Han Jisung, agora que você sabe, o quê irá fazer?

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"Finalmente...? Mas eu nunca sumi.", pensou Han. Foi Yerim que sumiu, ela que não só desapareceu de suas redes sociais, como até mesmo trocou de número. Então, como assim, era ele que havia supostamente, sido encontrado?

- Que bom revê-la. - Yerim passou a varrer o olhar com os olhos atentos e alerta. Han também olhou ao redor, mas não encontrou ninguém além do freguês que bebia seu café.

- Estou te procurando a tempos, preciso te falar sobre algo, mas antes de tudo, Lee Minho está aqui? - Han arregalou os olhos, sua primeira pergunta depois de longos quatros anos, era essa?

- Não, apenas eu... - Han percebeu sua inquietude, apesar do alarde estava curioso e preocupado. Quem não estaria? - Se sente. - Indicou, já que a beta parecia agitada e ansiosa.

- Você pode sentar também? Por cinco minutos. - Han olhou ao redor e vendo apenas aquele único cliente além dela, se sentou também.

- Seja rápida, tenho que trabalhar. - Disse com uma voz suave.

- Certo. - Engoliu em seco e começou a encara-lo, esperando que percebesse a veracidade de suas palavras. - Lee Minho é um mentiroso, ele quis me pagar para me calar, mas eu nunca aceitei, então ele inventou uma situação para meus pais me tirarem da escola e eu perder o contato com você, eu descobri que ele falsificou seu laudo, dizendo que você era um alfa recessivo, mas na verdade você é um ômega. - Han a olhou confuso, não muito convencido, a beta o olhou com um misto de expressões, se sobressaindo apesar de tudo, a tristeza. - Se não confia em mim, vá a um médico que não seja Lee Minho ou o hospital de sua família, vá em um desconhecido, em outra cidade, e veja por si só. - Yerim colocou uma máscara que estava guardada em seu bolso e encarou o outro cliente que estava ali, como se suspeitasse de sua integridade, mesmo que fosse um senhor de aparência acabada, beirando os setenta.

- Yerim, isso é... - A beta não disse mais nada, apenas abraçou Jisung.

- Se ele fez isso, cuidado com o quê ele pode fazer com você, sinto que não estou segura, mas me contate, caso precise de mim vá até minha loja, fica em frente a nossa antiga escola. - Disse rapidamente e saiu quase correndo, como se estivesse fugindo, deixando Han ainda mais receoso em acreditar em suas palavras.

Não queria dizer que eram apenas colegas, mas não eram melhores amigos, mas eram colegas de turma, e com isso, se viam todos os dias, o vínculo que tinham era de respeito e consideração, sempre se cumprimentavam e dividiam a sala de estudos da escola, conversavam com frequência e de vez em quando comiam juntos. Apenas isso. Como ela sabe se realmente foi trocado? Queria perguntar, tinha tantas dúvidas a respeito que sua cabeça começou a latejar sem nenhuma solução.

- Han, você está bem? - Kim Seungmin, um ômega pergunta, o olhar perdido de Jisung pairou no idoso que terminou seu último gole de café e saiu, estavam sozinhos nesse fim de expediente.

- Seungmin, você conhece algum médico de confiança?

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Em plenas onze e meia, estava no interior de Seul, em uma clínica 24h, indicada pelo seu mais novo colega de trabalho. Pegou uma senha e esperou o número B44 brilhar na tela pendurada próximo ao teto. Além de si, tinha algumas pessoas, umas tossiam, outras respiravam alto, outras dormiam nos bancos. Mas, ainda assim, o silêncio era instaurado, apenas o barulho irritante quando a senha mudava era ouvido em intervalos irregulares, de acordo com o tempo de cada um no consultório.

Sua vez finalmente chegou, o médico de aparência cansada e com duas manchas pretas debaixo dos olhos denunciando suas noites mal dormidas, encarava o computador, mas o olhar desviou para Han, que estava em um estado apreensivo e ansioso.

- O quê o trouxe aqui hoje? - Perguntou, Han suspirou.

- Quero fazer o teste para saber o tipo de lobo. - O médico entendeu e acenou com a cabeça.

- Nome completo?

- Han Jisung.

- Idade?

- 22

- Cio?

- Não, sou um alfa recessivo. - O médico o olhou rapidamente não acreditando.

- Certo, qual o motivo, então? Está com dor? Incômodo?

- Eu queria ter certeza se realmente sou um alfa. - O médico entendeu, e pareceu compreensivo, acontece que os testes não dão a precisão imediata, quando as características demoram a aparecer. Mas era mais do quê evidente que a pessoa a sua frente, era um ômega.

- Certo, o teste é feito aqui mesmo e o resultado não demora muito, apenas algumas horas, talvez fique pronto pela manhã as nove.

- Quero o mais rápido possível.

- Se é assim, tem que pagar a taxa na recepção para receber seu resultado em pelo menos três horas úteis.

- Certo.

- Vou te encaminhar para o teste, espere um momento.

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Depois de três horas e quarenta minutos de espera, o resultado pareceu brilhar na sua mão, como se estivesse escrito invés do resultado em letras neon e chamativas a frase: "LEE MINHO TE ENGANOU SEU OMEGA IDIOTA"

E foi aí que sua ficha caiu, estava sendo enganado, por longos dois anos, amassou o papel na sua mão, estava enraivecido. Como não se tocou antes? Como pôde confiar nas palavras daquele médico? Como? Tudo parecia tão real que não hesitou em depositar toda sua confiança nas mãos do alfa, seus pais sabem? Sabem mesmo?

Devem saber, caralho, foram eles que o convenceram a morar com Lee, acreditando na bondade do médico em lhe dar abrigo e comida por algum tempo, enquanto fazia faculdade, porém, Minho o fez trancar o curso. Depois de discutirem brevemente a respeito de um alfa que estava se aproximando sorrateiramente de Han, Lee o convenceu a parar de ir as aulas por algum tempo. Seu pais ao menos sabiam disso, mas fazem apenas dois meses.

Esperou dar sete da manhã, pegou três ônibus e perto das nove chegou no apartamento, estava realmente apreensivo. Estranhou a porta estar aberta e quando a abriu viu sapatos femininos na porta. Se sentiu com ainda mais raiva. Ao adentrar ainda mais a residência, os viu conversando perto da sacada.

Quando o alfa o viu, com a cara inchada de choro, caminhou rapidamente até sua direção o abraçando forte.

- Onde esteve? Você está bem? - Han o empurrou, a mãos se levantou até a altura do seu rosto o acertando um tapa, depois mais um, mais outro. - O quê você está fazendo? - Pegou seu pulso no ar e o olhou, no fundo, Lee sabia o quê aconteceu. Quando seu informante, um velho de setenta e três anos, que estava na cafeteria o contou sobre Yerim, ele entendeu, por fim.

- Eu acho que já vou indo. -  A mulher diz. - De qualquer forma, sou uma corretora de imóveis e passei por apenas pouco tempo para falar sobre a nova residência. - Se explicou, fez uma reverência para Han, que nem sequer a olhou e saiu.

- Então, quer dizer que sou um ômega?

Higly manipulated •minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora