Fighting Myself

Prólogo

A besta em forma de carro avançava a mais de 100km/h no breu da noite, logo atrás de outro carro, mais modesto, que se esforçava para acelerar mais.

A perseguição já durava bons quinze minutos, e o perseguidor se mantinha obstinado atrás do volante, tentando encontrar uma forma de encurralar seu alvo dentro do labirinto que eram as ruas de Gotham. Dirigiam na direção do porto, onde a água parecia engolir qualquer resquício da luz do luar.

No entanto, em vez de encurralar sua presa, era o caçador quem estava cada vez mais encurralado. Talvez fosse a falta de experiência naquele tipo de ação, mas ele não queria desistir tão cedo, contrariando a voz de seu mordomo na escuta em seu ouvido.

– Se continuar por esta rua, vai acabar em um beco sem saída. Estão te conduzindo a uma emboscada, precisa mudar de rota.

– A garota ainda está no porta-malas! Se eu parar, ele vai matá-la!

– Se você sair do carro, ele o verá como ameaça e ficará ainda mais violento, será um risco ainda maior para a garota. Você perdeu o elemento surpresa, vou chamar o Gordon.

– Não! Eu consigo fazer...!

O impacto interrompeu suas palavras. Ele não sabia o que, e nem de onde tinha vindo, mas algo se chocou contra seu carro, fazendo-o atravessar o guarda-corpo da rua, jogando seu carro direto na água.

Com a porta dianteira esquerda amassada, e os ferimentos causados pela batida – Bruce sabia que seu antebraço havia quebrado em algum lugar, e talvez umas costelas – era questão de tempo até que afundasse na Baía de Gotham e ele precisava se soltar do cinto de segurança enquanto ainda tinha oxigênio.

A adrenalina deveria mantê-lo desperto o suficiente para conseguir sair, mas se sentia cada vez mais tonto – perdendo sangue e não havia percebido – começando a se afogar, a voz de Alfred em seus ouvidos, tentando conseguir uma resposta sobre o que havia acontecido. Isso, e a sombra em forma de gente se movendo na água, em sua direção, olhos azuis brilhando, fixados nele.

– Está tudo bem – ele jurou ter ouvido embaixo d'água. – Vou tirar você daqui. Você vai ficar bem.