Call Us "The Curse"

10. A letargia do caos

Ainda no Tártaro

Sala 2, Trono

Súcubo ajudou Dongwook a se sentar e se acalmar um pouco, os olhos vermelhos encaravam o cálice caído no chão e o líquido vermelho espalhado sobre o piso claro. Dongwook não disse uma palavra sequer desde que Soohyuk fora embora com Sana.

—Súcubo. —chamou.

—Sim, senhor. —a voz grave disse calmamente e os olhos de Dongwook encaram os seus, buscando o conforto que sempre precisava quando estava se sentindo mal.

Depois de Jimin e Soohyuk, Súcubo era um dos únicos que reconfortavam e transmitiam paz para o rei do Tártaro.

—O que você acha que ele quis dizer com aquilo? Quem é esse mensageiro que vai chegar aqui sem minha permissão e sem ter feito a transição entre os planos? —Dongwook perguntou e Súcubo engoliu em seco.

—Eu tenho uma ideia de quem possa ser, mas não sei se o rei do Cosmos me permite passar essa informação para o senhor. —disse calmamente, temendo piorar o estado de seu companheiro.

—O que esse narigudo está aprontando? Quem ele acha que é para mandar nos meus filhos e nos meus amigos? —Dongwook perguntou, deixando sua mágoa evidente no tom de voz grave.

—São informações relacionadas com a minha existência carnal, senhor. —Súcubo disse encarando as íris vermelhas e tudo pareceu fazer sentido para Dongwook.

—Uma alma carnal virá trabalhar conosco? —perguntou para o mais novo, que negou.

—Não, senhor. —respondeu.

—Não me chame de senhor, Súcubo, que coisa chata! —Dongwook disse e acendeu um cigarro de cravos, embora odiasse o cheiro, era o único que Soohyuk o permitia usar.

Um tipo específico de cigarro feito de pólvora também era permitido para espíritos do Tártaro, mas Dongwook não podia usá-lo já que Jimin, uma alma pura, estava em constante contato consigo.

Os espíritos do Tártaro que usavam esse cigarro se tornavam apenas uma alma sem identidade em pouco tempo, se tornando as almas nomeadas como "as lamentações" que eram as responsáveis pelos gritos agonizantes que todos temiam.

—Ele não está mais no mundo carnal, mas também não está aqui. É como se ele conseguisse transitar entre todos os mundos e viver como quiser, carnal, espírito ou simplesmente não viver. —Súcubo explicou e Dongwook franziu as sobrancelhas, se sentando melhor no trono de mármore preto.

—E o que ele tem a ver com você? Soohyuk não daria esse privilégio para uma alma ou espírito se ele não fosse merecedor, como ele vive assim e você está aqui comigo? —os olhos vermelhos encaravam os olhos negros de Súcubo, pedindo alguma explicação mais específica.

—Apenas ele pode explicar isso para você, senhor. —Súcubo disse, arrancando um suspiro irritado do Lee por tê-lo chamado de senhor.

—Certo, quem é esse espírito? —Dongwook perguntou impaciente e antes que pudesse obter uma resposta, um aperto sugou todo seu ar.

As paredes do Tártaro começaram a tremer e os candelabros que seguravam as velas tremiam, fazendo as chamas das velas que iluminavam o lugar oscilarem e quase se apagarem.