Capítulo 11

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Perseu e Andrômeda - Pierre Puget (1678-1684)

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Perseu e Andrômeda - Pierre Puget (1678-1684)

Rodrigo observava de longe como Alessandra dançava com outras pessoas, mas ainda assim não conseguiam desviar o olhar um do outro. Ele sorria para ela, completamente entregue. Não escondia mais e via nos olhos dela que Alessandra também não pensava mais em esconder. Sua mão coçava para espalhar seus sentimentos na mesa, fazer logo um pedido. Um amor tão rápido assim? Só poderia ser coisa do destino.

Observou Alexandre voltar para o salão. Como anfitrião, ele conseguiu fugir bem das suas funções. O olhar do amigo foi certeiro em um casal que dançava. Rodrigo observou Giovanna e Leandro e até seu coração apertou ao ver o olhar perdido da jovem enquanto escutava ele falar. Ela não queria estar ali, mas aparentemente se jogou em um buraco fundo.

— Desgraçado. — ouviu Alexandre sussurrar ao se aproximar dele.

— O que foi? — Rodrigo perguntou.

— Leandro vai propor, está na cara dele.

— Vá dançar com ela, ele está monopolizando a dama há três danças já. — Rodrigo olhou para o casal novamente. — Claramente ela não recusaria.

— Tem que ter outra opção. — Alexandre falava olhando para baixo para não arriscar dar de cara com os dois dançando.

— Tem, você. — Rodrigo foi certeiro.

— Rodrigo...

— Alexandre. — ele segurou o amigo pelo ombro, chamando seu olhar. — Eu te conheço desde pequeno, não adianta mentir para mim.

— Eu não a amo, Rodrigo. — retrucou Alexandre.

— Não sei se é amor, mas sente algo, acho que isso já basta... vai ser bom para você e vai ser bom para ela... estará salvando essa mulher de uma vida miserável, seus olhos já me dizem que isso é o suficiente.

A música acabou, e Alexandre foi rápido em se aproximar de Giovanna. Leandro estava prestes a falar algo que aparentemente os olhos dela temiam, mas quando o homem percebeu a presença de Alexandre, se calou e o olhou.

— Gostaria de dançar com a dama. — Alexandre pediu olhando para Giovanna, que o olhou surpresa de volta.

— Ela está dançando comigo. — Leandro falou firme.

— E agora vai dançar comigo. — Alexandre rebateu a mesma altura, pegando a mão de Giovanna.

Como já fez diversas vezes em bailes londrinos, Alexandre colocou a mão em sua cintura fina, ajeitou a postura, fixou seu olhar nela. A música começou e ele guiou seus passos. Aos poucos via a feição dela mudar, ficar mais relaxada a medida que a música seguia.

— Obrigada. — ela disse em uma voz sussurrada. — Eu já não aguentava mais ouvir sobre política da república, nessas horas sinto falta de um imperador.

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