Negação

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Negação. 

O primeiro estágio do luto é a negação. Não costumamos aceitar bem o fato de perdemos aqueles que amamos. Vermos partirem sem podermos fazer nada, é doloroso a dor que sentimos quando a notícia nos pega de surpresa. Mas doloroso ainda é se sentir culpado pela a perca de alguém, nos culpamos por não proteger e cuidar melhor de quem amamos. E para Taehyung não era diferente, a voz do alfa já não era ouvida. Sua cabeça repetia as palavras que Hoseok proferiu momentos antes. 

A sua mãe, a sua progenitora, a pessoa que lhe deu a vida agora não respirava. Seu coração já não pulsava, o sangue estava parado em suas veias e o seu cérebro desligado. Sem vida, era assim que sua mãe se encontrava naquele momento.

Sem vida. 

Taehyung se culpava por não cuidar, não vê os sinais e se culpou mais ainda por ter dito a oportunidade de fazer com aquilo não acontecesse. Taeyang a tirou, ele conseguiu o que ele queria. Ele o destruiu. 

— A culpa é minha... deixei ele vivo. Eu..eu. – Taehyung falava descompensado. 

— Não meu amor, não é culpa sua. – Hoseok falou e Taehyung olhou firme para si.

— A culpa é toda minha. – Taehyung chorou. — A quantos dias eu não vou em casa? Eu os deixei sozinho lá enquanto brincava de casinha com vocês dois. – O lúpus apontou para Yoongi e Hoseok. — Eu me deixei levar, eu fui descuidado e agora a MINHA MÃE ESTÁ MORTA.

Yoongi respirou fundo e se aproximou de Taehyung o abraçando, Hoseok fez o mesmo e juntos liberaram seus feromônios para acalmar o ômega que chorava em seus braços. 

— Me solta... – Taehyung tentou sair dos braços dos alfas. — Me soltem.. eu quero vê a minha mãe. 

— Vamos cuidar de tudo Taehy, fique aqui e descanse.

— Eu não vou ficar aqui chorando enquanto a minha mãe está sendo levada para um IML. – Taehyung se afastou dos dois alfas. — Maldita hora que eu me meti entre vocês dois, esse mundo é cruel. Ela não tinha culpa de nada, ela morreu pelas mãos do próprio filho.

— Taehyung, se acalme meu bem, os filhotes. – Yoongi falou calmo. 

— NÃO ME PEÇA CALMA. – Taehyung gritou com os alfas. — Eu vou atrás da minha mãe. 

— Não vai Taehyung. – Hoseok falou firme. — Vamos cuidar de tudo. 

— Hobi-ah...

— Seu pai Taehy, você quer vê-lo? – Taehyung concordou. — Tudo bem, Yoon vai te levar até sua casa. 

Taehyung concordou e saiu do quarto. Hoseok notou que Yoongi estava aéreo a tudo ao seu redor. Não ia atrás de explicações agora, deixaria ele vim até si e contar o que tanto estava o deixando angustiante. Mas a verdade era que Yoongi não tinha coragem, ele não tinha coragem de encarar Hoseok e dizer que Tiana estava de volta, não estava preparado para aceitar aquilo. 

Ela estava a sua frente, com o mesmo cabelo,o mesmo sorriso, ela continuava a mesma. Yoongi poderia jurar que era alucinação, pois do jeito que ela apareceu, ela sumiu. Saiu do transe quando seu celular tocou, e por mais que tivesse corrido atrás da mesma não a encontrou. Tiana estava de volta e aquilo mexeu consigo. 

Mas Taehyung também mexia consigo, e o fato do mesmo perder a sua mãe naquele mesmo dia. O dia que Tiana voltou trouxe a infelicidade de Taehyung, a dor de seu lúpus. Ele não poderia trazer aquele assunto agora, a sua prioridade era Taehyung e os seus filhotes. 

Haru e Minho.

A casa de seu "sogro" estava à sua frente, segurou na mão de Taehyung e adentrou a mesma com o lúpus. O pai do Kim estava sobre o sofá segurando a foto de sua amada, ao seu lado estava Jimin que tentava o acalmar e Jeon também estava lá. 

— Pai...

— Taehyung… – O seu pai foi até o lúpus e o abraçou, mas Taehyung não retribuiu, ele apenas o afastou. — Filho..

— A culpa também é sua. 

— O que?

— Você também a matou. – Taehyung olhou para seu pai com os olhos violetas, o que era estranho para seu progenitor. — Você sentenciou a morte dela no que deu Taeyang para minha tia. 

— Do que está falando garoto? – Senhor Kim perguntou aflito.

— Eu já sei de tudo pai, Taeyang não morreu. Você o deu como se fosse uma coisa qualquer, você o deu para tapar um buraco do coração da titia. – O lúpus gritou e sentiu todos os olhares em cima de si. — Mas ele voltou, e assim como ele matou a tia ele matou a minha mãe, ele matou a própria mãe por sua culpa. 

Taehyung viu seu pai sentar no sofá de uma vez e levar sua mão até o peito, mas o lúpus apenas se aproximou e olhou em seus olhos.

— Quem você pensa que é para traçar a vida de alguém? – Taehyung olhava nos olhos chorosos de seu pai. — Poderíamos ser uma ótima família papai, mamãe amava Taeyang tanto quanto me amava. Imagina o quanto foi doloroso encontrar seu filho e morrer por suas mãos. – O lúpus derramava lágrimas junto de seu pai. — Taeyang me encontrou, ele é tão igual a mim. Ele já visitou vocês papai.

— Impossível, ele não...

— Ele sentiu mais raiva ainda quando vocês não notaram nossas diferenças. – Taehyung respirou fundo quando Yoongi o puxou para longe de seu pai, Jimin e Jeon observavam tudo em pé. — A culpa é sua, você a matou, você a enganou. Você é igual Taeyang, talvez o gene ruim é de família. 

Taehyung riu e seu pai olhou incrédulo para si, ele estava ofegante e seu peito doía. Uma dor grande e forte. O lúpus ficou parado olhando seu pai enfartar a sua frente, Jimin e Jungkook se aproximaram e foram rápidos em levá-lo até um hospital próximo. O sorriso ainda era presente em seu rosto, desejou que seu progenitor fosse no lugar de sua mãe. Ele merecia, ele era o culpado de tudo. E se dependesse dele, seu pai morreria sozinho naquele hospital. 

Sentiu os braços de Yoongi o abraçar e sussurrar que tudo ficaria bem. Mas o lúpus tinha muitas dúvidas, a sua família foi destruída. Sua mãe jamais veria seus netos, não os ensinaria a andar, a falar. Sua mãe jamais seria avó, pois Taeyang tirou esse direito. 

Taehyung chorou alto no braços de Yoongi, prometeu que mataria Taeyang com suas próprias mãos. E seria da forma mais dolorosa possível. 

— Eu quero o Hobi... – Taehyung sussurrou. 

— Tudo bem, vamos embora. – Yoongi concordou.

— Yoonie.. 

Yoongi olhou para Taehyung e foi surpreendido com um beijo. O gosto salgado das lágrimas de Taehyung adentrou seus lábios, ele não era capaz de negar aquilo. Ele não negaria um beijo a Taehyung. O lúpus beijava e mordia os lábios de Yoongi, era rápido e necessitado. O beijo foi sanado com uns selinhos do ômega. 

— Eu gosto de você, do seu cheirinho. – Taehyung passou o nariz do pescoço branquinho de Yoongi. — Você gosta de mim?

— Sim ômega, eu gosto. – Yoongi deixou um beijo na testa de Taehyung. 

— Você me daria tudo que eu quisesse? 

Yoongi estranhou a pergunta, Taehyung mudava a sua personalidade em questão de segundos. 

— Tudo Taehy, eu te daria tudo. – Yoongi fez um carinho nos cabelos do Ômega. 

— Me dê o Hoseok essa noite. – Yoongi franziu o cenho em confusão. — Eu quero você essa noite.

— Taehyung...

— Por favor Yoonie, me fode essa noite. – Taehyung choramingou. — Você disse que me daria tudo, e eu quero vocês dois.

Yoongi concordou, a última vez dos três tinha acontecido no último cio de Taehyung. Mas agora seria diferente, era eles, a vontade deles falando mais alto. Yoongi queria Taehyung em sua cama, ele queria Hoseok em sua cama. Ele daria tudo a Taehyung, tudo que o ômega quisesse ele o daria. E Taehyung conseguia tudo que queria, e se não estivesse ao seu alcance. Yoongi daria um jeito.  

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SEVEN - Relações Traiçoeiras Onde histórias criam vida. Descubra agora