Capítulo 21

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No dia seguinte, depois do café, quando Alexandre foi para o escritório e Augusto foi brincar no jardim, Giovanna não perdeu tempo e correu para a biblioteca. Verificou o ambiente cinco vezes antes de se dirigir para aquele livro proibido. Ela queria ler mais, queria saber mais. Era a primeira vez que lia sobre algo tão explícito, algo que lhe tiraria todas as dúvidas de uma vez por todas, coisas que ninguém explicou.

Se encostou na parede e abriu a revista na história em que tinha parado. Ninguém nunca lhe explicou sobre como os seios de uma mulher eram tão sensíveis ao toque como era relatado naquelas linhas. Sempre lhe disseram que servia para dar leite ao filho. Ninguém nunca explicou que quando uma mulher queria o ato íntimo, suas entranhas pareciam contorcer, esperando pelas melhores sensações.

Giovanna já estava ficando vermelha de novo.

Foi quando de repente a história mudou o rumo e o que parecia estar agradável virou uma verdadeira sessão de tortura. O homem colocou a mulher como um cavalo na sua frente e com um cinto começou a bater nela. As descrições fizeram ela ficar enjoada. Então era assim? Era isso que acontecia? Essa era a graça do ato sexual.

— Não... — ela sussurrou. — Não podia ser...

Do vermelho ela foi para o pálido. Seu sangue fugiu quando ela concluiu que seria assim. Apenas um ato violento. Rapidamente ela fechou a revista e a colocou no lugar, dando dois passos para trás. O jeito como o homem estava gostando de bater naquela mulher não saia de sua cabeça, o jeito como ele estava gostando das marcas de sangue despontando na pele. Ela fechou os olhos para tentar afastar as palavras.

Era isso que esperavam? Não podia ser.
Alessandra dizia que era incrível, que ela bom. Como podia ser bom? Essa maldita revista na casa em que seu marido cresceu... isso só podia significar que se um dia ele leu, foi assim que ele aprendeu.

Não, Alexandre não encostaria um dedo nela se ela pudesse permitir. Atrasaria esse momento ao máximo.

Marcello caminhava pelas ruas um pouco ansioso. Estava indo para o ponto de sempre, encontrar com a moça que ocupada seus pensamentos. Eles tiveram dias cheios nas últimas semanas e os encontros às escondidas tinham sido difíceis. O homem se encostou na parede e esperou de braços cruzados. O sol estava se ponto, logo ela sairia da casa dos Hayden.

Era hoje. Não passaria daquela noite. Faria o pedido oficial e pediria para conhecer o avô para que pudesse pedir sua permissão e benção. Paloma teria que dar a resposta hoje. Ele era um homem paciente, sempre foi, uma característica que aprendeu com seu pai, tão diferente de sua irmã que tinha o temperamento impulsivo da mãe, mas até a sua paciência tinha limite.

Não estava fazendo nada de errado, não estava pedindo algo impossível. Sabia que seria um rebuliço na família, mas seu pai não o impediria de casar com a mulher que amava. Até mesmo sua mãe, fazendo o escândalo que poderia fazer, aceitaria o casamento quando visse que Paloma era uma mulher digna, pura, e muito educada apesar da simplicidade.

— Marcello. — ouviu a voz dela lhe chamando e abriu um sorriso.

Rapidamente ele a puxou para seus braços. A beijou com ternura, mas com firmeza para provar que ela não o enrolaria hoje. Porém, diferente das outras vezes, ela não correspondeu. Rejeitado, ele se afastou devagar, mas manteve o rosto pequeno entre suas mãos. Ela desviava o olhar, parecia não ter coragem de lhe encarar.

— Ei... o que foi? Aconteceu alguma coisa? — ele perguntou preocupado.

Ela nada respondia, mas ele viu como a respiração dele acelerou.

— Paloma... aconteceu alguma coisa? O que foi? É com a minha irmã? — Marcello perguntou firme.

— Não, sua irmã está bem. — ela respondeu logo.

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