momento. 

— Hoseok hyung cuida de você. 

— Não, ele está mais preocupado em te manter vivo. – Yoongi falou e Taehyung respirou fundo, o alfa sempre ia tocar nesse assunto. 

Yoongi sentou ao lado de Taehyung e pegou um sanduíche, a Senhora Kim parecia que tinha se esforçado em fazer aquele lanche. Tinha o gosto bom, e o silêncio que se instalou ali era confortável para os dois. O ômega deixou Yoongi pensar um pouco sobre o assunto, deveria ser assustador saber que seu Alfa estava ligado a um ômega — mesmo Taehyung sabendo que era impossível ser consigo — mesmo assim deveria ser confuso para o Alfa. 

O alfa não falou mas nada, não entendia como Taehyung teve a coragem de enfrentar um Alfa armado. Começou admirar a loucura do ômega, não ia matá-lo, mas qualquer erro não ia exitar novamente. Hoseok jamais o teria, se quisesse o ômega vivo precisava se manter longe, ou ele mesmo ia fazer questão de matá-lo. 

— Hyung, eu gosto de você.

Taehyung falou e sorriu para Yoongi, aqueles olhos pretos que estava carregados de sentimentos confusos por um momento se iluminou e o ômega teve certeza que tudo que o alfa precisava era de um cuidado redobrado, alguém que fosse capaz de amá-los mesmo com todos os seus defeitos. 

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