AMOR ENTRE GAROTAS

Capítulo 16

Laís acordou às seis horas da manhã despertando de um sonho avassalador. Sentada na cama seu corpo pegava fogo.

Acabara de sonhar que estava transando com Marcela.

No sonho, Marcela parecia estar mais alta e mais forte. Tudo era meio nebuloso, ambas estavam em um quarto iluminado, conversando e rindo. De repente, Marcela tirou a roupa e se deitou por cima de Laís. As mãos de Marcela eram mais pesadas e começaram tocar o corpo da amiga. Então Laís abriu as pernas e sentiu o membro grosso de Marcela penetrando-a. E aquilo lhe deu um prazer tão grande que Laís acordou no que ela definiu sendo um orgasmo, apesar de na vida nunca ter sentido algo assim.

Mas Marcela era mulher, não podia penetrá-la, disse Laís para si mesma centenas de vezes enquanto buscava ar. Era tudo muito confuso. Nunca Laís pensara em transar com Marcela. Ou pensara? E toda aquela adoração que sentia por ela era o que então? Simples amizade?

O corpo de Laís ainda estava sensível. Parecia que os dedos de Marcela ainda pressionavam cada parte sua. E agora? Como seria da próxima vez que se vissem? Tensa, Laís pegou o celular ansiando por algum contato de Marcela durante a madrugada. Mas não havia nada... Será que Marcela não a havia esquecido?

− Eu não estou apaixonada – disse Laís para si mesma uma centena de vezes. – É só amizade. Só amizade mesmo.

Porém, durante todo aquele dia Laís permaneceu quieta. Por dentro ela fervilhava. Se pelo menos o clima estivesse bom, teria pego a bicicleta e saído por aí, para qualquer lugar. Mas aquele domingo estava preguiçoso. A televisão ficou ligada o dia inteiro. Durante a tarde a mãe fez pipoca e convidou Laís para uma sessão de cinema na sala de estar. Mas ela recusou. Ficar sentada enquanto seu corpo tremia só de pensar naquele sonho arrebatador era demais para Laís. Quando não pôde mais suportar tantas emoções confusas, Laís foi para a esteira que ficava na área de serviço e ficou mais de uma hora alternando corrida com caminhada. Quando saiu os músculos estavam duros e doendo. Era tudo o que Laís precisava, algo que desviasse o seu foco. Cansada, ela finalmente se jogou no sofá e dormiu até as oito horas da noite. Mais calma, jantou e foi dormir novamente. Queria que a semana começasse o mais rapidamente possível.

Naquela semana Marcela voltaria. E tudo ficaria bem novamente.