"Para derrotar um vilão, você precisa ser um vilão melhor" — Stefan Salvatore (The Vampire Diaries)
No dia seguinte, Visenya e o trio de ouro se preparam para partir para Uppsala, deixando assim a residência ancestral da família Black.
Ao aparatarem no país, o trio encarou a antiga professora, sem saber como prosseguir
- E agora? – Perguntou Harry, e Visenya se limitou a sorrir, retirando de seu bolso um pequeno pingente com a constelação de leão, que Sirius havia dado a Regulus em sua formatura, e que Visenya havia encontrado no quarto revirado
- Agora, vemos se eu estou certa – Fechando o pingente nas mãos em concha, Visenya sussurrou um antigo e em geral esquecido feitiço de localização, fazendo o pingente começar a flutuar e a seguir para a direita, para dentro da floresta ancestral.
Após cerca de duas horas de caminhada, o grupo chegou a uma clareira aparentemente vazia, o que confundiu a todo o grupo
- Não tem nada! Seu feitiço deu errado, Nya – Rony exclamou, apontando para a ausência de qualquer coisa no local, mas Visenya só pode sorrir ainda mais largamente
- Só por que não podemos ver nada, não significa que não há nada aqui – Visenya respondeu, pesando levemente o pingente em suas mãos, e em seguida, arremessando-o em direção a clareira, o que fez com que subitamente, houvesse uma pequena cabana onde antes havia apenas grama
- O que? Mas, como...? – Indagou Rony, sem entender absolutamente nada
- Feitiço de ocultamento. Uma de minhas melhores criações, se me permite dizer – Visenya explicou, sabendo exatamente o que todos os indícios apontavam. Tratava-se, de fato, de Regulus, um dos poucos além do antigo grupo de ouro a aprender sobre o Invisique, feitiço criado por Visenya durante os tempos de escola para esconder coisas de seu pai – A barreira está quebrada. Vamos entrar
O grupo então adentrou a cabana, vendo que esta continha pouquíssimos móveis, apenas o extremo necessário para uma pessoa viver com o mínimo de conforto
- Homelio Revelio – Hermione se pronunciou, utilizando do feitiço, que revelou que havia uma pessoa lá dentro – Não estamos sozinhos
- Como eu imaginava. Por que não sai para brincar conosco, Regulus? – Visenya chamou pelo homem que um dia considerou um amigo. Logo, das sombras de um dos cantos da cabana, surgiu uma figura. Ele possuía cabelos na altura dos ombros, levemente ondulados, feições angulares, e os mesmos olhos cinza-tempestade que Sirius
- A extraordinária Visenya Murphy ataca novamente – Regulus se pronunciou, sorrindo lateralmente para a ruiva
- Muito tempo sem ver, velho amigo. Vejo que também achou uma forma de enganar a morte – Visenya disse, abraçando o mais jovem Black
-Um truque que, pelo que soube, você também já dominou, Coração de Fogo – Regulus riu, apertando Visenya em seus braços
- Espere, este é Regulus Black? Você morreu na Primeira Guerra! Todo mundo sabe disso – Harry apontou, sem acreditar em quem era aquela pessoa
- Disseram o mesmo sobre a sua madrinha, pequeno Potter, e mesmo assim, aqui está ela, a protegida de Olho-Tonto em toda a sua glória – Regulus lembrou, fazendo o sorriso de Visenya morrer ao pensar em sua figura paterna, o que não passou despercebido a Black – O que ouve?
- Olho-Tonto está morto. Cortesia de sua querida prima – Visenya contou, e o sorriso de Regulus também morreu
- Suponho que você esteja ansiosa para retribuir o favor, não é, Black? – Regulus perguntou, e Visenya não perdeu como ele se referiu a ela pelo próprio sobrenome
- Como soube do casamento? – Visenya perguntou com um meio sorriso, e Regulus apontou para a ônix que agora adornava o dedo da bruxa
- O anel. Pertenceu a minha mãe, e era direito de Sirius dá-la a sua futura noiva. Por alguma razão, eu sempre soube que acabaria em suas mãos um dia – Regulus explicou, os olhos ainda focados na relíquia ancestral
- Agora somos oficialmente parentes – Visenya brincou, e Regulus voltou a olhar em seus olhos bicolores
- Não poderia pensar em alguém melhor para ter como irmã, Coração de Fogo – Regulus celebrou, sabendo bem que não havia alma viva mais adequada para seu irmão do que Visenya Black
- O sentimento é recíproco, Reggie – A bruxa sorriu, e o grupo foi se sentar a mesa de jantar
- Nunca vai se esquecer desse apelido horrível, vai? – Ele brincou, e Visenya sorriu maliciosamente
- Não nessa vida, Reggie – Os dois riram, enquanto o trio os observava com certa desconfiança, afinal, não é todo dia que se conhece um homem que o mundo inteiro acreditava estar morto há quase vinte anos
- Como sabia que nós te acharíamos? – Visenya perguntou, vendo que seu afilhado estava inquieto com a falta de respostas
- Por que eu te conheço, Nya. Sabia que teria acesso ao medalhão falso que deixei naquela caverna abandonada por Merlin, e que quando descobrisse que se tratava de mim, sabia que investigaria meu quarto e desvendaria minha charada – Regulus explicou
- Você tem muita fé em mim, Reg
- E eu não errei desde que passei a colocá-la em você. Seu intelecto nunca me decepcionou, Nya – Os dois sorriram, e Regulus pareceu subitamente se lembrar de algo – O que nos leva a mais uma coisa. Existe algo que eu devo entregar a você, Harry. Dumbledore deixou isso comigo antes de morrer – Regulus explicou, mostrando a eles a espada, o que fez Harry olhá-lo com desconfiança
- Por que você?
- É simples, Harry, e genial, de certa forma. Ninguém procura por um homem morto. Ninguém pensaria que a espada estaria com Regulus – Visenya explicou, sorrindo para o velho amigo
- Correta como sempre, Coração de Fogo – Regulus confirmou, enquanto Harry analisava a espada que havia utilizado para matar o basilisco no que parecia ser outra vida
- Por que ele deixou isso para mim? – Harry perguntou, olhando para Visenya como se esta detivesse todas as respostas do mundo, mas, surpreendentemente, foi Regulus que respondeu tal pergunta, embora tenha sido com outra pergunta
- Diga-me, Harry, o que destrói uma Horcrux? – Regulus indagou, e Harry deu de ombros. A resposta, é claro, foi fornecida por Hermione
- Harry, quando você estava na Câmara Secreta, você disse que destruiu o diário de Tom Riddle com um dente do basilisco. O diário era uma Horcrux, não era? – Ela indagou, e Regulus sorriu
- Qual o seu nome? – Ele perguntou a ela, e Hermione engoliu em seco antes de responder, levemente desconfortável sob o olhar inquisidor do ex-Comensal
- Hermione Granger – Ela respondeu, sem saber o que esperar quando ele percebesse que ela era uma nascida-trouxa
- Hermione Granger – Ele testou o nome dela em sua língua – Você me lembra Nya quando tínhamos essa idade. Parece ser tão inteligente quanto ela. Para responder a sua pergunta, Hermione, sim, veneno de basilisco é fatal para Horcruxes como o diário – Regulus respondeu, e Hermione soltou a respiração que nem havia percebido que havia prendido
- Isso não responde por que Dumbledore deixou a espada para mim – Harry lembrou, mas Visenya já havia matado a charada
- Porque a espada, Harry, foi feita por duendes. O metal mágico e milenar só absorve aquilo que a fortalece. Você atravessou a cabeça do basilisco com a espada. Ela está impregnada com o veneno da criatura – Visenya explicou, os olhos brilhando de satisfação com a percepção do que aquilo significava
- Espere, está dizendo que... – Rony iniciou a frase, mas foi interrompido por Regulus
- Ela está dizendo que a espada pode destruir uma Horcrux – O Black confirmou, e Harry sorriu com o que parecia ser a primeira boa notícia desde o casamento de Visenya e Sirius
- Temos uma arma – Harry confirmou, e o sorriso de Visenya se tornou algo assustador
- Melhor ainda, Harry. Temos uma arma, e temos em quem usá-la.
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Nada é o que parece
FantasíaQue Sirius e Visenya se amavam, ninguém poderia negar, a não ser é claro, os dois envolvidos. Todos os amigos da dupla podiam ver nitidamente o quanto ambos ansiavam pela presença um do outro, mesmo que sem dizer as palavras, e se possível, isso só...