Capítulo 18

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Na sua linda camisola, Giovanna dormiu na grande cama com o coração dividido. Estava entre o alívio, pois tinha temido o momento da intimidade até seu último fio de cabelo, e por outro estava indignada. Uma sensação de falha por não fazer a única coisa que sua mãe tinha dito que ela deveria. Logo, no dia seguinte, acordou com uma leve dor de cabeça de tanto ter ficado pensando no que aconteceu de errado.

Será que ele a achou pouco atraente? Será que ela deixou seu medo tão óbvio que isso o assustou?

Perguntas e mais perguntas que não eram nada respondidas. Lá estava Lívia no seu quarto, abrindo as cortinas como nos velhos tempos. A loira não questionou o fato do outro lado da cama estar intacto, também não questionou o mal humor da Senhora e muito menos a ausência de marca de sangue na cama.

Para a moça, o simples fato de Alexandre ter saído para trabalhar explicava muita coisa.

— Meu banho está pronto? — Giovanna perguntou simplesmente.

— Sim, Senhora. — Lívia respondeu, observando a jovem caminhar para o banheiro sem fazer mais perguntas.

A loira a auxiliou em silêncio, Giovanna também não falou muito, perdida nos próprios pensamentos. A banheira ficava de frente para uma janela que dava vista para o jardim. Adoraria conhecer a propriedade, esperava que Alexandre estivesse mais disposto essa manhã.

— O Senhor Hayden já desceu para o café? — a jovem perguntou enquanto Lívia a vestia.

A ajudando travou por um instante, não sabendo direito para dizer isso.

— O... senhor acordou cedo e... foi para o escritório, senhora.

— Como? — Giovanna perguntou novamente com medo de não ter escutado bem.

— Creio que nem tomou café.

Isso não podia estar acontecendo, não era possível que no primeiro dia de casados o homem já tinha pegado suas coisas para ir trabalhar. Parabéns, aparentemente Giovanna já tinha arruinado um casamento sem nem ao menos começar. A morena fechou os olhos para conter as lágrimas de raiva e frustração.

Ela sabia que ia dar errado, ela sabia que deveria ter recusado essa casamento lá atrás, mas a oferta era tão boa que se jogou de cabeça sem considerar outras peculiaridades.

A essa altura as pessoas deviam estar lhe ridicularizando. Imagina, vendo seu marido logo no primeiro dia já indo trabalhar. Deviam a achar uma péssima esposa, que gerou a frustração do homem, fazendo ele escolher a responsabilidade ao invés da diversão que era ter uma esposa jovem e bonita em casa.

— A senhora quer tomar seu café aqui em cima? — perguntou Lívia.

— Não, pode pedir para prepararem a mesa, estou descendo. — Giovanna respondeu firme.

Rodrigo entrou no escritório nervoso. Não era possível que seu amigo era tão irresponsável e insensível assim. O engenheiro cumprimentou Pedro, assistente de Alexandre, e perguntou se o homem estava na sala. O rapaz disse que sim e observou o amigo do patrão entrar furioso na sala.

— Não é possível que seja verdade o que eu estou vendo na minha frente. — Rodrigo exclamou com as mãos na cintura.

Alexandre devagar soltou o lápis, passou as mãos pelo rosto e respirou fundo. Odiava quando Rodrigo entrava na sua sala daquele jeito, se perguntava o que diabos estava acontecendo para esse comportamento animalesco.

— Sim, Rodrigo. Eu estou trabalhando, algo que você deveria estar fazendo também. — ele respondeu calmo, sem entender o caos.

— Você está trabalhando no seu primeiro dia de lua de mel! — o engenheiro exclamou. — Você tem o que na cabeça? Mergulhou em um barril de vinho?

Quanta Sorte | GNOnde histórias criam vida. Descubra agora