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— Relaxa, gata — se inclinou no banco da frente pra conseguir me ver

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— Relaxa, gata — se inclinou no banco da frente pra conseguir me ver.

— Como é que eu vou relaxar se toda vez que você tem a chance de nos trancar sozinhos, você tranca? — falei com indignação.

— A culpa não é minha que você fica nervosa só com a minha presença — Tom falou debochado, enquanto mexia em alguma coisa. — Só queria te dar isso — me entregou um óculos de sol.

— Pra? — peguei o óculos da mão dele confusa.

— Evitar que te reconheçam — falou pegando outro óculos de sol na mão, colocando no rosto.

— Nossa, você não é tão irresponsável quanto pensei — coloquei o óculos em meu rosto.

— Haha — riu sarcástico. — Agora vamos. Ou quer ficar mais tempo aqui comigo?

— Tinha mesmo que trancar o carro só pra me dar isso? — ignorei a pergunta dele.

— Não sei. Gosto de ver seu desespero — Tom deu de ombros.

Saí do carro sem responder a fala idiota do garoto, fingindo que nada aconteceu. Ajustei minha blusa antes de seguir o resto dos garotos, que agora também usavam óculos de sol. Eles tinham combinado isso juntos e não me falaram nada?

— A gente tá parecendo uns gânsgsters — falei alcançando o ritmo deles, ficando ao lado de Georg.

— Eu adoro isso. Fico um gostoso — Georg falou e Bill tirou sarro dele. — Tá rindo do quê, otário? Fico gostoso mesmo, tá com inveja?

— Inveja não, tô é com dó.

— Concordo com o Sonic — Gustav falou e eu ri do apelido.

— Você me ama ou me odeia, Gustav?

— Depende do ponto de vista.

— Qual é, gente! Stella, o que você acha? Fico bonitão nesses óculos ou não? — perguntou, me olhando firmemente querendo que eu responda que sim.

— Pensando bem... fica — falei enquanto ainda estávamos caminhando chegando mais perto da sorveteria.

— Tu é foda, Stella — me envolveu ao redor de seus braços.

— Quanto ele pagou, Stellinha? — Bill perguntou.

— Cento e cinquenta, mas não fala pra ele que eu te contei! — falei sussurrando como se Georg não estivesse bem ao meu lado, fazendo-os rirem.

— Ei! — Georg me tirou dos braços dele e parou de andar, indignado.

— Vem logo — puxei-o para entrarmos no estabelecimento.

A sorveteria parecia simples, colorida com alguns pôsteres nas paredes. Havia um ar-condicionado com o vento gelado, e isso me mandou uma onda de nostalgia inexplicável. A saudade que eu sentia de sequer entrar numa sorveteria era enorme. Parece idiota, eu sei, mas fui proibida de pisar em um lugar desses durante anos.

— Eaí, Sandy — Tom entrou em nossa frente cumprimentando a moça que trabalhava ali.

— Oii Tom! Que saudades! — falou animada.

— Vocês vêm nessa sorveteria bem frequentemente, né Bill? — perguntei observando a interação de Tom e a suposta "Sandy".

— Como adivinhou? — ironizou.

Vi Tom dar um beijo na bochecha de Sandy por trás do balcão, igual um playboy do ensino médio iludindo alguma garota boba. Esse garoto é trouxa, só pode. Revirei meus olhos automaticamente e ignorei, me sentando em uma mesa ali. Fiquei pensando por um tempo se eu deveria burlar minha dieta ou não, e cheguei a conclusão de que não iria.

— Ué — Georg disse chegando com o pote dele, me vendo sentada na mesa sem um. — Não vai pegar sorvete, Stella?

— Na verdade não... não tô com vontade, sabe?

— Conta outra. Todo mundo gosta de sorvete — disse se sentando ao meu lado.

— Eu gosto, Georg, é que... eu não quero agora — falei com pouca convicção me julgando em minha mente.

— Stella, você não sabe mentir — riu. — Pode contar pra mim, se quiser. Não tem problema algum se não quiser, tá?

Frustrada, bufei e comecei a falar — Dietas, você sabe. Minha equipe me proíbe completamente de tomar sorvete desde meus 14 anos por causa da minha carreira. E não é só isso, eles me proíbem de fazer tantas coisas que é simplesmente cansativo, me deixa exausta.

— Sei como é. Uma equipe nossa já tentou nos proibir de falar besteiras em entrevistas, mas demitimos praticamente a equipe inteira no dia seguinte — disse tirando minha expressão séria do rosto, fazendo com que eu risse. — Esse tipo de dieta já é uma idiotice, principalmente dietas tão restritas igual a sua. Mas você não tem que se preocupar tanto com isso, desde que se sinta bem.

— Muito obrigada, Georg, você é incrível.

— Se eu sou incrível mesmo, vamos lá pegar sorvete pra você.

— Mas a minha equipe-

— Você tá vendo sua equipe aqui? — olhou ao redor. — Não tá. Que se danem eles.

Eu ri em resposta — Tá bom, eu vou pegar. Mas me deixa só ir no banheiro primeiro.

Georg concordou e eu fui procurar o banheiro naquela sorveteria. Caminhei um pouco ao redor, tentei olhar pra atendente pra ver se ela perguntaria se preciso de ajuda, mas só me olhou feio e desviou a atenção de mim. Depois de um longo minuto procurando, finalmente achei o banheiro que estava praticamente escondido.

Entrei no banheiro bufando com a demora pra encontrar o lugar. Quando fui fechar a porta, uma mão a empurrando do lado de fora me impediu de fecha-la por completo.

TRUTH OR DARE, tom kaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora