Parte Sete - Bruce

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Tudo que ele podia fazer era acelerar de volta para a garagem. Deveria levá-la a um hospital, mas como explicaria aos médicos e enfermeiros que não poderiam usar agulhas para administração de medicamentos? Sua formação não-concluída em medicina teria que ser útil para alguma coisa naquele momento.

Quando chegaram, ela não respondia mais, e Bruce correu com Alfred para o andar de cima, onde o mordomo já tinha preparado o quarto de hóspedes com um leito de hospital que Bruce tinha comprado e estocado para emergência. Todos os aparatos médicos dele e remédios de emergência estavam lá, mas a questão era:

Como tiraram todo o veneno dela sem poder fazer uma transfusão de sangue?

Bruce rapidamente se livrou de seu traje, lavando as mãos para colocar luvas de látex enquanto Alfred preparava uma solução para lavagem estomacal para, com sorte, tirar a maior parte do arsênico antes que tivesse mais consequências nos órgãos dela.

Os dois removeram a jaqueta, encontrando seu celular e a Glock, se entreolhando. A parte complicada seria tirar aquelas roupas, então Bruce pediu que Alfred saísse e trouxesse algumas roupas limpas para ela. Por hora, apenas a deixaria com um cobertor sobre si.

A cama foi posicionada em 45 graus e Bruce limpou a testa dela com gaze e benzina, mediu a sonda do lóbula à orelha, passando xilocaína para lubrificar a sonda nasogástrica, deixando um balde a postos do lado da cama. A coisa ia ficar feia, mas ele estava preocupado que a solução de carvão ativado não fosse suficiente.

Que diabos ele deveria fazer ali para salvá-la?

~

Terminando as aulas do dia, ela se despediu dos colegas enquanto saía da escola. As aulas à noite a ajudavam a ter algum senso de rotina, já que trabalhava pela manhã e à tarde na oficina Teller-Morrow, e manter a mente ocupada era uma forma de se manter longe de problemas.

Especificamente, longe de drogas.

Quando saiu da faculdade comunitária, caminhando distraída pela calçada até ouvir uma buzina atrás de si, que a fez se virar.

Se aproximando em sua Harley Davidson, uma Dyna, o mais novo membro dos Sons sorria, trazendo um capacete para ela.

– E aí, Pequena Sereia? Pronta pra ir pra casa? – parou a moto e ofereceu o capacete preto.

– Tem que parar de me dar carona, Juice, eu vou acabar me acostumando e ficando folgada – ela sorriu, aceitando o capacete.

– Pode ficar, não me importo em buscar você – sorriu.

– Cuidado, prospect... – seu tom baixo era de falsa ameaça. – Não vai querer se meter em encrenca. Seu padrinho já te deixou na coleira depois do último vacilo, então...

– Ser seu amigo é um vacilo? – arqueou as sobrancelhas.

– Me diga você – colocou sua mochila nas costas.

– Não acho que seja. Gosto de ter uma amiga.

– Hm... – fez um biquinho. – É isso que somos? Amigos?

Juice riu sem jeito, claramente nervoso por ser pego desprevenido, coisa que Olivia fazia com frequência só pra ver a reação dele. Achava engraçada a forma como ele ficava envergonhado facilmente.

– Eu gosto de ter a minha cabeça presa no pescoço – ele pigarreou.

– Hm, entendi. Uma pena – suspirou.

– Por quê?

– Seria legal se a gente pudesse ser mais que amigos.

– Tipo, melhores amigos?

Fighting MyselfOnde histórias criam vida. Descubra agora