Capítulo 24

321 15 0
                                    

O que era para ser um domingo agradável transformou-se em um inferno particular para Laís. A festa de confraternização terminou por ali mesmo. Laís foi colocada à força dentro do carro e todos voltaram mudos para casa, com exceção dela que soluçou durante todo o trajeto. Onde estaria Marcela? E se ela rompesse o namoro depois daquilo tudo?

Para não aumentar o nível de estresse, Laís evitou pegar o celular e enviar um WhatsApp para a namorada. Talvez Marcela nem respondesse e isso seria arrasador. Ao chegarem em casa, Walter olhou para a filha e ordenou, tentando conter-se para não dar um berro. E também uns tapas.

− Vá para o quarto e não saia de lá. Quando eu estiver calmo o suficiente para não lhe dar uma surra, nós teremos uma boa conversa.

Laís foi correndo para o quarto e se fechou. Pegou o celular e tentou falar com Marcela. Nada. Aos prantos, Laís enfiou o rosto no travesseiro e chorou por uma hora seguida. Com fome e dor de cabeça, ela ficou no quarto sem ousar pensar em sair para sequer ir ao banheiro. Somente às nove horas da noite Walter abriu a porta do quarto de repente. Laís levou um susto e sentou imediatamente na cama.

− Venha até a sala. Agora.

Com o rosto inchado e respirando fundo, Laís foi ao encontro dos pais na sala. Renata não estava por lá, mas certamente com o ouvido colado na porta do quarto para escutar o sermão da irmã.

− Sente-se – disse ele.

A cara fechada de Sandra e Walter era o prenúncio de muita incomodação. Laís sentou na beira do sofá esperando o pior.

− Você tem noção de tudo o que aconteceu hoje, Laís?

− Pai, eu posso explicar...

− Então me dê a sua versão.

Ela novamente respirou fundo. Precisava de qualquer jeito livrar a cara de Marcela.

− Pai, foi aquela mulher que começou tudo!

− O nome dela é Andrea.

− Bem, foi ela quem começou! Sabe o que esta tal de Andrea fez?

Laís tentava ser convincente, porém sabia não estar sendo bem sucedida.

− O quê? – perguntou Walter em pé e de braços cruzados.

− Me paquerou.

Sandra e Walter se encararam. Laís achou que aquilo era ponto a seu favor.

− Explique isto melhor – falou Sandra.

− Eu e Marcela estávamos sentadas quietas na mesa comendo o churrasco. De repente essa Andrea começou a me encarar.

− Encarar você?

− Foi o que a Marcela disse. Eu estava de costas.

− Ah... e então você acreditou na versão da sua amiga?

− Claro! E eu me virei para me certificar! Marcela tinha razão.

− E depois?

− Pai, mãe! Marcela ficou louca. Ela morre de ciúmes de mim. Mesmo assim eu tentei fazer com que Marcela se acalmasse e então a chata da Andrea apareceu do nosso lado, se metendo no assunto.

− E isto explica o surto da sua amiga?

− Pai, Marcela não leva desaforo para casa.

AMOR ENTRE GAROTASOnde histórias criam vida. Descubra agora