prólogo

1.4K 59 19
                                    

Primavera, 1905

Ela olhava os arredores, curiosa com a movimentação da festa, mas ao mesmo tempo encantada pelo jardim que a cercava. Sua mãe dizia que ela tinha que circular pelo ambiente, se fazer notada, nenhuma jovem era como ela. Com a pele tão clara e os tão bonitos. Giovanna era única na sociedade, e não demoraria muito até ela encantar um jovem e ser prometida em casamento.

Sua mãe sempre acertava.

Em seu vestido amarelo, Giovanna circulou por entre os arbustos e mesas, recebendo olhares simpáticos de mães de garotos que adorariam casar seus filhos com a filha de Assunção Antonelli. Ela foi se perdendo mais e mais perto das flores que chamavam sua atenção, eram rosas de tantas cores que seus olhos se perderam de vista.

Se inclinou suavemente para sentir o aroma, até que sentiu uma presença atrás de si. Assustada, ela se voltou rapidamente para a pessoa, levando a mão ao peito, pega no susto.

— Desculpe, não era minha intenção assustar a senhorita. — a voz jovem era suave, mas presente, invadiu seu ser, a fazendo arrepiar.

Nunca tinha visto um rapaz tão bonito.

— Está desculpado. — ela respondeu em um tom suave, como sua mãe tinha lhe ensinado.

O jovem estava tão bem arrumado, que até o vestido amarelo, feito pela melhor estilista da cidade, ficou simples. Ele era imponente, e Giovanna se viu perdida em seu olhar. Ele então estendeu a flor que escondia atrás das costas. Era uma rosa branca, símbolo de amor puro e inocente.

— Em meio à tantas rosas, essa é a que chega mais perto de sua beleza. — ele disse com um sorriso de canto. — Muito prazer, me chamo Jorge Albuquerque.

Giovanna pegou a rosa, provavelmente corando como a flor mais vermelha daquele jardim. Ousou olhar nos olhos de Jorge, um calor invadindo seu peito.

— Giovanna Antonelli. — ela se apresentou.

Ela viu Alessandra passar ao longe, e se despediu rapidamente. Caminhou apressada até a morena, e se agarrou em seu braço. Negrini riu ao sentir Giovanna grudar nela, perguntando se sua mãe finalmente tinha lhe arranjado um marido.

— Não sei, mas o que sei é que só me caso por amor. — disse, voltando os olhos para Jorge.

Quanta Sorte | GNOnde histórias criam vida. Descubra agora